Nem mesmo o frio que atingiu Belo Horizonte na tarde de hoje, 2, impediu que cerca de 350 servidores comparecessem ao ato em frente ao TRE, marcando mais um dia da greve em Minas Gerais, deflagrada em 12 de maio. Após saudar os grevistas, o presidente Alexandre Brandi deu boas notícias sobre as negociações sobre o PCS (PL 6613/09) e esclareceu os presentes sobre a polêmica Portaria Conjunta n.º 01/10, publicada pelo TRT, fixando em 40% o percentual de trabalhadores que devem atender aos serviços essenciais durante a greve.
No rol das boas notícias, o presidente do SITRAEMG informou que, na última reunião entre representantes do STF e o Comando Nacional de Greve, em Brasília, Alcides Diniz (diretor-geral do STF) disse que o STF continuará defendendo, nas conversas com o ministro Paulo Bernardo e representantes da área econômica do governo, o conteúdo original do PL 6613/09. Brandi apresentou esta informação como mais uma prova de que “as negociações estão caminhando por causa da greve” e forçando a cúpula do judiciário a decidir em prol dos servidores. “Não voltem a trabalhar, desçam e participem, senão as negociações emperram e o PCS não sai”, pediu Brandi, dirigindo-se àqueles que ainda estavam dentro do prédio.
Os servidores também foram informados por Alexandre Brandi que existe uma possibilidade de parcelamento do PCS em duas vezes, sendo janeiro de 2011 e junho de 2011, mas a informação ainda não foi confirmada. Ainda assim, esta possibilidade é melhor do que um parcelamento em seis vezes, como feito no PCS-3. De acordo com mais informações lidas por Brandi, Peluso também teria descartado qualquer possibilidade de o projeto (PL 6613/2009) ser remetido ao Conselho Nacional de Justiça para nova análise, contrariando o que defendera o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.
Portaria do TRT ainda gera dúvidas
Os servidores continuam na dúvida sobre como a portaria, publicada em 27 de maio, afetará o andamento da greve. Fernando Neves, que é diretor jurídico do Sindicato, esclareceu os servidores no ato de hoje e afirmou que, antes de tudo, a portaria é um reconhecimento do direito de greve. O diretor elogiou o canal aberto entre a categoria e o Tribunal Eleitoral e disse esperar que o mesmo pudesse ser feito junto ao TRT.
Os diretores do Sindicato tornaram a afirmar que providências a respeito da portaria serão tomadas – como um ofício em resposta, já pronto (leia aqui) – e que os servidores não devem temer aderir à luta pelo PCS por causa dela. O SITRAEMG também aguarda que o Tribunal entre em contato para remarcar a reunião desmarcada dia 1º, na qual a Portaria Conjunta n.º 01/10 seria abordada, junto a outros assuntos pertinentes ao movimento paredista.
Fundo de Greve
Durante o ato, uma assembleia deliberou pela criação de um Fundo de Greve, a exemplo do feito pelo Sintrajud – sindicato da categoria em São Paulo. O objetivo do fundo, como explicado pelo diretor Fernando Neves, autor da proposta, é ter uma reserva para gastos com a greve e o Sindicato espera que este fundo não seja usado para reposição salarial, uma vez que aguarda a compreensão das administrações, pois, ao fim da greve, haverá reposição do trabalho acumulado. “É quase uma questão simbólica, mas é uma forma dos companheiros que não podem, ou não querem aderir à greve, ajudarem no movimento”, explicou Neves. Em breve, o Sindicato divulgará mais informações sobre o Fundo e sobre como os servidores podem contribuir.
Próxima semana
Encerrando o ato de hoje, os diretores convocaram a categoria a participar dos atos da próxima semana, que incluirão uma passeata entre dois prédios da Justiça do Trabalho no Barro Preto, em Belo Horizonte, no dia 10. Na sexta-feira, 4, haverá atividades diversas e visitas aos tribunais de Belo Horizonte e cidades do interior para trabalho de convencimento e corpo-a-corpo com a categoria – para aqueles que desejarem assinar a lista de presença, uma barraca estará na porta do TRE da avenida Prudente de Morais, 100, entre as 11h e 14h.
Veja o calendário:
- Segunda-feira, 7 de junho:
concentração em frente ao TRT da Rua Mato Grosso, 468, no Barro Preto – informes sobre a greve e chamamento dos servidores da casa para participar. - Terça-feira, 8 de junho:
concentração em frente ao TRE da Avenida Prudente de Morais, 100, na Cidade Jardim – informes sobre a greve e chamamento dos servidores da casa para participar. - Quarta-feira, 9 de junho:
concentração em frente à Justiça Federal, na Avenida Álvares Cabral, 1805, no Santo Agostinho – informes sobre a greve e chamamento dos servidores da casa para participar. - Quinta-feira, 10 de junho:
concentração novamente em frente ao TRT da Rua Mato Grosso, 468, e saída em passeata até o prédio da Rua Goitacazes, 1475, ambos no Barro Preto – informes sobre a greve e chamamento dos servidores da casa para participar. - Sexta-feira, 11 de junho:
concentração em frente ao TRT, desta vez na Avenida Getúlio Vargas, 225, bairro Funcionários – informes sobre a greve e chamamento dos servidores da casa para participar.
Veja também a programação Nacional do movimento grevista:
- Terça-feira, 8 de junho – Um mês de greve:
Ato Nacional em Brasília e manifestações em todas as capitais, para marcar um mês de greve pela aprovação da revisão salarial. - Quarta-feira, 9 de junho – corpo-a-corpo com os deputados, em Brasília.
