Os servidores e as servidoras do Judiciário Federal em Minas Gerais vão manter o estado de mobilização, construindo uma greve da categoria para agosto.
Essa foi a decisão da assembleia geral da categoria ocorrida na quarta-feira, 15 de junho, em formato híbrido. Presencialmente, a assembleia aconteceu em frente ao prédio da Justiça Federal na av. Álvares Cabral, 1741, em Belo Horizonte.
A mobilização permanente busca pressionar o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux, a se movimentar em defesa da recomposição salarial da categoria.
Com os salários congelados desde janeiro de 2019, quando recebeu a última parcela do reajuste conquistado em 2015, a categoria tem amargado pesadas perdas salariais.
“De janeiro de 2019 até abril de 2022 a inflação já corroeu 25% dos nossos salários. A projeção é que tenhamos uma perda acumulada de 30% em dezembro deste ano”, explicou o coordenador do Sitraemg David Landau, que conduziu a assembleia.
David destacou que nos dias 21 e 22 de junho, a categoria fará uma atividade em Brasília para cobrar do STF medidas concretas pela recomposição salarial. “Haverá uma caravana de Minas Gerais. As inscrições podem ser feitas até sexta-feira, dia 17. É importante que participemos dessa atividade”, disse.
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STF precisa enviar o projeto de lei até agosto*
Com a decisão, os servidores e as servidoras de Minas Gerais se unem aos colegas de vários estados do país e prometem jogar pressão sobre a presidência do STF.
Em agosto encerra-se o prazo para a elaboração do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2023. E nele precisam constar os valores necessários para a recomposição salarial da categoria.
Por esta razão, a categoria pretende centrar sua atuação na cúpula do STF, em especial, no presidente Luiz Fux. O ministro vem sendo criticado por não estar atuando em defesa da recomposição salarial da categoria.
A importância da mobilização
Em todas as intervenções durante a assembleia, servidoras e servidores reforçaram a necessidade da mobilização para conquistar a recomposição salarial.
“É um colega convencendo o outro. Se não houver mobilização, a gente não vai ter nada. Todos os nossos reajustes foram conquistados com muita luta”, afirmou o coordenador do Sitraemg Lourivaldo Duarte.
Ideia que foi complementada pelo ex-presidente da entidade, Alexandre Brandit. “As mobilizações anteriores começavam com pouca gente. Mas não podemos ficar no começo, temos que dar um passo a frente”, disse, destacando a força da greve dos rodoviários de São Paulo, que em um dia paralisados conquistaram o reajuste que reivindicavam. “Pararam tudo!”, enfatizou.
Para o servidor Fernando Neves, ex-diretor do sindicato, a mobilização também é uma defesa dos servidores que veem sendo atacados, em especial os da Justiça Eleitoral. “Eu não aceitarei e não morrerei na praia. A nossa força coletiva vai mudar esse quadro de ataques e de desmonte, e a luta se fortalecerá a cada dia”, disse.
A servidora Fátima, aposentada da Justiça do Trabalho, participou da assembleia com outras duas colegas, também aposentadas. Ela reforçou que é preciso chamar mais pessoas do segmento para a luta. “Estamos aposentados, mas dependemos da mobilização de todos e vamos participar da luta”, sustentou.
Já o coordenador do Sitraemg Paulo José da Silva fez um apanhado dos ataques que pesam contra os servidores. Entre eles, a reforma administrativa e o projeto de lei que visa unificar todas as aposentadorias em um único órgão.
“O governo trabalha para acabar com o serviço público, acabar com qualquer tipo de prestação de serviço pelo Estado. O que está em jogo é nosso futuro, a nossa sobrevivência. Vamos nos mobilizar, se não fizermos não teremos reajuste este ano”, disse.
Assessoria de Comunicação
Sitraemg
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