Valeu a mobilização das centrais sindicais, sindicatos e demais entidades representativas dos trabalhadores ontem (terça-feira, 30/06), em Brasília (DF). Em um movimento que teve início com concentração por volta das 14 horas, no auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados, os manifestantes se organizaram na articulação junto aos parlamentares em defesa da aprovação da PEC 231A/1995, que dispõe sobre a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais. A Fenajufe, representando a si própria e os sindicatos filiados, entre os quais o SITRAEMG, também marcou presença, através dos coordenadores Rogério Fagundes, Lúcia Bernardes e Valter Nogueira. Ao final, a PEC 231A/1995, de iniciativa dos deputados Inácio Arruda (PCdoB/CE) e Paulo Paim (PT/RS), foi aprovada por unanimidade por Comissão Especial da Casa e, agora, segue para votação em dois turnos no plenário.
A aprovação da matéria foi efusivamente comemorada por parlamentares e representantes da classe trabalhadora. O deputado Chico Lopes (PCdoB/CE) destacou que a redução da jornada significa um avanço nas relações de trabalho e vai permitir que o trabalhador melhore de vida. “Em nenhum lugar do mundo se conseguiu avançar nas lutas históricas dos trabalhadores sem a unidade da classe trabalhadora”, lembrou o deputado Daniel Almeida (PCdoB/BA).
Jornada de 30 horas
Para os servidores públicos do Poder Judiciário Federal, além de significar uma conquista histórica da classe trabalhadora de modo geral, a aprovação da PEC 231A/1995 influenciará positivamente a luta da categoria pela jornada de 30 horas. O presidente do SITRAEMG, Alexandre Brandi, compartilha essa alegria com a classe trabalhadora, destacando que a redução da jornada permitirá ao trabalhador dedicar mais tempo ao lazer e à família e, ainda, viabilizará a criação de mais empregos. Comparando essa vitória com a luta dos servidores do Judiciário Federal, prevê que a batalha pela jornada de 30 horas fica agora mais fortalecida, e reforça os argumentos em defesa dessa bandeira. “Ela (a jornada de 30 horas) trará mais qualidade de vida para os servidores e propiciará a realização de mais concursos públicos para reposição do quadro e a contratação de mais pessoas”, prevê.
“Os servidores estão até na vanguarda nessa luta, pois já estamos defendendo a jornada de 30 horas”, salienta Cláudio Klein, coordenador da Fenajufe e diretor do Sintrajud-SP. Mas ele reconhece a grande vitória da classe trabalhadora com a redução da jornada de 44 para 40 horas semanais e acrescenta que ela representa um significativo avanço nas relações de trabalho no país. Para Klein, essa luta é, hoje, até mais importante que a luta por aumento salarial. “Ela é uma questão central, pois os trabalhadores estão adoecendo com o ritmo cada vez mais veloz no trabalho. Isso é fruto da ganância do capitalismo, que utiliza as inovações tecnológicas visando somente aumentar os lucros do patrão. Cabe à classe trabalhadora defender sua qualidade de vida”, explica. No caso do Poder Judiciário, Klein afirma que é inconcebível para a saúde do servidor trabalhar mais de seis horas por dia, pela própria carga excessiva de trabalho, pela pressão e pelo desgaste físico em decorrência do contato em tempo quase integral com o computador.
