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Sindicato reúne representantes dos tribunais e dos servidores no 2º Encontro da Polícia Judicial

Confira um resumo do que foi abordado nas palestras, em que foram debatidas ações de segurança nos tribunais, além de saúde mental, treinamento, porte de arma, conquistas, demandas e desafios dos agentes da Polícia Judicial
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Conforme já noticiado neste site, o Sitraemg promoveu no sábado, 27 de julho, o 2º Encontro dos Agentes da Polícia Judicial do Judiciário Federal em Minas Gerais.

O evento foi realizado no hotel San Diego, em Belo Horizonte.

Leia mais: Sitraemg realiza 2º Encontro da Polícia Judicial do PJU em MG

Mesa de abertura do evento: presidente da Agepoljus, Darney Bessa; coordenadores do Sitraemg Fernando Neves e Nelson da Costa; desembargador federal Miguem Ângelo; filiado do sindicato e diretor da Agepoljus e da Fenajufe Wallace Marques;

Confira a seguir, breve resumo do que falaram os palestrantes sobre cada tema debatido.

“Perspectivas da Segurança no âmbito do TRF6” – Desembargador federal Miguel Ângelo de Alvarenga Lopes

Desembargador federal Miguel Ângelo

O magistrado afirmou que, cada vez mais, juízes e servidores têm necessidade de proteção especial.

Presidente da Comissão Permanente de Segurança do Tribunal, informou que sua equipe acaba de propor um plano de segurança que inclui, ainda, a inteligência e o transporte para a 6ª Região.

Segundo disse, o plano deve ser votado na próxima sessão plenária do TRF6, antes do final do mandato da atual presidente, desembargadora federal Mônica Sifuentes, em agosto.

O texto foi construído com base na Lei 12.694/2012, que autorizou a criação de força de segurança nos prédios do Poder Judiciário, e nas Resoluções CNJ 344/2020 e CJF 735/2021, que tratam da criação da Polícia Judicial nos tribunais em geral e nos TRFs, respectivamente. Entre outras diretrizes, prevê que os cargos de chefia do setor de segurança serão ocupados por agentes da Polícia Judicial, que a segurança operacional jamais será terceirizada e que eventual colaboração de outras polícias se dará apenas de forma complementar.

O desembargador federal pediu apoio dos servidores ao plano a ser votado.

O coordenador-geral do Sitraemg Fernando Neves afirmou que o plano é bem-vindo. Salientou, no entanto, que o TRF6 precisa buscar a verba necessária para sua implementação e, principalmente, para a efetivação do Tribunal, para que a estrutura da Justiça Federal em Minas Gerais e seu quadro de servidores não continuem sacrificados pela falta de recursos que marcou o processo de sua instalação e nesses três primeiros anos de funcionamento.

Lembrando do recente episódio de mau funcionamento de um dos elevadores do edifício-sede do Tribunal, que culminou em grave ferimento de uma servidora, Neves pediu mais cuidados com a manutenção dos equipamentos e mobiliários dos prédios da Justiça Federal, para segurança dos servidores, magistrados e jurisdicionados.

Ao final, o desembargador federal deu uma ótima notícia. Informou que o plenário do TRF6 já aprovou a realização de concurso público no primeiro semestre de 2025. Agora está a cargo da Comissão de Concursos definir os detalhes do edital de convocação do certame, incluindo o quantitativo de cargos e vagas a serem preenchidos.

“O papel e desafios dos Policiais Judiciais na conjuntura atual” – Darney Bessa, presidente da Agepoljus

Darney Bessa, presidente da Agepoljus

Fez um breve histórico sobre a carreira dos agentes da PJ. Lembrou que, em 1996, no governo Fernando Henrique Cardoso, foi rebaixada a categoria de Serviços Gerais.

Com a aprovação do PCS, em 2006, começou a recuperar a autoestima, com os servidores novamente reconhecidos como agentes de segurança e a criação da Gratificação da Atividade de Segurança (GAS). À custa de muita luta, depois veio a conquista da criação da Polícia Judicial, pela Resolução 344 do CNJ.

