Ato no TRT elege delegados para a Ampliada e “puxa a orelha” do governo

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O presidente Alexandre Brandi (à direita) deu um "puxão de orelha" no governo. (Foto: Erinei Lima)

O ato de hoje, 14, à frente do TRT da Rua Mato Grosso, em Belo Horizonte, trouxe mais do que música e informes sobre as negociações em torno da tramitação do PL 6613/09 em Brasília. Os servidores presentes também elegeram oito delegados para participarem da Reunião Ampliada da Fenajufe, na próxima quarta-feira, 16, e formaram um novo grupo, que irá, na mesma quarta, para acompanhar a sessão da CTASP na qual o PCS será votado. Presentes ao ato, também estavam servidores de Sete Lagoas, Contagem e Divinópolis.

O presidente do Sindicato, Alexandre Brandi, lembrou o primeiro mês da greve em Minas e mais uma vez incentivou a participação de todos, lembrando que, mesmo que não queiram aderir à greve, pelo menos descessem de seus locais de trabalho para os atos, pois isso não gera represálias. “A greve é um direito e, se nos curvarmos agora, sairemos sem o nosso PCS e nunca mais teremos moral para fazer outra greve”, criticou Brandi, que também esclareceu que “a volta ao trabalho não pode ser feita ‘de qualquer jeito’, essa é uma decisão que deve ser tomada em conjunto, em assembleia”, criticou.

Apesar disso, Alexandre Brandi e os outros diretores do Sindicato presentes ao ato – Fernando Neves e Célio Izidoro – estão otimistas quanto à sessão da CTASP no dia 16 e acreditam que o PCS finalmente será aprovado nesta Comissão. “O ideal”, disse Brandi, “é que o nosso projeto já saia da CTASP em regime de urgência-urgentíssima, porque aí ele vai [ser apreciado] direto para o Plenário, sem passar por outras comissões”, opinou. Durante os informes da greve em Minas e no Brasil também foi lida uma nota pública elaborada pela Associação de Juízes para Democracia, na qual os magistrados declaram seu apoio à greve dos servidores – leia a íntegra aqui.

“Puxão de orelha”

Ao comentar sobre o movimento grevista em São Paulo, onde os diretores de Varas do Trabalho têm feito paralisações e manifestos pelo PCS e também se mobilizam em repúdio aos cortes de ponto, o presidente do SITRAEMG fez novo apelo para que os diretores de VTs juntem-se à greve, ao invés de, segundo informações repassadas ao Sindicato, fazerem pressão para que os servidores retornem ao trabalho. A certa altura, Alexandre Brandi perguntou aos presentes se havia algum diretor de VT entre eles – como a resposta fosse negativa, ele apontou: “vocês [diretores de VTs] também serão beneficiados pelo PCS, então desçam, isso não causa corte de ponto nem nada”, convidou.

Outro que não escapou ao puxão de orelha foi o ministro do Supremo, Cezar Peluso, que, de acordo com Brandi, poderia estar fazendo mais pelas negociações do PCS, mas parece estar “sem boa vontade” de interceder junto ao presidente Lula. E, por falar no governo, outros projetos de lei maléficos aos servidores ainda tramitam em Brasília, conforme lembrou Célio Izidoro, também diretor do SITRAEMG. “Confio que o PCS vai passar porque existe uma luta dos servidores, mas não podemos esquecer do PLP 549/09 e da PEC 190, para falar só de alguns, que ainda estão na ‘caixa de maldades’ do governo”, disse. Esta “caixa de maldades”, conforme definida por Izidoro, também conta com a recém-publicada Resolução n.º 63/2010 do CSJT, que fará alterações na estrutura dos órgãos da Justiça do Trabalho – leia mais sobre ela aqui.

Conversa no TRT

Os diretores jurídicos Fernando Neves e Gilda Bandeira Falconi levaram boas notícias aos servidores da Justiça Trabalhista mineira que aguardavam novas sobre a remarcação da reunião com o presidente da Casa, desembargador Eduardo Augusto Lobato. No ato da última sexta-feira, dia 11, os dois diretores conseguiram ser recebidos pelo presidente, que ouviu o pedido para negociar a reposição dos dias parados na greve e prometeu uma resposta em breve.

Neves destacou que o Sindicato deseja manter aberto um canal de diálogo com o TRT e que a greve não é contra as administrações, mas sim pela qualidade de trabalho dos servidores e juízes do órgão. “O servidor não é adversário das administrações e não vai aceitar nenhum tipo de retaliação ou tratamento diferenciado”, concluiu, reforçando o chamamento para lutar até o fim pela aprovação do PL 6613/09.

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