GREVE segue firme e diretores ressaltam que “quem não para de trabalhar prejudica o movimento”

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Cerca de 500 servidores estiveram hoje na porta do TRT da rua Mato Grosso, no Barro Preto, em Belo Horizonte, para mais um dia de atividades dentro da greve dos servidores do Poder Judiciário Federal, deflagrada no dia 12 em Minas e no dia 6 nacionalmente, já atingindo 19 estados do país (veja quadro de greve atualizado em 17/05 aqui). O ato de hoje contou com a presença de servidores de Contagem e Sete Lagoas, além do diretor jurídico do SITRAEMG Alexandre Magnus, que veio de Juiz de Fora, onde é servidor do TRT, para apoiar o movimento na capital e trocar informes sobre as mobilizações nas duas cidades.

Fernando Neves, diretor jurídico do Sindicato, saudou os participantes e elogiou a presença dos servidores do interior, ressaltando a importância dessa união para pressionar o governo pela aprovação do PL 6613/09. Frente a informes que o Sindicato recebeu de que, em algumas varas e cartórios os servidores gostariam de aderir à greve mas não podem, por serem convocados para trabalhar por seus diretores, Neves esclareceu que “o papel dos diretores é mesmo chamar para trabalhar, mas então cabe ao servidor dizer ‘estamos em greve e vamos cumprir somente o que manda a lei [30% das atividades]’ e lembrá-lo que a greve é de todos e, quando a revisão sair, ele também a receberá”, disse.
O presidente do SITRAEMG, Alexandre Brandi, tranquilizou os servidores das justiças Federal, Trabalhista e Eleitoral presentes quanto aos boatos de corte de ponto e também sobre o que seriam, afinal, os serviços essenciais que devem ser mantidos – que seriam o atendimento no balcão, digitador de audiência e atermação.
Quanto ao ponto, ele tornou a frisar que o Sindicato reuniu-se previamente com as administrações de todos os tribunais e que todos prometeram não retaliar os grevistas, pois, apesar de ter um papel diferente, não é interesse dos gestores prejudicar os servidores, disse. Além disso, como ele também informou, não há nenhum comunicado oficial destes tribunais que diga que os servidores em greve perderão seus dias.
Ao microfone, o diretor Alexandre Magnus saudou os participantes do ato de hoje e elogiou a “energia da greve em Belo Horizonte” – que ele disse pretender levar para o grande ato que acontecerá amanhã, 19, em Juiz de Fora, onde os servidores farão uma concentração das 12h às 14h, em frente ao Foro local da Justiça do Trabalho. Ele também traçou um paralelo entre as ameaças que certos projetos de lei do governo representam para os servidores públicos e a situação na Grécia, país europeu abalado por uma profunda crise econômica: “o FMI [Fundo Monetário Internacional] deu bilhões de dólares para a Grécia e em troca exigiu que o país congelasse os salários de seus trabalhadores. Agora, me digam, o que é que o Brasil está fazendo ao votar um projeto como o [PLP] 549/09, se não é a mesma coisa?”, questionou Magnus, alertando que a greve é a única força capaz de barrar esta situação, como feito nos três PCS anteriores (1996, 2002 e 2006), como lembrou.

Subsídio para acabar com desigualdades

Durante sua fala, o presidente Alexandre Brandi tocou em um ponto que pode ser mais um eixo de luta para o servidores – um subsídio para a categoria. Brandi defendeu um projeto sério de subsídio como uma forma de acabar com as enormes diferenças salariais entre servidores antigos e servidores recém-chegados que ocupam o mesmo cargo – situação que ele classificou como um “fosso” na categoria, que estaria gerando, nas palavras do presidente, “servidores de 1ª, 2ª, 3ª, até uma 5º categoria”.
Além disso, como dito por Brandi, o subsídio seria uma solução para o fato dos servidores possuidores de FCs e CJs não participarem da greve e de outras mobilizações por receio de perderem estes benefícios. “Para que a greve dê certo e consigamos nossa revisão salarial, é necessário que todos parem de trabalhar. Não basta descer na hora dos atos e depois voltar para trabalhar”, disse o sindicalista, que também chamou a atenção de quem estava resistindo à greve: “quem trabalha durante a greve prejudica o movimento, pois ganhará um benefício sem contribuir para ele. É preciso participar, é preciso estar solidário com seu colega que faz a greve, é preciso prestigiar a união e a luta de toda uma categoria”, disse Brandi, que pediu um apitaço para os grevistas.

Adesões na capital e interior

Na manhã de hoje, como relatou o diretor Fernando Neves, ele, acompanhado dos servidores Alvilene (TRE), Hélio Ferreira Diogo e José Francisco Rodrigues (ambos do TRT), visitaram servidores em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e estão confiantes de que eles vão aderir à greve. Contagem também recebeu a visita de Neves ontem, 17, e o resultado foi positivo: lá são cinco varas e o Foro da cidade parados. Neves também leu uma mensagem de apoio à greve enviada pelos servidores de Teófilo Otoni (leia a íntegra da mensagem aqui), que estão em greve e certos da vitória do movimento. Alexandre Magnus também falou da força do interior e revelou que, em Juiz de Fora, há uma participação confirmada no ato de amanhã, 19, de cerca de 40% da Justiça Trabalhista da cidade.

O diretor Fernando declarou-se confiante na repercussão da paralisação ocorrida na tarde de hoje em Uberlândia e enumerou as cidades já em greve – oito, sendo Diamantina, Montes Claros, Pium-í, Tombos, Uberaba, Teófilo Otoni, Nanuque e Rio Piracicaba. Ele também reforçou, mais uma vez, o convite para que os servidores participassem da Comissão de Greve – grupo formado por diretores e servidores, sempre ao final dos atos, para percorrer os prédios das justiças fazendo um trabalho de corpo-a-corpo com os colegas e convencê-los da importância de aderir à greve.

Também mereceu uma salva de palmas dos presentes o engajamento dos agentes de segurança e oficiais de justiça, que, em reunião, decidiram aderir à greve, com uma participação que já é de 60% do contingente. “Vamos seguir o exemplo dos colegas [agentes de segurança e oficiais de justiça], que estão funcionando somente em regime de plantão – vamos à luta!”, incentivou José Francisco Rodrigues, agente de segurança do TRT, ao microfone.

Passeata dia 21

Finalizando as atividades de hoje, foi feito um chamamento para os próximos atos (veja calendário aqui) e para que todos os servidores, das três justiças, concentrem-se na porta do TRE (na avenida Prudente de Morais, 100) na sexta, dia 21, às 13h, para juntos sairem em uma grande passeata que seguirá até a porta do prédio da Justiça federal (avenida Álvares Cabral, 1805). Aguardem mais detalhes.

Servidores de Contagem paralisaram suas atividades e cieram à Belo Horizonte participar do ato. (Foto: Erinei Lima)
Servidores de Contagem paralisaram suas atividades e cieram à Belo Horizonte participar do ato. (Foto: Erinei Lima)
Mais uma vez, uma multidão de servidores apoiou a greve e ouviu informes do presidente Alexandre Brandi e de outros diretores do Sindicato. (Foto: Erinei Lima)
Mais uma vez, uma multidão de servidores apoiou a greve e ouviu informes do presidente Alexandre Brandi e de outros diretores do Sindicato. (Foto: Erinei Lima)
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