GREVE: Mais uma vez, 600 pessoas lotaram a porta da Justiça Federal em apoio ao PCS

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Em uma coincidência digna de uma Greve como esta, que já se revela forte antes de completar sua segunda semana, novamente 600 pessoas compareceram na frente do edifício Euclydes Reis Aguiar, da Justiça Federal – exatamente como na semana passada. O presidente do SITRAEMG, Alexandre Brandi, recepcionou os participantes com o que ele caracterizou como “várias boas novidades”. Com bandeiras, camisas e apitos saudando o movimento grevista, mais uma vez os servidores mostraram que não vão ceder à intransigência do governo.
A primeira boa notícia, de acordo com Brandi, foi a reunião da diretoria do Sindicato com o Diretor-Geral do TRT, Luiz Paulo Garcia Faleiro, que prometeu entrar em contato com os diretores de Varas do Trabalho, que, segundo reclamações recebidos pelo Sindicato, estariam pressionando seus servidores para que não aderissem à greve. Aproveitando o ensejo, o presidente comentou a repercussão da passeata dos servidores no Rio de Janeiro, que reuniu 700 pessoas (leia notícia aqui). O evento motivou uma reação da Administração do TRT-1, que criou uma comissão de “visitação durante o período de greve” – uma possível tentativa de retaliação aos grevistas, já que se destina a averiguar a frequência dos servidores durante o período de greve. Alexandre Brandi fez questão de ressaltar que aqui em Minas a atitude do TRT-3 é diferente, de respeito ao direito à greve dos trabalhadores.
Hoje, 19, foi uma dia especial para a greve em todo o país, dado o grande ato público realizado em Brasília e as diversas ações e passeatas Brasil afora, que continuam levando as negociações pelo PCS adiante.
Um bom exemplo é a reunião marcada entre o presidente da CTASP, deputado Alex Canziani (PTB-PR), e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, cuja pauta é o PL 6613/09, classificada por Alexandre Brandi como “uma prova da força da greve”. Em contrapartida, o argumento do secretário de Recursos Humanos do STF, Amarildo Vieira, para a demora na tramitação do PCS foi alvo de duras críticas da diretoria durante o ato: em reunião com o Comando de Greve Nacional, em Brasília, Vieira teria dito que o impasse se deve à troca de comando no STF, já que Cezar Peluso assumiu há apenas um mês.

Subsídio como solução

O presidente do SITRAEMG aproveitou para criticar novamente os servidores que resistem a parar: “tem que fazer greve de verdade, não é vir aqui ao ato e depois voltar a trabalhar.
Você tem que exercer esse direito para, amanhã, poder olhar com dignidade para seu colega e dizer ‘a greve que eu fiz garantiu a sua revisão salarial’”, argumentou o sindicalista. Como causa do receio de alguns em aderir ao movimento, Alexandre Brandi apontou o medo de perder as funções comissionadas e, mais uma vez, defendeu o projeto de um subsídio para a categoria.
Como no ato do dia anterior, 18, no TRT, ele explicou que um projeto sério de subsídio acabaria com as enormes diferenças salariais entre servidores antigos e servidores recém-chegados que ocupam o mesmo cargo – situação que ele classificou como um “fosso” na categoria. Ele também chamou a atenção para o risco dessas discrepâncias provocarem segmentações entre os servidores, que levam ao enfraquecimento da categoria como um todo – justamente em um momento em que “união” é a palavra de ordem.

Solidariedade em prol de um objetivo comum

Ao assumir o microfone, o diretor Célio Izidoro encorajou os servidores a aderirem à greve com um exemplo pessoal: “faço greves desde o primeiro PCS [1996] e nunca tive nem um dia de ponto cortado.
O Sindicato fez reuniões com as administrações e elas apoiam a categoria, estão dispostas a ajudar”, disse, para logo depois frisar que quem precisa se ajudar, agora, são os próprios servidores. “Participem da Comissão de Greve, incentive com seus colegas, não tenha medo – a greve é um direito do trabalhador que o governo não pode tirar”, finalizou. Fernando Neves, diretor jurídico da entidade, reforçou o recado, lembrando que, apesar do grande esforço, o Sindicato “não tem pernas para chegar a todos os lugares” – por isso, a necessidade da solidariedade, do trabalho de convencimento entre colegas, para evitar que, enquanto uns param, outros trabalhem, sendo beneficiados às custas do esforço alheio.

Os diretores encerraram o ato por volta das 14h30 com a execução do Hino Nacional e aproveitaram para convidar a todos para a Grande Passeata dos Servidores, que será feita em Belo Horizonte na próxima sexta-feira, dia 21, a partir das 13h, fechando a segunda semana da Greve em Minas. O trajeto prevê saída da porta do TRE (avenida Prudente de Morais, 100) e caminhada até a Justiça Federal (avenida Álvares Cabral, 1805) – a recomendação é usar as camisetas e coletes pretos, os mesmos utilizados nos atos (veja notícia aqui).

O presidente Alexandre Brandi (esquerda) e o diretor Fernando Neves, ao lado do servidor do TRT Rubens Pinheiro da Cruz, o Rubinho, que animou o ato com sua música. (Foto: Janaina Rochido)
O presidente Alexandre Brandi (esquerda) e o diretor Fernando Neves, ao lado do servidor do TRT Rubens Pinheiro da Cruz, o Rubinho, que animou o ato com sua música. (Foto: Janaina Rochido)
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