Em mais um dos três atos públicos previstos pela Fenajufe em seu calendário, servidores reuniram-se na tarde de hoje, 19, em frente ao prédio da Justiça Federal, em Belo Horizonte, em protesto pela demora nas negociações para aprovação e implementação do PCS da categoria. O terceiro e último ato está programado para acontecer no dia 26 de maio, em frente à Justiça do Trabalho.
O presidente do SITRAEMG, Alexandre Brandi, abriu o ato comentando a respeito da tranquilidade com que ocorreram as eleições para a nova Diretoria Executiva e os novos conselheiros fiscais. Apesar disso, ele relembrou o movimento grevista de 2010 – 60 dias em Minas Gerais – e não poupou críticas ao ministro do Supremo, Cezar Peluso, que continua “imóvel” diante do impasse da revisão salarial. A notícia de que o deputado federal Roberto Policarpo (PT-DF) pretende, na próxima semana, apresentar emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO para garantir o PCS também foi vista com ressalvas pelo presidente: “Ele pode estar buscando garantir o nosso PCS e eu tenho certeza que ele [o PCS] vai sair, mas em 2012? Até lá o nosso reajuste já estará completamente defasado”, disse.
“Chegamos em um ponto onde o governo não tem mais como nos enrolar”, continuou Brandi – “até os presidentes dos tribunais já entendem que que conceder nosso reajuste é valorizar nosso trabalho, valorizar o servidor”, afirmou, lendo notícia sobre um ofício que o Colégio de Presidentes e Corregedores dos TRTs (Coleprecor) pretende enviar ao STF apoiando a retomada das negociações, por entender que a falta de reajuste está aumentando a evasão de servidores dos órgãos do Judiciário Federal.
Categoria precisa reagir
Os diretores da atual gestão, Alexandre Magnus e Etur Zehuri também falaram aos servidores durante o ato público. Magnus recordou as vitórias da categoria ao longo dos três PCS já conquistados, assim como o aumento da GAJ e o pagamento da URV. “Nós já lutamos contra os tribunais, que tentaram nos calar na última greve [se referindo às liminares que obrigavam os servidores a trabalhar e às ameaças de corte de ponto] e agora precisamos lutar contra essa fama que a imprensa e o governo nos ‘empurram’, dizendo que somos ‘marajás’”, criticou. Ele acrescentou que, atualmente, só uma minoria tem os altos salários apregoados pela mídia e por isso é importante exigir transparência e mudanças na remuneração dos servidores, para que a população possa ser esclarecida sobre a situação real da categoria.
Etur Zehuri, por sua vez, fez um apelo pela união da categoria em prol da construção de uma mobilização e de um sindicato fortes para fazerem frente ao governo e seus projetos de retirada de direitos. A diretora também chamou a atenção para a apatia que ela diz ter visto nos servidores enquanto visitava os locais de trabalho: “a categoria me pareceu desmotivada, mas essa é justamente a hora de reagir, de trazer mais colegas e reforçar a união em torno de um bem comum”, finalizou.
Urnas eletrônicas nas eleições do SITRAEMG
Passado o dia de votações para escolha da nova diretoria e dos novos conselheiros fiscais (clique aqui e veja os resultados de Belo Horizonte, até agora), Alexandre Brandi aproveitou para elogiar o processo e ressaltar o uso das urnas eletrônicas pela primeira vez. Ele destacou a rapidez na apuração dos resultados como sendo mais um passo dado pelo SITRAEMG rumo ao futuro: “acredito que em pouco tempo poderemos realizar as eleições até pela internet”, opinou.
O presidente também aproveitou para explicar aos servidores porque a eleição não foi feita de forma eletrônica em todo o estado (o interior de Minas votou de forma manual): tornaria-se inviável enviar urnas eletrônicas a todas as mais de 300 cidades mineiras onde há cartórios e zonas eleitorais, por exemplo – assim, optou-se por enviar para o interior material para a eleição com cédulas de papel.