Lula não aparece, mas ‘recepção’ em Cuiabá recoloca defesa do PCS nas ruas

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O presidente não apareceu, mas o recado foi dado. A ‘recepção’ preparada pelos servidores do Judiciário Federal em Mato Grosso para o presidente Lula, na manhã de terça-feira (20), recolocou nas ruas a luta contra o congelamento salarial e pela aprovação do PCS-4.
A manifestação no aeroporto internacional Marechal Rondon, em Cuiabá é parte do ‘cerco’ político ao presidente Lula e ao ministro Cezar Peluso, presidente do Supremo Tribunal Federal, aprovado na reunião nacional ampliada da categoria.
O ato integrava o calendário nacional de mobilização da categoria e reuniu cerca de 200 servidores, segundo divulgado pelo sindicato no estado (Sindijufe-MT), que organizou a manifestação.
O presidente Lula iria a Mato Grosso inaugurar um terminal de cargas, mas acabou não comparecendo. Lula passou o dia em Brasília – não foram dadas explicações para a desistência da viagem, que chegou a ser confirmada pela imprensa local e pelo diretório do PT na cidade.
Mesmo sem o presidente, a direção do Sindijufe-MT acredita que a atividade alcançou boa repercussão e demonstrou que a luta contra o congelamento salarial continua mesmo após a pausa na greve. É o primeiro protesto expressivo pelo PCS-4 realizado após a suspensão da paralisação nacional do Judiciário Federal e do MPU.

Protestos onde Lula estiver

Embora a ausência possa ter se dado por questões de agenda, não está descartada a possibilidade de a presença do presidente Lula na inauguração do terminal ter sido cancelada por conta do anúncio prévio do ato público. “A gente não conseguiu descobrir [o motivo], até ontem à noite [segunda, 19], estava confirmado, inclusive pelo próprio PT”, diz Pedro Aparecido, diretor do Sindijufe e da federação nacional (Fenajufe). Alguns militantes petistas chegaram a ir ao aeroporto esperar pelo presidente.
Na reunião ampliada realizada pela federação, os servidores aprovaram ‘receber’ o presidente Lula em suas viagens pelo Brasil. A pressão é para que avancem as negociações em torno da aprovação do PL 6613/2009, que revisa o Plano de Cargos e Salários. A posição do governo, aceita pelo STF, é de só decidir sobre o projeto após as eleições de outubro, além de submeter o que vier a ser acordado ao presidente eleito.
O calendário de mobilizações prevê a intensificação das manifestações em agosto, que já tem marcado um “apagão” para o dia 4. Antes disso, no dia 1º, nova reunião ampliada acontece em Brasília, na qual representantes da categoria em todo país vão voltar a debater a campanha, avaliar o resultado das assembléias nos estados e definir a continuidade do movimento grevista.
Os representantes do Judiciário Federal em Minas Gerais na reunião ampliada serão eleitos na assembleia geral marcada para acontecer no dia 29 de julho (quinta-feira), a partir das 13h, em frente ao prédio do TRE-MG, na avenida Prudente de Morais, nº 100, em Belo Horizonte.

Preparando o ‘apagão’ de agosto

Servidores de seis cidades do interior de Mato Grosso, além dos da capital, participaram do ato em Cuiabá. Também estiveram presentes alguns trabalhadores do Ministério do Trabalho, em greve nacional.
Para Pedro Aparecido, o resultado da manifestação, ocorrida apenas quatro dias após o retorno ao trabalho no estado, mostrou a capacidade de a categoria manter de fato, e não apenas na retórica, a mobilização pela revisão salarial. “Serve de estímulo para nós e para outros estados, para entender que o recesso não é para sentar, é para mobilizar”, defende. “Serve de gás para a retomada em agosto”, afirma Pedro, que integra a coordenação do movimento Luta Fenajufe.

Por Hélcio Duarte Filho, jornalista do Luta Fenajufe, especial para o SITRAEMG
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