Ato no TRT: expectativa por desfecho positivo para o PCS, mas greve continua

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Servidores estavam animados pelos resultados da reunião de Lula com Peluso, mas recado foi claro: greve continua. (Foto: Erinei Lima)

Nunca se fez tanto barulho em um ato público em Minas, desde o início da greve. O motivo era nobre: cornetas, vuvuzelas e apitos “gritavam” na expectativa por um desfecho positivo da reunião entre o presidente Lula e os ministros Paulo Bernardo, do Ministério do Planejamento, e Cezar Peluso, do Supremo Tribunal Federal. O encontro dos três deveria definir os termos da concessão do reajuste pedido pelos servidores do Judiciário Federal. Caso dê tudo certo, o PL 6613/09 poderá ser colocado na pauta de votação da Comissão de Finanças e Tributação, segunda das três pelas quais deve passar na Câmara dos Deputados, com garantias de aprovação.

A ansiedade era visível nos cerca de 200 servidores aguardando o início do ato. O presidente do SITRAEMG, Alexandre Brandi, leu notícia do jornal Correio Braziliense que dava como certo o acordo para parcelamento e pagamento do reajuste dos servidores. Apesar do entusiasmo, Brandi recomendou cautela na comemoração: “ainda não sabemos se e o que foi acordado, não sabemos como seria esse parcelamento e nem se ele vem para nos beneficiar”, disse. Por isso, até o momento, a greve continua e os rumos do movimento serão deliberados em assembleia a ser realizada no próximo ato público da categoria, dia 5, segunda-feira, a partir das 13h, em frente à Justiça Eleitoral, em Belo Horizonte.

Brandi parabenizou a garra dos servidores durante o período da greve e disse que mais uma vez o Sindicato cumpriu seu papel e a categoria respondeu à altura, sendo isso mais uma prova de que “quando a gente luta, a gente consegue”, elogiou. No entanto, foi ressaltado que nem tudo acabou: ainda é preciso defender o direito de greve, ameaçado pelas liminares concedidas pelo ministro Castro Meira, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinando a manutenção, em serviço, de 60% do efetivo da Justiça do Trabalho e de 80% da Justiça Eleitoral. “Não se estipula percentual de grevistas, mas sim os tipos de serviços a serem mantidos durante a greve”, censurou o presidente do Sindicato, pedindo apitaços e vaias para a atitude das administrações.

Participação e confraternização

Ao assumir o microfone, o diretor jurídico Fernando Neves, emocionado, agradeceu o empenho dos servidores durante todo o movimento paredista. “É com essa força que a categoria consegue o que quer. Se Deus quiser, vamos encerrar essa greve com a vitória”, afirmou Neves, emendando um convite para que a categoria, especialmente os servidores mais novos, participe da vida do Sindicato com ideias e críticas, tornando esta uma gestão participativa e em comunhão com os filiados.

Quem concorda com Neves é Karin Gabel, servidora do TRT na área de Comunicação. Ela, que participou ativamente do Comando de Greve e das visitas a outros tribunais, disse que a categoria precisa “acordar para a participação política e para a conscientização da necessidade de luta” e concluiu: “eu acordei e participei, e vi que isso é importante”. André Bandeira, servidor do TRT em Belo Horizonte, também falou aos companheiros de luta. Depois de parabenizar a todos, ele lembrou que “a [nossa] categoria é uma das mais valorizadas, graças a muita luta” e que a melhor retribuição a isso é uma prestação jurisdicional cada vez melhor.

Encerrando o ato, Célio Izidoro, também diretor do SITRAEMG, elogiou a participação de todos e ressaltou que todas as conquistas, até agora, foram graças à resistência de todos. “Devemos agora fazer uma avaliação do movimento e deliberar sobre seus rumos”, finalizou, lembrando que é preciso estar atento às novidades vindas de Brasília e fazendo novo chamamento para o ato de segunda-feira.

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