O tempo seco e o forte calor que tomam conta da capital federal não foram suficientes para afastar os mais de dez mil trabalhadores que marcharam nesta terça-feira, na Esplanada dos Ministérios. O SITRAEMG participou através de seu coordenador Célio Izidoro e os filiados Orlando Pedro Souto Ferreira (TRE), Ailton Antonio Dos Santos (TRT) e Vicente de Paulo Passos (aposentado do TRT) da marcha que faz parte da Jornada de Lutas dos servidores públicos de todo o Brasil reuniu também representantes de diversos movimentos sociais. Os trabalhadores concluíram o ato em frente ao Ministério da Fazenda.
A categoria deu seu recado também em frente ao Congresso Nacional: não serão aceitos retrocessos e nenhuma retirada de direitos. A resistência deve aumentar de forma proporcional aos ataques e ameaças impostas pelo governo. Entre as ameaças estão projetos que ameaçam interromper investimentos em serviços públicos por pelo menos vinte anos, ameaças a soberania nacional com a entrega de riquezas como o Pré-Sal, a política de arrocho fiscal, as intenções de promover uma nova e profunda reforma da previdência, além da flexibilização de direitos trabalhistas.
Dieese alerta sobre PEC 241/16
Também nessa terça o Dieese divulgou uma importante nota técnica (veja aqui a íntegra) que estuda os impactos da PEC 241/16 encaminhada por Michel Temer ao Congresso Nacional. A PEC é uma das maiores ameaças aos serviços públicos brasileiros. Várias entidades e especialistas, incluindo Diap, apontam esta PEC como um dos mais graves retrocessos da história do Brasil que, em conjunto com propostas como a que entrega o Pré-Sal ao mercado estrangeiro, tem potencial para nos atrasar mais de cinco séculos em desenvolvimento.
Na nota técnica, o Dieese afirma que este pacote de medidas tem o objetivo de promover ajustes nas contas públicas que levam a uma redução do papel do Estado e tem profundo caráter neoliberal. Outra possível consequência das medidas previstas na PEC, apontada pelo Dieese, poderá ser a revogação ou alteração da política de valorização do salário mínimo. Ontem, a especialista e fundadora da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lúcia Fattorelli, alertava também em audiência pública sobre os riscos da aprovação do PLS 204/16 que prevê a implantação no Brasil de esquema muito semelhante ao que quebrou a Grécia.
Reunião do Fonasefe
Nesta quarta-feira (14/10) com um plenário cheio – aproximadamente 600 servidores – e a participação e intervenção de entidades nacionais, centrais sindicais, movimento sociais e estudantis aconteceu a reunião ampliada do Condisef. Além de debater um calendário unificado de atividades, os servidores presentes discutiram a necessidade de uma greve geral no Brasil. Em todas as faltas foi ressaltada a necessidade de unidade da classe trabalhadora.
As entidades estaduais informaram sobre o calendário de lutas para o dias 15 e 22/09. Também foi aberto o microfone para os trabalhadores de outras categorias, como os metalúrgicos, que estão construindo um dia de greve nacional, previsto para 29/09 contra todos projetos que tiram direitos.
Pela Fenajufe, as diretoras Adriana Barbosa Rocha de Faria e Elcimara Augusto de Souza fizeram o contraponto sobre as acusações da ala Cutista de que o único responsável por todos os ataques que vivemos é o governo Temer. Para as sindicalistas, Temer tem aplicado de forma mais enfática o mesmo projeto de ataques aos trabalhadores defendido por Dilma, e que os trabalhadores devem se opor a qualquer governo aplique ataques aos trabalhadores, “Principalmente a mais perversa delas a reforma da previdenciária”, e concluíram falando sobre a necessidade de contrapor a campanha do governo e da mídia de culpar o funcionalismo público pela crise econômica.
O fórum deliberou pôr aclamação a incorporação das lutas estaduais nos dias 15, 22 e 29 de setembro. Também foi votado a construção de um dia nacional de luta, ainda sem data, mas com indicativo de realização na segunda quinzena de Outubro. Por fim a reunião terminou com a tarefas das entidades, que devem incorporar suas bases na organização das lutas de setembro e outubro, rumo a greve geral.
Com informações do Condsef e depoimentos do coordenador do SITRAEMG Célio Izidoro