Foi com um grande bolo com velas e o animado “Parabéns para você” cantado por quase 200 servidores que a greve em Minas Gerais completou um mês. A “festa” aconteceu em frente ao prédio do Tribunal do Trabalho da Avenida Getúlio Vargas, onde funcionam a presidência da Casa e os gabinetes dos desembargadores, e contou com servidores que vieram de Sete Lagoas. Aproveitando o local do ato, os diretores do SITRAEMG criticaram a demora do TRT em receber o Sindicato para negociar os dias parados pela greve e outros assunto pertinentes ao movimento.
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O presidente Alexandre Brandi abriu o ato passando informes sobre as últimas negociações em prol do PCS, inclusive a boa nova de que o deputado Paulo Rocha (PT/PA) se comprometeu, em nome da Liderança do Governo na Câmara, que assim que sair um acordo sobre o orçamento do PL 6613/09, apresentará requerimento de urgência urgentíssima para que o PL seja apreciado pelo plenário da Casa, sem passar pelas demais comissões. Partindo disso, Brandi fez novo apelo para que os servidores mantenham a greve: “falta pouco”, disse.
Também não faltaram críticas às atitudes dos tribunais superiores, que, por meio de liminares e portarias, vêm cerceando o direito de greve do servidor público. “Quem deveria defender a Justiça está jogando a Constituição na lata do Lixo”, criticou o presidente do SITRAEMG, para logo depois ler o artigo recém-publicado pela Fenajufe, “Tribunais superiores atropelam direito de greve” [leia aqui]. Fernando Neves, diretor jurídico do Sindicato, também censurou as retaliações que a greve vem sofrendo, classificando como “absurdos jurídicos”, os meios utilizados para forçar a volta dos trabalhadores.
É preciso perseverança
Fernando Neves comentou que alguns servidores o procuraram dizendo que querem continuar em greve, mas que os colegas querem retornar ao trabalho, por medo de represálias. O diretor salientou que a greve é um ato de coragem e encorajou os grevistas a se manterem firmes, já que as negociações em Brasília estão avançando. “Fazer a greve é difícil, é um momento de confronto com nossas chefias, nossos colegas e nós mesmos”, disse, fazendo novo chamamento para que a classe fique unida e solidária nesse momento, considerado crítico na luta pelo PCS.
Palavras de incentivo também foram proferidas pelo ex-presidente do Sindicato e servidor do TRT, Carlos Antônio Ferreira, mais conhecido como Ovo, que disse que as administrações dos tribunais precisavam entender que a greve não era contra eles, mas sim “a favor do respeito com a categoria, da qualidade do trabalho e de um salário digno”. Ovo, que também acredita que é necessário manter a greve, reforçou o pedido de Fernando Neves: “Precisamos da participação de todos, porque falta pouco”, concluiu.
Impasse quanto ao TRT prossegue
A diretoria do Sindicato fez vários apelos à presidência do TRT pela marcação de nova reunião, já que a agendada para 1º de junho foi desmarcada horas antes de acontecer. “Estamos lutando pela qualidade de trabalho no TRT e receber o Sindicato é respeitar os dez mil servidores que esta entidade representa, é respeitar os direitos trabalhistas conquistados ao longo de todos esses anos”, disse Fernando Neves, ao microfone, dirigindo-se diretamente ao presidente do órgão.
Alexandre Brandi, por sua vez, esclareceu aos servidores a respeito do Comunicado divulgado na intranet do Tribunal, no qual a administração diz que o Sindicato é que estaria descumprindo o que foi acordado na reunião ocorrida em 5 de maio, antes da deflagração da greve, no que concerne aos serviços a serem mantidos. O SITRAEMG providenciou um esclarecimento aos servidores [leia aqui], publicado no site da entidade, e Brandi chamou a atenção dos presentes para que atentassem à cronologia dos contatos com o TRT, e, ao que parece, quem ainda está em falta é mesmo o tribunal.
