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Marcha arranca de relator promessa de parecer contrário a salários congelados

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Manifestação em Brasília reúne cerca de dois mil servidores e leva a Brasília rejeição da categoria ao PLP 549

Há muito tempo não se via tantos servidores de tantos segmentos do funcionalismo juntos numa mesma manifestação em Brasília, que teve a presença de trabalhadores do Judiciário e do MPU. Quem esteve na marcha nacional do funcionalismo contra o congelamento de salários viu essa retomada das ações conjuntas arrancar do relator do PLP 549/2009, que muda a Lei de Responsabilidade Fiscal e “engessa” os serviços públicos, a promessa de que o seu parecer atenderá a quase “todas as reivindicações da categoria”.
O deputado Luis Carlos Busato (PTB-RS) esteve por alguns minutos no ato do funcionalismo, que começou nas ruas na manhã desta quinta-feira (15) e continuou à tarde nas dependências da Câmara. Saudou a manifestação e disse que fora convencido de que a proposta é ruim para o país. Vice-líder do governo, admitiu que ela levará ao congelamento de salários: os limites de crescimento estabelecidos no projeto, que tem apoio do governo Lula, seriam consumidos apenas pelo chamado aumento vegetativo da folha de pagamento, decorrente de progressões, aposentadorias etc.

’Derrubar o projeto na Câmara’

Ao terminar de falar, Busato foi interpelado pelo servidor Antonio Melquíades, o Melqui, que pediu ao deputado que não tentasse “melhorar” o projeto, mas que fosse contrário à proposta. “Esse projeto tem que ser derrubado na Comissão de Trabalho”, disse Melqui, que é dirigente da federação nacional e integra o movimento LutaFenajufe.
Ainda da tribuna, Busato não chegou a responder ao apelo. Mas logo depois, falando à reportagem, que perguntou se o seu relatório “melhoraria” ou seria contrário ao PLP 549, disse que pelo que havia visto até agora a tendência seria um “parecer contra o projeto”.
Ele disse que pretende entregar o parecer no dia 5 de maio e que, caso o presidente da Comissão de Trabalho concorde, a proposta seria posta em votação na sessão do dia 12. O parlamentar avaliou que há muito apoio na comissão às reivindicações contrárias ao PLP 549, mas que mesmo assim seria fundamental uma presença massiva de trabalhadores neste dia na Câmara.

Protesto também no Planejamento

Pouco depois terminaria o ato dos servidores, àquela altura já com faces cansadas que contrastavam com a animação e o barulho das primeiras horas do protesto, que teve cornetas, fogos, instrumentos de percussão e até bonecos gigantes.
O ato organizado pela Cnesf (coordenação nacional dos servidores) e pela Frente Contra o PLP 549 começou por volta das 10 horas na Catedral, fez a obrigatória parada no Ministério do Planejamento, por onde tudo que envolve dinheiro tem que passar, e caminhou em direção à Câmara dos Deputados. Para isso, contornou as barreiras impostas pelo Exército, que ocupou parte da capital em virtude da reunião de presidentes ’emergentes’ que ocorre no Palácio Itamaraty.

Por volta das 15h10, a coordenação declarou o ato encerrado. O desgaste de quase cinco horas de manifestação, parte delas sob o sol que faz o seco ar de Brasília parecer ainda mais seco, não impediu os servidores de posarem para a tradicional foto que encerra eventos. Deixaram a Câmara dos Deputados sob clima vitorioso, de que o ato contribuiu muito para o avanço da luta contra o congelamento e os demais projetos ’anti-servidor’. Mas também levaram a certeza de que muita mobilização ainda será necessária para vencer essa batalha.

Cerca de dois mil servidores marcharam ontem contra o PLP 549/09 e pela aprovação do PL 6613/09 (foto: Valcir Araújo)

O diretor da Fenajufe, Pedro Aparecido, fala durante o ato (foto: Valcir Araújo)
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