O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL), vem anunciando que está determinado a aprovar a privatização da Petrobras. Sugeriu que isto poderá acontecer até mesmo através de projeto de lei, com votos da maioria simples da Casa.
As afirmações vêm sendo feitas em entrevistas. Na terça-feira (31), ele sugeriu que o governo envie o projeto ao legislativo. “E isso subsidiado por um projeto de lei de maioria simples no Congresso, e o governo deixa de ser majoritário, tendo ainda assento de presidente do conselho deliberativo, do conselho consultivo da Petrobras ou o nome que se dê lá, e com poder de veto”, afirmou, em entrevista ao Jornal da Record.
A questão ganhou mais destaque na quarta-feira, 1º de junho, com a denúncia feita pelo deputado Glauber Braga (PSOL/RJ) durante discussão sobre projeto de lei que trata da política de preços da estatal.
A Petrobras é nossa?
Conforme explica o jornalista Luis Nassif, em artigo publicado no portal GGN em 29 de março, engana-se quem diz que que “a Petrobras é nossa”.
Segundo ele, a União detém 50,26% das ações ordinárias (são as que determinam o controle da estatal). O segundo maior acionista é o grupo dos ADRs, papéis negociados na Bolsa de Nova York, com 28%. Em terceiro, um grupo de investidores estrangeiros englobados pela Resolução 2.689, do Conselho Monetário Nacional, com 24,7% (15,7% de investidores estrangeiros e 8,11% de brasileiros).
Somando-se as contas, 41,63% da empresa está em mãos estrangeiras, que no conjunto passam a ser os segundos maiores acionistas. “Bastaria a União se desfazer de 0,4% de suas ações, para perder o controle sobre a empresa”, conclui o jornalista.
A privatização de empresas do Estado deve passar por aprovação de projeto de lei ou emenda constitucional, no Congresso Nacional.
O presidente da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, já anunciou que os trabalhadores do setor irão fazer a “maior greve da história”, caso a Petrobras venha a ser colocada à venda.
Assessoria de Comunicação
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