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Sol quente, grande multidão e muitos protestos contra o governo no ato público em frente ao TRT da Getúlio Vargas

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No ato em frente ao TRT da Getúlio Vargas, a multidão com faixas e bandeiras, camisas e bonés vermelhos dão o tom e o colorido da greve em Minas - Fotos: Erinei Lima

O sol quente que brilhou sobre Belo Horizonte na tarde desta quinta-feira, 10 de novembro, acabou por confirmar a disposição e o ânimo dos servidores do Judiciário Federal em Minas para a greve, nessa luta incansável da categoria pela aprovação do PL 6613/09, na CFT da Câmara dos Deputados, e, antes disso, a inclusão do PCS no orçamento de 2012. Nada menos que 500 pessoas compareceram ao ato público realizado em frente ao prédio do TRT da avenida Getúlio Vargas, com a convicção de que somente com forte mobilização esse objetivo poderá ser alcançado.

No clima da greve, servidores de Contagem, Juiz de Fora e Formiga também fizeram questão de se deslocar de suas cidades para engrossar o coro e mostrar a todos que o interior está determinado a se fazer presente, como sempre, em mais um movimento paredista da categoria. A coordenadora do SITRAEMG Lúcia Bernardes elogiou e parabenizou os colegas pela presença maciça no ato e fez um agradecimento especial aos que vieram do interior: uma comitiva do TRT de Formiga, formada pelo diretor de base do Sindicato Mauro Collen; Sandro Luiz Pacheco, do TRE de Juiz de Fora; e Milton Joaquim Simão, representando o TRT de Contagem.

Aproveitando a oportunidade, Lúcia Bernardes fez, mais uma vez, um apelo para que haja adesão cada vez maior à greve, gritando para que os colegas que trabalhavam no prédio do TRT descessem para participar do ato, independentemente de terem ou não FC (Função Comissionada). “A tabela do atual PCS é de 2004”, advertiu, lembrando que, como ocorre agora, o PCS-3 ficou “na forma” por quase três anos, até ser implementado.

PLP 549/09: a ameaça

A servidora aposentada do TRT Ethur Zehuri foi no embalo e lançou um desafio àqueles que ainda não decidiram cruzar os braços. “Vamos formar uma greve forte!”, propôs, alertando a todos para o risco que representa o PLP 549/09, que prevê o congelamento salarial do funcionalismo público até 2019. A coordenadora do Sindicato Débora Mansur emendou chamando a atenção para a falta de sensibilidade do governo ao tentar impor o congelamento salarial dos servidores públicos quando se vê, a passos galopantes, o aumento do custo de vida e da inflação. Acrescente-se a isso, citou ela, os riscos de doenças a que os servidores estão expostos, pelas más condições e o próprio excesso de trabalho. Por fim, também deixou o seu recado para aqueles que ainda não aderiam à greve: “Temos que ter o respeito dos colegas e chefias frente ao direito de fazer greve”.

Welington Gonçalves, servidor da Justiça Federal que atualmente preside a Assojaf-MG e tem sido participante ativo não só dos atos públicos, mas também das atividades do comando de greve em Minas, chamou os colegas para a luta, lembrando que todos têm formação e são dignos do reajuste. Salientou-os, também, quanto à ameaça do PLP 549/09.

Governo Dilma: inimigo nº 1

A postura do Palácio do Planalto contrária ao projeto de revisão salarial dos servidores do Judiciário Federal não foi esquecida em nenhum momento nas falas de quem tomou o microfone para desabafar. Evandro Antônio Silva, servidor do TRT, criticou o governo federal pelo arrocho salarial e deixou sua mensagem para a presidente Dilma Rousseff: “Queremos dignidade para nós e para nossos filhos”.

Wellinton Gonçalves externou toda sua indignação em relação ao governo e aos parlamentares aliados que integram a Comissão Mista do Orçamento (CMO), por imporem a aprovação do relatório preliminar da proposta de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2012, nesta quinta-feira (veja matéria), sem as emendas que preveem a inclusão do PCS. “Cadê Peluso, Dalazen? Eles têm que dar uma resposta a Dilma”, indagou, cobrando dos presidentes do STF e do TST empenho efetivo pela aprovação do Plano de Cargos e Salários da categoria.

Nessa mesma linha, o coordenador geral do SITRAEMG e um dos coordenadores da Fenajufe, Hebe-Del Kader, pediu, várias vezes, “vaias” para o deputado Gilmar Machado (PT/MG), vice-líder do governo no Congresso Nacional e membro da CMO. Na sessão desta quinta-feira, ao encaminhar contra os destaques, o parlamentar mineiro defendeu que o relatório preliminar já contempla um item genérico que permite a negociação sobre reajuste salarial para o funcionalismo. O item aprovado, no entanto, não garante a previsão do reajuste dos servidores do Judiciário Federal. “Tivemos mais um golpe da CMO”, protestou o coordenador, pedindo que os servidores tentem novos contatos com o parlamentar que tem sua base eleitoral no Triângulo Mineiro, para tentar virar o jogo.

A força da greve

Luiz Fernando Rodrigues, servidor do TRT e membro do Conselho Fiscal do SITRAEMG, lembrou da grande dificuldade da criação do Sindicato, em 1988, e sua fundação, em 1989. Observando que o sindicato de Minas foi o primeiro a se instalar no país, no âmbito do Judiciário, externou seu ponto de vista de que, depois desses 25 anos, os servidores mineiros sentem necessidade de se organizar. Acreditando no pioneirismo do sindicato mineiro e na força de mobilização dos servidores de Minas, disse considerar que a greve é uma construção legítima. “Por isso somos vitoriosos. Se o PCS sair, seremos duas vezes vitoriosos”, apostou.

Com o entusiasmo de sempre, o ex-presidente do Sindicato Carlos Antônio Ferreira (Ovo) conclamou mais uma vez os colegas para a luta. “Eu sou nós. Estamos aqui num esforço que nos une, nós nos pertencemos. As administrações e tribunais nos pertencem. Por isso, a justiça tem que querer o melhor para nós”, filosofou, acrescentando que os servidores querem que o Judiciário Federal em Minas seja o melhor, mas que, para isso, querem também ser “reconhecidos”.

Membro da diretoria do SITRAEMG na última gestão, o servidor Fernando Neves, do TRE, parabenizou a todos os colegas presentes, e se dizendo “feliz” com a força da greve, ressalvou que a atual “é a continuidade (da greve) que foi feita no ano passado”.

Como de praxe, a música (com Rubinho e Victória Beatriz Freitas, filha da servidora Terezinha de Jesus Silva Freitas, do TRT, acompanhada pela professora de música Nívea Oliveira) rolou solta nos intervalos dos acalorados discursos dos grevistas.

Greve no interior

Os servidores da Justiça Federal de Uberaba (1ª e 2ª Vara e JEF – bem como os demais setores administrativos) reforçam também a greve da categoria a partir desta quinta-feira, 10, permanecendo em atividade apenas o percentual exigido pela lei de greve.

Calendário de atos públicos e mobilizações

11/11 – sexta-feira: 13h, ato público em frente ao prédio do TRE (Av. Prudente de Morais, 100)

14/11 – segunda-feira: 13h, palestra no SITRAEMG sobre stress e qualidade de vida no trabalho

16/11 – quarta-feira: 13h, filme no SITRAEMG

 17/11 – quinta-feira: 13h, ato público em frente ao prédio do TRT (Av. Augusto de Lima, 1.234)

 18/11 – sexta-feira: 13h, ato público em frente ao prédio da JF (Av. Álvares Cabral, 1.805).

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