Aproveitando a disposição demonstrada esta semana pelos servidores do TRT de Contagem (veja aqui), ao realizarem ato público chamando os colegas para a mobilização pela urgente aprovação do PLC 28/2015 (revisão salarial) no Senado Federal, os servidores do Judiciário Federal em Minas Gerais, reunidos em assembleia realizada na manhã deste sábado, 23/05, na sede do SITRAEMG, aprovaram indicativo de greve e a realização de ato público em frente ao Fórum da Justiça do Trabalho de Contagem (Rua Joaquim Rocha, nº 13 – Bairro Betânia), na quarta-feira, 27/05, a partir das 13h30, e ato público – seguido de assembleia geral extraordinária (AGE) – em Belo Horizonte (em frente ao prédio da Justiça Federal – Avenida Álvares Cabral, 1.741, bairro Santo Agostinho, Belo Horizonte), no dia 29/05, sexta-feira, das 13h às 15h. A AGE, com 1ª chamada prevista para as 13h e segunda chamada às 14h, deliberará sobre paralisação de 48 horas nos dias 02 e 03/06 e greve por tempo indeterminado a partir de 10/06.
O objetivo é fazer coro ao trabalho de mobilização nacional e de pressão que vem sendo feito sobre o governo, diante das medidas impopulares tomadas por ele e das denúncias de corrupção que surgem sem cessar no âmbito dos órgãos públicos federais. Além disso, o Sindicato organizará uma caravana para ir a Brasília para fazer trabalho de corpo a corpo junto aos senadores em defesa da inclusão do PLC 28/15 na pauta do plenário e sua aprovação.
Atenção às manobras do governo
Ainda na assembleia, foi pedido que todos os servidores, sobretudo os diretores de base, se envolvam na mobilização, argumentando com os colegas nos locais de trabalho sobre a importância de se engajarem e convidando-os para os atos, assembleias e demais atividades.
Fazendo um relato dos acontecimentos da semana no Senado em relação ao projeto de revisão salarial, o coordenador do Sindicato Célio Izidoro informou que chegou a haver um pedido do governo para que a matéria fosse encaminhada à apreciação da Comissão de Assuntos Econômicos da Casa, o que seria uma temeridade para seu avanço, mas aprovação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) impediu que isso acontecesse. “Temos que ficar ‘antenados’, atentos a essas manobras”, salientou, advertindo que toda a atenção neste momento é importante. “Temos que pressionar o STF a ir pra cima do Executivo. E que Lewandowski exija: Dilma, não vete”, completou.
Luta não é só pela revisão salarial
Mas, para Célio Izidoro, não é só pela revisão salarial que a categoria deve lutar. Tem que se engajar pela data-base dos servidores públicos federais e pela rejeição do PL 4330/04, que trata da terceirização. Para isso, avaliou, há necessidade de os servidores federais se unirem pela construção da greve. “Vamos fazer uma greve forte e curta”, propôs o coordenador Alexandre Magnus, que apresentou informes acerca das deliberações da mobilização nos outros estados e parabenizou os colegas do TRT de Contagem por saírem na frente demonstrando ânimo pela construção da greve em Minas.
“Se a gente não construir uma grande greve nacional, maior possibilidade é de não aprovarem a nossa revisão salarial”, observou o diretor de base David Landau. Em seu ponto de vista, Landau sustentou que, enquanto o senador Delcídio Amaral (PT/MS) tenta, primeiro, desviar o PLC 28/15 para a CAE, e segundo, transformá-lo em substitutivo, o governo anseia algo ainda pior. “O governo quer é zero para nós”, constata, frisando que é fundamental que a categoria entre em cena e se sensibilize para a necessidade da mobilização. “Em conjunto (com as demais categorias dos SPFs), fica mais fácil derrubar (a resistência do governo)”, aposta.
Reforço no Distrito Federal e de outras instituições
Já o coordenador Sandro Luis Pacheco, que esteve em Brasília esta semana acompanhando a votação da revisão salarial na CCJC, destacou como bastante positiva para a luta da categoria a eleição da chapa 1 (de oposição à atual diretoria) para a direção do Sindjus/DF. “Acho que agora vamos ter uma greve de verdade no DF. (a eleição da chapa 1) vai ajudar nessa mobilização”, previu, opinando que, para que haja êxito, tem que ser uma mobilização forte.
Carlos Nazareno (o Cabeça) é um dos organizadores da mobilização entre os servidores do TRT de Contagem. Presente na AGE de hoje, ele afirmou que há grande vontade entre seus colegas de participarem das mobilizações. “O que for decidido, vamos abraçar”, garantiu, dizendo contar com o apoio do Sindicato. Para o ato de quarta-feira, 27, em frente ao TRT de Contagem, ele adiantou que buscará o apoio dos juízes da Justiça do Trabalho e da Justiça Eleitoral, além da OAB local e outras instituições.
Segurança para os grevistas
O coordenador geral do SITRAEMG Alexandre Magnus informou a todos que o Sindicato está organizando um kit greve, que será disponibilizado, através do site, com sugestões de faixas a serem usadas nas manifestações, carta para esclarecimento à população, além de ofícios a serem entregues às direções locais dos tribunais e outras instituições com esclarecimentos sobre o movimento grevista.
Magnus aproveitou a oportunidade para relatar que o Sindicato procurará se manter em permanente contato com as administrações dos tribunais para garantir segurança dos servidores que decidirem aderir a paralisações ou greve. Ele lembrou que, graças a esse trabalho realizado pela diretoria, o presidente do TRE abonou o ponto dos servidores da Justiça Eleitoral que participaram da greve no ano passado. Em reunião nessa sexta-feira, 22, com a presidente do TRT, desembargadora Maria Laura, solicitou que a administração do Tribunal substitua a determinação de compensação hora a hora dos dias parados na greve do ano passado pela realização dos serviços atrasados em decorrência da ausência ao trabalho até o limite do tempo das horas faltosas. O Sindicato também solicitou à desembargadora que envie ofícios à presidente Dilma e ao presidente do Senado, Renan Calheiros, pleiteando apoio ao projeto de revisão salarial. A presidente ficou de estudar os pleitos. Por fim, Magnus deixou a seguinte mensagem aos colegas: “É importante irmos para a rua e mostrar que estamos unidos. E esta é a hora. Somos os principais atores dessa mudança. E é a nossa dignidade que está em jogo”.
Quem faz greve são os servidores
E o coordenador Célio Izidoro também deixou um recado para reflexão dos colegas. “Não é a direção do Sindicato que faz greve. Ela apenas lidera e estimula. Quem faz a greve é a categoria”, enfatizou. Ele propôs a formação de uma comissão de mobilização para sair pelos locais de trabalho convidando os servidores para a construção da greve. O coordenador Alexandre informou que, em contato com a Assojaf/MG, a direção da entidade afirmou que o Sindicato pode contar com a participação dos oficiais de justiça nas atividades de mobilização. E o filiado aposentado Hélio Canguçu lembrou que, no dia 29, haverá reunião do segmento, e sugeriu que a direção do Sindicato faça um convite para que reforcem a luta.
Encerrada a AGE, os filiados presentes discutiram estratégias de mobilização que serão levadas à categoria ao longo da próxima semana.