As eleições para direção do Supremo Tribunal Federal, como se sabe, ocorrem apenas para formalizar o pleito. Tradicionalmente, a escolha para os cargos de presidente e vice segue o critério da antiguidade no cargo de ministro. E não foi diferente ontem.
Nessa quinta-feira (25), o ministro Luiz Fux foi eleito para presidir a Suprema Corte no biênio 2020/2022. Ele obteve 10 dos 11 votos; o outro foi para a ministra Rosa Weber. No mesmo período, Weber será a vice-presidente, sendo eleita também com 10 votos, contra um voto direcionado ao ministro Luiz Roberto Barroso. Ambos, que serão presidente e vice também do Conselho Nacional de Justiça no período, vão tomar posse no dia 10 de setembro.
A eleição ocorreu por meio virtual, como têm sido as sessões da Corte neste período da pandemia. Estiveram presentes no plenário somente o atual presidente, ministro Dias Toffoli, e o colega Fux, que já se sabia que seria o eleito.
Discursos meramente retóricos à parte, o destaque durante as falas depois de proclamado o resultado da votação foi a emoção demonstrada pelos ministros em razão não só do momento difícil porque passa o mundo, de enfrentamento ao coronavírus, que já causou quase 500 mil mortes, mas também pela força de resistência apresentada pelo Supremo Tribunal Federal perante as sérias ameaças que vêm sofrendo a Constituição Federal e a democracia brasileira. Emoção manifestada não verbalmente, mas nas expressões sobretudo dos dois ministros que estavam presentes no plenário, que ensaiaram ir às lágrimas ao discursarem.
Mas o decano Celso de Mello, que juntamente com Alexandre de Morais tem atuado mais diretamente nos processos que apuram atos e ataques à democracia, deixou o seu recado, em seus cumprimentos aos eleitos, àqueles que insistem em desrespeitar a Constituição Federal. “São eles os depositários da confiança irrestrita desta Corte Suprema, que tem plena consciência de que os eminentes ministros Luiz Fux e Rosa Weber saberão conduzir, no âmbito do Poder Judiciário, a nau do Estado, dirigindo-a com firmeza e segurança e com o permanente e incondicional respeito à Constituição Federal”, assinalou.
Com informações do portal do STF