A base do governo na Câmara dos Deputados está anunciando para a sessão desta quinta-feira (4) a votação do parecer do relator da PEC 6/2019, da Reforma da Previdência, na Comissão Especial. A sessão terá início às 9 horas da manhã.
Apesar do otimismo do governo, deputados da oposição estão indignados com as mudanças feitas no texto pelo relator, Samuel Moreira (PSDB/SP), sempre para pior, sobretudo para os servidores públicos. Por exemplo: pela nova versão do relatório, servidores que ingressarem até a entrada em vigor da futura EC da Previdência, se aprovada, poderão se aposentar com 60 anos (homem) ou 57 (mulher), mas tendo que pagar um pedágio de 100% sobre o tempo de contribuição – 35 anos para homem e 30 para mulher – que resta a cumprir, e mesmo assim recebendo provento apenas no valor equivalente ao resultado da média sobre todos os salários recebidos no tempo da ativa, e não no valor integral do último vencimento. Nessa caixinha de maldades do relator, até o Benefício da Prestação Continuada (BPC), que ampara as camadas da população em situação de “vulnerabilidade social” e teve as alterações pretendidas pelo Executivo retiradas na primeira versão do texto do relator, volta a ser atingido no novo parecer.
Ou seja: quanto mais o relator mexe na proposta da reforma, mais prejudica os trabalhadores. Tudo isso sob a justificativa da necessidade de garantir uma “economia” de R$ 1 trilhão, em 10 anos, com as mudanças na Previdência, sem explicar, em números, como a conseguirá nem o que será feito com esse montante.
E é nesse cenário de total indignação diante da determinação do governo e sua base parlamentar em passarem por cima dos direitos dos trabalhadores e da população que os deputados da oposição prometem dificultar, o máximo que puderem, a aprovação da PEC.
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