Brasília adere e greve atinge mais de 80% dos estados do país

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Greve nacional ganha reforço no seu 20º dia e deverá ter mais adesões numa semana em que deputados e Peluso podem se reunir com Planejamento

Os servidores do Judiciário Federal e do MPU do Distrito Federal decidiram aderir à greve nacional da categoria. Por unanimidade, cerca de mil servidores, reunidos na Praça dos Três Poderes, na tarde da terça-feira (25), aprovaram a entrada imediata na greve, que agora atinge 21 unidades da federação – 20 estados mais o Distrito Federal.

A notícia correu rápido pelo país e foi recebida com otimismo nas concentrações de servidores nas portas dos fóruns – há tribunais nos quais os servidores já estão em greve há 23 dias. A maioria dos estados, no entanto, está ‘parado’ há 20 dias, caso de quem entrou no dia 6, ou 14 dias, situação dos que aderiram no dia 6 de maio. “É importante que Brasília esteja na greve”, disse, na concentração nos prédios das Varas Trabalhistas de Curitiba, a servidora Carla Rovel, diretora do Sinjutra-PR.

A categoria vinha lamentando a demora na entrada do Distrito Federal na greve. Em Rondônia, os servidores da Justiça Eleitoral também paralisaram os trabalhos a partir da terça-feira. A previsão é de que nesta quarta (26), parem por tempo indeterminado os trabalhadores das Justiças Federal e Eleitoral do Acre.

Comando de Greve esteve na assembleia

A assembléia na capital federal foi acompanhada por dirigentes sindicais de Minas Gerais, Mato Grosso, Santa Catarina, Bahia, Paraíba, Pará, Amapá e Rio Grande do Sul. A direção do sindicato de Brasília (Sindjus-DF) anunciou a presença do Comando Nacional de Greve, mas não franqueou o som para saudações à assembléia. O presidente do Sitraemg, Alexandre Brandi, que participa em Brasília do Comando Nacional de Greve, também esteve na assembleia levando o apoio dos servidores de Minas.

Na semana passada, durante ato público nacional na capital federal, os servidores de Brasília receberam de colegas de outros estados uma carta, assinada por nove sindicatos, que tentava incentivar a adesão deles à paralisação.

Para Fernando Neves, da Justiça Eleitoral de Belo Horizonte e diretor do Sitraemg (MG), a participação dos servidores do Distrito Federal fortalece o movimento nacionalmente. “A greve está em constante construção em Minas Gerais e estávamos aguardando com muita expectativa essa adesão, o movimento vai se fortalecer com a entrada dos colegas de Brasília, que estão junto lá da cúpula do Judiciário e isso vai [refletir] nas negociações”, avalia.

Dirigente da federação nacional (Fenajufe) e do sindicato do Maranhão (Sintrajufe-MA), Saulo Arcangeli destaca o fato de a greve continuar crescendo no país, nas capitais e no interior, o que, naturalmente, aumentará a pressão sobre o governo e as administrações. “É importante que Brasília tenha entrado na greve. Embora tenha demorado, felizmente hoje eles entram para fortalecer a greve nacional, fortalecer a luta”, diz.

Já com 21 estados, o movimento tende a crescer ainda mais nesta semana. Servidores do Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e do Ceará, estados que ainda não aderiram à paralisação por tempo indeterminado, têm atividades marcadas que vão de assembleias a paralisações e atos públicos.

Deputados confirmam reunião com Planejamento

A greve ganha mais força numa semana na qual estão previstas negociações envolvendo os três poderes da União. Ao final da tarde desta quarta-feira (26), o ministro Paulo Bernardo, do Planejamento, deve receber integrantes da Comissão de Trabalho da Câmara, onde o projeto do PCS do Judiciário está parado (PL 6613/2009), bloqueado por imposição do governo Lula.

O Comando Nacional de Greve tenta garantir a participação de representantes da categoria nessa reunião, mas até a noite de terça-feira (25) não havia resposta sobre isso.

O secretário de Recursos Humanos do STF. Amarildo Vieira, comunicou a dirigentes da Fenajufe que nos próximos dias, talvez ainda nesta semana, o presidente do STF, ministro Cezar Peluso, deve se reunir com o ministro do Planejamento.

A expectativa do Comando Nacional de Greve é que a cúpula do Judiciário cobre avanços nas negociações com o Planejamento. De todo modo, o que se observa é que a greve nacional entra em sua terceira semana dando sinais de que ainda tem muito fôlego.


Por Hélcio Duarte Filho,

jornalista do Luta Fenajufe, especial para o SITRAEMG

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