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Servidores do TRT realizam reunião para organizar a luta contra a reforma da previdência

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Os servidores do TRT de Contagem se reuniram nesta quinta-feira (07/12), no saguão do prédio da Justiça do Trabalho para discutir formas de mobilização contra os ataques do governo contra os servidores públicos. O principal ponto debatido foi a reforma da Previdência, devido a investida do governo em tentar aprova-la ainda este ano, mas os servidores também debateram o PLS 116/2017, sobre avaliação de desempenho e fim de estabilidade no serviço público. Cerca de 30 servidores passaram pela reunião.

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O coordenador executivo do SITRAEMG Paulo José afirmou que a “ficha tem que cair”, se referindo aos servidores que ainda não começaram a se mobilizar. “Os nossos colegas estão muito confiantes. Acreditam que a reforma não vai passar porque o governo não tem votos. Mas se não nos mobilizarmos ele vai conseguir, e vai usar o nosso dinheiro para convencer a população de que a reforma é necessária”, afirmou.

Paulo ainda explicou que a desinformação faz com que muitas pessoas acreditem que a reforma não é tão ruim. “mas na verdade ela é pior do que se imagina. A reforma da previdência aumentará o tempo de contribuição para 40 anos. Veja bem, não é o tempo de serviço, mas sim o tempo de contribuição. A média de contribuição do brasileiro é de 70% do tempo ativo na cidade e 60% no campo. Ou seja, eh muito mais de 40 anos de serviço. Daqui a pouco só será possível se aposentar com 140 anos mesmo, como disse o próprio Temer”. Quem se consola por ter optado por uma previdência privada também deve ficar alerta. “Vários planos de previdência privada faliram e deram cano em todo mundo”, lamentou. E completou “É preciso que a gente saia da nossa zona de conforto e vá pra cima. Eu acho que, pelo andar da carruagem, o presidente ainda não tem a quantidade de votos necessária. Mas diferente de nós, ele não tá parado, ele tá trabalhando muito. Fazendo jantar todo dia, liberando emendas, reunindo com centrais, comprando verbas”.

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Os servidores presentes endossaram a fala do coordenador e falaram sobre a necessidade de multiplicar o discurso contra a reforma nas família, com os amigos, nas conversas de boteco e em todo o lugar. Como a reforma ataca a toda a população, se os servidores públicos se posicionarem como ponta de lança dessa mobilização ajudaria a mudar um pouco a imagem de inimigo que o governo e a mídia tentam construir contra o funcionalismo. “É preciso unificar servidores e celetistas, porque essa luta unifica todo mundo. Não é boa pra ninguém”, disse um dos servidores.

Ainda pediram que o SITRAEMG realize uma campanha pra redes sociais de intimidação dos deputados, utilizando a hashtag #SeVotarNãoVolta. Para que a mobilização possa acontecer também no ambiente virtual, assim como se deu na luta pela derrubada do veto, na campanha salarial de 2015.

Campanha contra o serviço público

Também foi comentado a reportagem da Globo do dia 05/12, com uma verdadeira campanha de difamação ao funcionalismo público federal, principalmente o judiciário. Foi levantado que a reforma salarial pode ser o próximo passo de Temer e por isso a proposta tem que ser enfrentada desde já. Pois, apesar da redução salarial, em primeiro momento, não afetar quem já está trabalhado, ela facilita o congelamento salarial. Isso somado aos Programas de Demissão Voluntária (PDV), o PLS 166/17 e a EC 95/16 (teto de gastos), pode gerar uma verdadeira perseguição aos servidores que ganham mais, pra cortar gastos.

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Segundo o servidor Carlos Cabeça: Há em curso uma luta desigual. “Temos que usar a arma que temos, manifestação e voto. Mas, temos que reaprender a fazer manifestação nessa nossa conjuntura que está muito diferente”.

O objetivo do PLS 116/2017, da senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE), é regulamentar um inciso do artigo 41 da Constituição Federal, que prevê as hipóteses de perda do cargo do servidor estável. O projeto estabelece para todo o serviço público um sistema de avaliação de desempenho. De acordo com a proposta, o servidor será avaliado semestralmente pela chefia imediata. O servidor que não atingir um patamar mínimo num determinado número de avaliações seria exonerado. 

Segundo o coordenador Paulo José, o problema é que o desempenho nunca foi o principal critério pra se assediar um servidor e persegui-lo. Ele citou como exemplo o caso de Divinópolis, onde uma faixa anônima foi afixada na porta do Tribunal clamando por socorro. “Ao invés da administração procurar saber o que tá acontecendo e investigar os casos de assédio, eles abriram um inquérito policial pra saber quem colocou a faixa. A avaliação de desempenho pode ser utilizada como desculpa para perseguir e assediar os servidores”. Paulo explicou que o departamento jurídico e de saúde do Sindicato já estão intervindo no caso de Divinópolis.

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