“Estamos pacificados como polícia judicial”, comemorou o presidente da Agepoljus, lembrando que esses servidores estão se tornando conhecidos até em outros países, ao fazerem a segurança de ministros do Supremo em viagens ao exterior.

Ele também citou, como mais um avanço dos agentes em suas lutas, a Resolução 467/2022 do CNJ, que autoriza os agentes e inspetores da Polícia Judicial, no exercício da atividade, portarem arma. Observou que, para essa permissão avançar mais um passo, falta a portaria do Exército regulamentando o porte.

Sobre o PL 2447/2022, que reforça o reconhecimento dos agentes como Polícia Judicial e cria a possibilidade de acúmulo da GAS com Função Comissionada ou Cargo em Comissão, em especial aquelas de chefia do próprio setor, informou que a verba para sua implementação já foi incluída no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) que será encaminhado ao Congresso Nacional. Com a verba garantida, segundo Darney Bessa, fica mais fácil conseguir a aprovação do projeto até o final do ano, no Congresso. Mas alertou que, para isso, a luta deve continuar.

“Perspectivas da Polícia Judicial no âmbito do TRT3” – Carlos Athayde Valadares, secretário de Inteligência e Polícia Institucional do Tribunal

Policial judicial do TRT3 Cláudio Francisco Gonçalves; Paulo José da Silva, conselheiro fiscal do sindicato e coordenador da Fenajufe; coordenador do Sitraemg  Nelson’da Costa Santos Neto; e Carlos Athayde, secretário de Inteligência e Polícia Institucional do TRT3

O secretário relatou que a atuação dos agentes já ocorria sem grandes problemas no TRT3, mas se dava à base de muito esforço dos servidores e da Administração.

Para ele, no entanto, a transformação dos agentes em Polícia Judicial propiciou uma mudança radical nessa situação. A Resolução CSJT 315/2021, que marcou a regulamentação da PJ na Justiça do Trabalho, permitiu que
o TRT3 passasse a implementar seus projetos na área de segurança contando com a atuação autônoma dos agentes, e não mais dependente da autorização dos magistrados.

Com isso, à frente da Secretaria de Inteligência e Polícia Institucional, ele tem buscado profissionalizar efetivamente os agentes como polícia judicial de forma a se concentrarem única e exclusivamente na segurança. A presença desses servidores nas portarias, na organização de filas ou fazendo pequenos serviços que nada tinham a ver com a função, como antes, ficou para trás.

“Estamos vivendo um momento de altivez”, resumiu o secretário. Acrescentou que, agora, a única atribuição dos agentes é a defesa do Estado Democrático de Direito, em torno da qual giram todas as demais atribuições deles. Mas advertiu que a mudança de status da atividade também traz grandes responsabilidades e exigências, tais como a necessidade de voltarem a estudar, trabalharem inclusive à noite e em regime de plantão, dentre outras.

Carlos Athayde citou alguns dos projetos que estão sendo implementados na área de segurança, como a instalação de câmeras de segurança, com controle direto na Secretaria de quem entra e quem sai dos prédios do Tribunal, o uso de detectores de metais e aquisição de viaturas para patrulha noturna em torno dos prédios da JT na Capital.

Ex-coordenador do Sitraemg e agora conselheiro fiscal, e também coordenador da Fenajufe, Paulo José da Silva lembrou que o sindicato tem estado em todas as lutas dos agentes, incluindo a que culminou no reconhecimento desses servidores como Polícia Judicial.

“Assuntos Jurídicos de interesse dos Policiais Judiciais” – Antônio Walker, diretor jurídico da Agepoljus

Antônio Walker, diretor jurídico da Agepoljus

Walker falou sobre a atuação jurídica da Agepoljus em favor de seus filiados, destacando ações pela vinculação da GAS à aposentadoria, pela aposentadoria especial e outras.

