Nova estratégia do Palácio do Planalto com tentativa de uma última cartada para obter êxito na votação da PEC 287/16 no Congresso Nacional, depois de sucessivos insucessos ao longo do ano passado, o presidente Michel Temer, sempre recluso em decorrência de sua conhecida impopularidade, virou garoto propaganda nos últimos dias ao conceder entrevista a apresentadores de TV mais populares do País, para defender a Reforma da Previdência. Ele já foi entrevistado, por exemplo, pelos apresentadores Silvio Santos e Ratinho, ambos do SBT. Ao programa Amaury Júnior, da TV Bandeirantes, limitou-se abrir a residência oficial do chefe de governo para as câmeras e conversar com o apresentador sobre o exercício da Presidência e a vida familiar deste, com a superficial finalidade de “aproximar” o nada carismático Temer da população.
Nas três entrevistas, fica muito claro que são muito bem pagas ou no mínimo estrategicamente “arranjadas”, pelos interesses mais amplos e diversos que se possa imaginar. Nas duas do SBT, cujo tema único é a Reforma da Previdência, os entrevistadores claramente levantam a “bola” para o entrevistado, que praticamente precisa só confirmar o que eles afirmam a favor da reforma. E mais entrevistas virão, com altos custos para os caixas da União, é claro.
Mas a última cartada do governo veio a público ontem (terça-feira, 30), com a divulgação do resultado da pesquisa realizada pelo Ibope dando conta de que, agora, menos da metade da população (44%) é contra a reforma, o que, segundo os “especialistas”, mostra que diminuiu a rejeição às mudanças na Previdência. Registre-se: o Ibope, instituto de opinião pública mais antigo do país ainda em evidência, já foi amplamente acusado, décadas atrás, de manipular pesquisas de intenções de votos durante campanhas eleitorais.
Com tanto dinheiro sendo injetado na mídia para empurrar a PEC 287/16 goela abaixo da população, o governo deixa cada vez mais evidente ter ciência, ao contrário do que diz, de que a reforma pretendida não encontra respaldo popular. Mostra, também, estar certo de que os deputados e senadores da atual legislatura, em que pese terem garantido maioria na aprovação das leis da terceirização, reforma trabalhista e PEC do congelamento de gastos públicos por duas décadas, não estão dispostos a sofrer o ônus de perder uma reeleição votando pela aprovação da reforma previdenciária. O recado já foi dado: “Se votar, não volta!”. Portanto, vai ser muito difícil Temer conseguir os 308 votos necessários para aprovação da PEC 287/16.
Mas, para isso, a mobilização deve continuar. E é por isso que o SITRAEMG reforça o convite aos servidores do Judiciário Federal para a Caravana a Brasília que está sendo organizada para o trabalho de pressão que será feito na Câmara dos Deputados, no dia 19 de fevereiro, data em que Rodrigo Maia prometeu pautar a Reforma da Previdência.
Mais detalhes sobre a Caravana a Brasília AQUI.
Confira:
Entrevista de Temer a Silvio Santos
Entrevista de Temer a Ratinho
Entrevista de Temer a Amaury Júnior
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Informações sobre a pesquisa do Ibope sobre a PEC 287/16
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