Acompanhe o Sitraemg nas redes sociais

Marco Aurélio Melo reforça pecha de “petista” ao manter pedido de impedimento de Temer

Compartilhe
marco-aurelio-mello
Ministro Marco Aurélio Melo, do STF

Conforme já amplamente divulgado pela imprensa, nesta terça-feira, 5, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), inicie processo de impeachment contra o vice-presidente da República, Michel Temer. A liminar atende pedido do advogado mineiro Mariel Márley Marra. Marra reclamou que havia proposto a abertura do processo contra Temer, mas o presidente da Câmara o havia arquivado, sob a alegação de que não haveria qualquer indício de que o vice-presidente cometeu crime de responsabilidade.

A Câmara dos Deputados, em parecer, classifica como “intervenção” a medida do ministro. “Nunca, jamais, pode se admitir tamanha intervenção em ato próprio de outro Poder da República, a ponto de autorizar a substituição da competência do órgão legislativo por decisão judicial”, avalia. Uma eventual liminar poderia apenas mandar a presidência da Câmara fazer novo exame da admissibilidade da denúncia. No parecer, a Câmara alega que denúncia contra Temer foi rejeitada porque “nenhum dos decretos apontados na inicial teria sido assinado pelo vice-presidente da República após a concretização (formalização) do não atingimento da meta de superávit, pelo que não haveria infração aos dispositivos legais tidos pelo impetrante por violados”.

Para a Câmara, alguém no cargo interinamente não pode inovar um projeto já estabelecido pelo titular do cargo. “Não pode o vice-presidente, por isso, ser responsabilizado por apenas dar continuidade às iniciativas da presidente, no papel de substituto eventual, como normalmente ocorre nas viagens presidenciais ao exterior. Ele não participou das tratativas e decisões que lhes dera origem”, justifica, no documento.

As atitudes suspeitas de Marco Aurélio

O ministro Marco Aurélio Melo tem sido uma das vozes mais questionadoras em relação às ações da Polícia Federal e às medidas do juiz federal Sérgio Moro, em relação a políticos do Partido dos Trabalhadores ou vinculados à legenda e ao governo. Em relação ao impeachment contra a presidente Dilma, ele tem declarado que o processo, em si, não é inconstitucional, desde que comprovada a irresponsabilidade fiscal cometida pela chefe do Executivo.

Suspeitas nas relações de Mello vem sendo levantadas desde a nomeação de sua filha, a advogada Letícia Melo, pela presidente Dilma, em 19 de março de 2014, para o cargo de desembargadora do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, que abrange o Rio de Janeiro e o Espírito Santo. À época, ele havia procurado desembargadores para tratar da indicação da filha, mas negou ter pedido qualquer coisa. “Jamais pedi voto, só telefonei depois que ela os visitou para agradecer a atenção a ela”, assegurou. Sobre a pouca idade da filha para o cargo, 22 anos, esquivou-se: “Se ser novo apresenta algum defeito, o tempo corrige”.

Marco Aurélio Melo é primo do ex-presidente da República e atual senador Fernando Collor de Melo, que o indicou para o cargo no STF à época. Collor, como se sabe, saiu “pela porta dos fundos” do Palácio do Planalto, e hoje é um dos investigados da operação Lava Jato, por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.

Recentemente entrevistado no programa Roda Viva (veja AQUI), da TV Cultura, de São Paulo, o ministro se viu em “saia justa” ao ser sabatinado pelo jornalista José Nêumane, do jornal O Estado de São Paulo. Depois de ouvir críticas de Melo à atuação do juiz Sérgio Moro nas investigações da Lava Jato, Nêumane criticou a “passividade” do Supremo em relação às instâncias inferiores do Judiciário, lembrando que Moro já condenou 77 réus em 17 processos, e o ex-governador e ex-senador Eduardo Azeredo renunciou ao cargo de deputado federal para fugir do processo do Mensalão Tucano no STF, e acabou condenado na primeira instância, em Minas Gerais.

“Marco Aurélio de Mello acaba de dar um motivo indiscutível para um processo de impeachment contra si: em uma decisão absurda, inconstitucional, inconcebível em um regime que respeite minimamente a separação de poderes, o Ministro do STF determinou que Eduardo Cunha deve instalar uma Comissão de Impeachment contra Michel Temer. A Constituição é clara: a atribuição de instalar ou não a Comissão é EXCLUSIVA do Presidente da Câmara. Marco Aurélio passou de todos os limites. É evidente que esta liminar concedida por Marco Aurélio, verdadeira aberração constitucional e jurídica, será derrubada pelo plenário. Marco Aurélio tem que ser chamado a responder por sua extrapolação. Desde 1964, um poder da República não era vítima de uma violência deste tamanho.É vergonhoso”. Essa é a mensagem de desabafo publicada hoje no site de blogueiros Sul Conexion (veja AQUI).

Compartilhe

Veja também

Pessoas que acessaram este conteúdo também estão vendo

Busca

Notícias por Data

Por Data

Notícias por Categorias

Categorias

Postagens recentes

Nuvem de Tags