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Servidores suspendem greve, mas definem pela continuidade da luta com apagão dia 24 e estado de greve

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Após praticamente dez dias da deflagração da greve por tempo indeterminado da categoria, servidores votaram pela suspensão do movimento, pela manutenção do estado de greve e a continuidade da luta, com a realização de apagão de 24 horas em frente ao TRE, de assembleias e de outras atividades nas próximas semanas. A decisão foi tomada no ato público e assembleia na tarde desta quarta-feira, 17, em frente à Justiça Eleitoral, em Belo Horizonte e os servidores devem retornar ao trabalho já amanhã. Também no dia 18, quinta-feira, também haverá reunião do Comando de Greve na sede do SITRAEMG, às 9h.
Praticamente por unanimidade, servidores votam pela suspensão da greve e manutenção do estado de greve, além de um calendário de atos para a próxima semana (Fotos: Janaina Rochido)
Praticamente por unanimidade, servidores votam pela suspensão da greve e manutenção do estado de greve, além de um calendário de atos para a próxima semana (Fotos: Janaina Rochido)

No ato público de hoje, conduzido pelos coordenadores sindicais Igor Yagelovic, Célio Izidoro Rosa, Sandro Luis Pacheco e Vilma Lourenço de Oliveira, além do diretor de base e servidor do TRT-3 David Landau, foram lidos informes sobre as atitudes tomadas pela Fenajufe contra o corte no orçamento promovido pelo Executivo, travando a reposição salarial de servidores e juízes (veja aqui), e sobre a já prevista suspensão do movimento nos últimos dois estados que estavam em greve, que depois se confirmou.

Igor Yagelovic também falou com mais detalhes sobre as reuniões das quais ele e os coordenadores Alan Macedo, Alexandre Magnus Martins e Nilson Jorge de Morais participaram em Brasília, na segunda-feira, 15. No mesmo dia, eles estiveram com o diretor geral do Supremo Tribunal Federal (STF), Amarildo Vieira (leia aqui), e com o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Antonio José Barros Levenhagen (leia aqui), quando trataram de assuntos de interesse da categoria. Nos dois encontros, a revisão salarial foi ponto de pauta, e tanto Vieira quanto Barros Levenhagen se colocaram a favor do pleito da categoria e se colocaram à disposição para ajudar, fazendo interlocuções no Congresso.

O coordenador geral do SITRAEMG também expressou o entendimento da diretoria a respeito deste momento da greve em Minas. Conforme Yagelovic, a greve, no formato em que está, já cumpriu seu objetivo até aqui – haja vista a repercussão na imprensa, com o Sindicato tendo concedido entrevistas para rádios, emissoras de TV e jornais de todo estado, possibilitando visibilidade para a causa dos servidores do Judiciário Federal. Na visão da diretoria do Sindicato, com a atividade legislativa parada até depois das eleições, não há necessidade de manter a greve como ela está; mas há sim, necessidade de continuar mobilizado, participando dos atos e outras atividades para mostrar ao governo federal que a categoria não vai desistir.

Promessas e indignação

A coordenadora Vilma Lourenço também expressou sua indignação aos colegas de manifestação. Relembrando as promessas já feitas por candidatos à presidência da República e presidentes do STF, ela disse que a intenção dessas promessas nada mais é que desmobilizar os trabalhadores – “não devemos acreditar neles, eu acredito na nossa luta”, reiterou a coordenadora. David Landau também falou aos colegas, lembrando que a luta pela aprovação dos outros PCS, assim como a já travada este ano em outros estados, aconteceu com diferentes períodos de greve. Mato Grosso, Rio Grande do Sul, São Paulo e Bahia, por exemplo, suspenderam o primeiro período de greve em junho deste ano e depois reiniciaram o movimento em agosto, fortalecidos. Para o servidor, com o Congresso paralisado, agora é hora de agir de forma inteligente, partindo para outras formas de luta e fazendo uma construção sólida do movimento com o restante do país, ao mesmo tempo em que é necessário valorizar o grau de mobilização alcançado por todos e a repercussão alcançada na imprensa, graças ao período de greve.

Outros servidores também se manifestaram ao microfone, entre eles a servidora da Justiça Federal Vilma Maria dos Santos. Ela expressou sua frustração e indignação por, após ter iniciado a greve semana passada, estar sendo proposta a suspensão naquela assembleia. Ela defendeu outras formas de mobilização e falou da importância de pressionar pelo julgamento do Mandado de Segurança que trata da reversão dos cortes no Orçamento. Marlene Francisca da Silva, aposentada, defendeu a suspensão da greve e cobrou comprometimento dos colegas, afirmando que a construção dos atos é responsabilidade do conjunto dos servidores, e não só da direção do Sindicato. O filiado da Justiça do Trabalho José Henrique Paixão Lisboa pediu palmas e apitaços para os participantes da Justiça Federal, que compareceram em peso ao ato. Apesar de achar que poderia haver mais participação dos colegas de outros tribunais, Lisboa reconhece que a greve é uma decisão individual. O servidor também defendeu outras formas de mobilização, como a doação de livros (em Uberaba) e doação de sangue (em Governador Valadares), feitas por colegas do interior.

E, por falar em relembrar, a ameaça das carreiras exclusivas nos tribunais superiores foi trazida de volta pelo coordenador Célio Izidoro Rosa, já que o movimento continua vivo – tanto que os servidores do STF realizaram uma paralisação em defesa do projeto (veja mais aqui – por link). Indignado, o coordenador e também servidor do TRT-3 lamentou que estes servidores estejam ajudando a dividir a carreira, jogando fora toda uma história de lutas em prol de todos. Nesse sentido, Izidoro pediu palmas para todos os grevistas e novamente falou da importância da união de todos pelo bem comum: “só uma justiça entrar em greve é injustiça, não pode. Todos precisam entrar”, reforçou.

Calendário de atos e publicidade

Ao fim de votações praticamente unânimes, os servidores deliberaram por, além do estado de greve, um calendário de atividades para a próxima semana. Ainda, segundo o coordenador Igor Yagelovic, o SITRAEMG vai promover uma campanha de comunicação para mostrar à sociedade como o sucateamento do Judiciário promovido pelo governo federal afeta a vida das pessoas – a proposta também foi votada pelos servidores presentes ao ato.

Confira as datas:

– 22/09, segunda-feira, 13h: Assembleia setorial na Justiça Federal (Avenida Álvares Cabral, 1741, Santo Agostinho, BH);

– 23/09, terça-feira, 13h: Assembleia setorial no TRT (Rua Mato Grosso, 468, Barro Preto, BH);

– 24/09, quarta-feira: Apagão (paralisação de 24 horas), em todo o estado. Ato público e Assembleia Geral Extraordinária, das 12h às 14h, em frente ao prédio dos Cartórios Eleitorais (Avenida do Contorno, 7038, Lourdes, BH), para deliberar sobre o calendário de atividades de mobilização para a semana seguinte;

– 08/10: Indicativo de ato nacional  em Brasília.

Veja outras fotos do ato desta tarde:

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