Ele também deu explicações e respondeu a várias perguntas sobre o porte de arma, salientando que a Resolução 467/2022 do CNJ apresenta amarras e que os agentes da PJ devem ter muita cautela ao interpretá-la. Colocou a Agepoljus à disposição para esclarecimentos de dúvidas a respeito.

Para entrar em contato com a associação, clique aqui: https://agepoljus.org.br/fale-conosco/

“Saúde mental do policial judicial: vigilância permanente em prol da vida” – Psicólogo Arthur Lobato, coordenador-técnico do DSTCAM do Sitraemg

Psicólogo Arthur Lobato, coordenador-técnico do DSTCAM do Sitraemg

Lobato destacou o momento de alta auto-estima dos agentes com o reconhecimento da atribuição de Polícia Judicial e, agora, com a possibilidade de portarem arma. Essa expressividade positiva, segundo ele, ficou evidente com a presença desses servidores no evento criteriosamente uniformizados e demonstrando-se conscientes do importante papel que passam a representar no Poder Judiciário.

“Passa tranqüilidade”, disse o palestrante, referindo-se à impressão que esses servidores deixam para ele e, certamente, para os jurisdicionados, diante da imagem de autoridade e de concentração na segurança que evidenciam nessa nova forma de atuação.

Com o intuito de instigar a reflexão entre os participantes do encontro, o psicólogo convidou alguns dos agentes presentes para darem seus depoimentos acerca da importância da saúde mental para o exercício da atividade, e mesmo para o uso de armas.

Sugeriu que usem a própria força de organização e união do segmento também para a preservação da saúde mental, procurando dialogar com o colega quando perceberem que possa estar passando por algum problema psicológico ou emocional.

Aconselhou que não se sintam envergonhados e busquem ajuda de profissionais de saúde particulares ou mesmo dos tribunais, sempre que passarem por algum problema dessa natureza. E colocou o DSTCAM à disposição, acrescentando que o sindicato também vem promovendo rodas de conversa para que filiados com a saúde prejudicada em razão de problemas no trabalho possam dialogar e desabafar em um ambiente de segurança, desprovido de possibilidades de retaliação.

“Biomecânica e Neurociências aplicadas ao treinamento sob stress” – Anísio Santos, policial judicial do TRF6

Anizio Santos, agente da Polícia Judicial do TRF6 em Uberaba

Ele explicou que a Biomecânica atua sobre as reações fisiológicas que são refletidas em movimento durante uma ação, enquanto a Neurociência está voltada para a análise do comportamento do cérebro dessa pessoa sob stress.

Salientando que o instrutor de tiro, por exemplo, está sempre mais preocupado com o uso da arma do que com o comportamento de quem está por trás dela, ressaltou que cada pessoa tem uma sensação diferente ao treinar tiro ou situações de autodefesa. E ensinou que a Biomecânica e a Neurociência tornam-se ferramentas importantes para que cada um realize esse treinamento sob a perspectiva de como se comportaria em uma situação inesperada durante o exercício da atividade.

“O servidor deve ser treinado antes, para depois usar a arma”, reforçou, dizendo que o treinamento do agente de Polícia Judicial deve ser adequado e simulado conforme o mundo real.

Anizio informou que esse tipo de visão de preparação de profissionais de segurança é novo no Brasil. O País está com atraso de aproximadamente 50 anos em relação aos Estados Unidos, por exemplo, onde, segundo ele, começou a ser adotado ainda na década de 1970.

“Instruir e treinar pessoas: é o que eu gosto de fazer”, afirmou.

Lotado na Subseção Judiciária de Uberaba, Anízio Santos é graduado em Comunicação Institucional, pela Faculdade Equipe Darwin, com especialização de pós-graduação em Biomecânica e Fisiologia no Exercício, pela Uninter. Também com extensa formação técnica na área de segurança, expõe seus conhecimentos e habilidade em palestras.

Fotos do evento:

2º Encontro da Polícia Judicial

Assessoria de Comunicação
Sitraemg

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