Cerca de 10 mil trabalhadores vindos de todo o Brasil mandaram seu recado de indignação na manhã de hoje, 15, em Brasília, durante a Marcha Unificada dos Servidores Públicos Federais, mais uma atividade dentro da batalha travada pelos servidores públicos para pressionar o governo federal a negociar com as categorias em greve – que já são mais de 30. De acordo com os organizadores da atividade, o objetivo foi cumprido: mostrar ao governo que, se ele pretende “engrossar”, os trabalhadores não vão se cansar.
“O servidor unido jamais será vencido” e outras palavras de ordem deram o tom da caminhada, que começou na Catedral de Brasília e deu a volta na Esplanada dos Ministérios, passando em frente ao Supremo Tribunal Federal – STF e ao Palácio do Planalto. O SITRAEMG participou da marcha com um grupo de 25 pessoas, que marcharam ao lado de servidores das universidades federais, do Incra, do IBGE, da Saúde e da Polícia Federal, dentre outros. Os estudantes também compareceram em grande número e, quando da passagem do grupo de servidores do Judiciário, agitaram suas bandeiras e cantaram “Judiciário, pode lutar, os estudantes vão te apoiar”.
A coordenadora da Fenajufe Jaqueline Albuquerque falou aos participantes em nome da Fenajufe e pelos servidores do Judiciário. Além de citar os estados em greve, a sindicalista criticou o Decreto 7.777/2012, que autoriza a substituição dos servidores em greve por servidores dos estados ou mesmo terceirizados e que ela classificou como “antidemocrático”. “A greve em todo o país ainda vai crescer e ela diz que os servidores não aceitam essa postura anti sindical, essa postura de não negociar”, disse, ao microfone. Jaqueline ainda condenou a passividade dos tribunais ao considerar que “o STF dá a mão forte da Justiça ao governo ao endossar medidas para reprimir a greve dos servidores”.
Para Hebe-Del Kader, coordenador-geral do SITRAEMG e membro da diretoria da Fenajufe, quem esteve em Brasília hoje fez o seu papel. “Espero que o movimento cresça – tinha muita gente na rua”, avaliou. Eduardo Luiz Viana, servidor da Justiça Trabalhista em Belo Horizonte, considerou a marcha muito positiva, mas acredita que o governo federal “vai continuar jogando duro”. Em sua opinião, o momento é de fortalecer a greve nacional e, em Minas Gerais, intensificar o trabalho de convencimento e o corpo a corpo nos tribunais. À frente da caravana, estiveram, além de Hebe-Del, os coordenadores Hélio Ferreira Diogo e Artalide Lopes Cunha.
Greve em Minas começa dia 20
Em Minas Gerais, a categoria deflagrou greve por tempo indeterminado durante Ato Público e assembleia realizados na última terça, dia 14, em frente à Justiça Federal. A paralisação começa oficialmente nesta segunda, 20 de agosto, e o SITRAEMG manterá pontos de apoio nas principais locais de trabalho em Belo Horizonte para atender aos grevistas (leia aqui mais detalhes).
Em âmbito nacional, quatro delegados mineiros eleitos na assembléia realizada durante Ato Público no TRE, no dia 8, participarão nesta quinta, 16, da Reunião Ampliada da Fenajufe, que debaterá o andamento da mobilização nos estados e definirá novos passos na luta.
Janaina Rochido – de Brasília