Acompanhe o Sitraemg nas redes sociais

Assassinato de oficial de justiça no RJ expõe os riscos e a falta de segurança enfrentados por servidores do Judiciário

Compartilhe

Conforme noticia o site Diário do Vale (veja aqui a matéria original), Marco Antônio Dantas Mattos Dias, de 51 anos, foi preso na noite de terça-feira (11), suspeito de ter assassinado com dois tiros no mesmo dia, o oficial de justiça Francisco Pereira Ladislau Neto, de 25 anos. O crime ocorrido no sítio do acusado, às margens da BR-393 (Rodovia Lúcio Meira), Km 255, no bairro Belvedere da Taquara, em Barra do Piraí.  

Ainda de acordo com o site noticioso, o delegado titular da 88º DO, Raul Morgado, disse que Marco Antônio surtou ao receber do oficial de justiça por volta das 13h30 de terça-feira, intimação de uma ação trabalhista, possivelmente de um empregado que trabalha na farmácia da mãe do suspeito. Em seguida, Marco Antônio atirou no jovem que mesmo ferido saiu correndo pela rodovia, mas acabou caindo no chão. “Marco Antônio assumiu a direção do carro do oficial de justiça, o Fox Branco, placa ODL-8262, e ainda teria atropelado a vítima que morreu no local. No veículo havia várias intimações da Justiça trabalhista de Barra do Piraí. Montamos uma força tarefa entre as policiais Civil, Militar, Polícia Rodoviário Federal, e Polícia Federal, e conseguimos localizar o suspeito na casa de um sobrinho dele no bairro Química, também em Barra do Piraí. Uma câmera de segurança de uma firma que registrou o momento que ele fugia segurando uma pasta preta na mão, após abandonar o carro no bairro Coimbra, a três quilômetros do local onde estava o corpo do jovem”, declarou Morgado ao Diário do Vale.

O delegado disse que a região onde o jovem atuava era tranquila, tanto assim, que o oficial de justiça foi entregar as intimações sozinho, ou seja, sem o auxílio de policiais militares. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, a vítima tinha parado no posto policial da PRF para pedir informações, onde ficava o bairro Santo Antônio.

Segundo o policial, a família de Marco Antônio alegou que ele tem problema psiquiátrico, mas que a versão terá que ser comprovada por meio de um laudo médico. Morgado disse que, independentemente da informação ser verdadeira ou não, o acusado teve discernimento de pegar R$ 5 mil e seus documentos para tentar sair da cidade.

Marco Antônio foi indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil e o instrumento que ele utilizou (revólver) impossibilitou a defesa da vítima. Ele será submetido a um exame de corpo de delito.

O pai da vítima, Francisco Ladislau, jornalista que trabalhou na TV Gazeta (afiliada a Rede Globo), que mora em Vitória, no Espírito Santo, postou ontem nas  20h18, no Facebook, que o filho estudou muito para ser oficial de justiça e do nada o mataram. “Cabe eu ir lá (IML de Barra do Piraí) reconhecer o corpo dele”, lamentou Francisco.

Nota do TRT do Rio de Janeiro

Segundo o Diário do Vale, a Presidência do TRT/RJ publicou nota lamentando a morte do servidor Francisco Pereira Ladislau Neto, de 25 anos, que tomou posse naquele Tribunal em 29 de agosto último, depois de ter sido aprovado no concurso público de 2012. Ele estava lotado na Vara do Trabalho de Barra do Piraí.

“A Presidência do Regional Fluminense dispensará à família o apoio que se fizer necessário neste momento difícil e se coloca à disposição das autoridades no sentido de colaborar para a elucidação do fato”, informou a nota.

Comentário do SITRAEMG

O SITRAEMG lembra que a segurança para os servidores do Judiciário é uma reivindicação antiga das entidades representativas da categoria. Sobretudo para os oficiais de justiça, que realizam serviço externo e se deparam diariamente com situações de periculosidade, por serem portadores de ordens judiciais nem sempre agradáveis para as partes dos processos e terem que ir a favelas, nas cidades, e verdadeiros grotões, nas zonas rurais. Com o aumento da violência, em consequência da falta de políticas públicas dos governos, os riscos são ainda maiores. Sem o aparelhamento necessário, como o que é dado às Polícias Militares, a vida de servidores como os oficiais de justiça está sempre por um fio. Com raríssimas exceções, como o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, que, sensível a esses perigos, fornece equipamentos que, pelo menos, suavizam as situações de risco.

Se os tribunais refletissem bastante sobre essa questão, veriam que não só os servidores desassistidos, mas também o Estado e a sociedade estão perdendo com isso. Trabalhando com segurança, remuneração digna e qualidade de vida, a tensão diminui, assim como o adoecimento, e qualquer cidadão se sentirá mais apto a oferecer o serviço com a qualidade e celeridade que a sociedade espera e merece.

Compartilhe

Veja também

Pessoas que acessaram este conteúdo também estão vendo

Busca

Notícias por Data

Por Data

Notícias por Categorias

Categorias

Postagens recentes

Nuvem de Tags