O jogo da seleção brasileira de futebol na Copa do Mundo bem que tentou, mas o ato público de hoje, dentro da programação da greve em Minas, ainda assim conseguiu levar cerca de 200 servidores à porta do Tribunal Eleitoral para ouvir as novas sobre o PCS. Alexandre Brandi, presidente do SITRAEMG, lembrou aos presentes que estamos na iminência de uma data crucial para a categoria – a votação do PL 6613/09 pela CTASP, em sessão amanhã, 16, às 10h30. Mesmo com a garantia, via acordo entre os parlamentares, de que o projeto finalmente sairá da Comissão, a hora ainda é de atenção e fortalecimento do movimento.
De acordo com alerta feito pelo presidente do Sindicato, ainda há um risco de não haver quórum na sessão da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público amanhã, devido justamente à “festança” pela seleção na Copa. “Não acredito que isso vá acontecer”, esclareceu Brandi, “mas, se acontecer, isso se chama ‘molecagem’ e a foto de cada um desses ausentes estará no jornal para que servidor nenhum vote neles”, avisou.
Tanto Alexandre Brandi quanto Fernando Neves, diretor jurídico do SITRAEMG, declararam no ato que falta mais boa vontade do ministro do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluso, em negociar a favor dos servidores – ao contrário do que fez a ministra Ellen Gracie no PCS-3, em 2006, que “pegou o projeto debaixo do braço e foi direto ao presidente Lula negociar”, como relembrado por Brandi.
Ameaças ainda rondam
Os entraves para a greve dos servidores públicos também foram assuntos no ato de hoje. Liminares, portarias e resoluções têm levado preocupação aos grevistas, que, apesar de quererem manter o movimento, temem as represálias. Falando sobre isso, Fernando Neves elogiou a postura dos servidores que se mantém no movimento e explicou que “o movimento tem altos e baixos, mas o importante é se manter sempre mobilizados”. Junto a isso, o sindicalista fez um apelo para que os servidores não “debandassem” em razão do jogo do Brasil na Copa: “o jogo é só às 15h30 [eram 13h na ocasião], lembrem-se que sem a união e a participação de todos o PCS fica parado e o risco de congelamento continua”, concluiu.
Por falar nele, o congelamento salarial, o PLP 549/09 continua tramitando na Câmara dos Deputados e ainda representa uma séria ameaça aos servidores públicos. A “zona de conforto” na qual os servidores se encontram hoje quanto aos seus salários, segundo Fernando Neves, pode acabar em breve, caso o congelamento passe nas outras comissões da Casa. “Precisamos ficar de olho e fazer a nossa parte”, alertou o diretor. Após o ato, os servidores foram convidados a assistir ao jogo da seleção brasileira na sede do SITRAEMG, com direito a caldos, cornetas e vuvuzelas, personagens constantes nesta greve.
