Foi decidido, nessa segunda-feira (18), que a eleição da nova mesa diretora da Câmara dos Deputados, no dia 1º de fevereiro, será em votação presencial. Apesar da esperada ausência de muitos parlamentares, por se enquadrarem nos grupos de risco de contágio pelo novo coronavírus, estima-se que, nesta data, pelo menos três mil pessoas circularão pelas dependências da Casa Legislativa. Uma previsão modesta, acredita-se, pois não serão somente os parlamentares que se farão presentes. Há ainda os servidores da Câmara, os profissionais de imprensa e os muitos curiosos que, com certeza, farão de tudo para entrar no recinto.
Vendo essa decisão equivocada da Câmara dos Deputados, rememorando as mensagens que foram veiculadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no ano passado, investindo vultosa quantia em publicidade para convencer o eleitorado de que teria segurança total à saúde para comparecer à votação para as eleições municipais, e recordando dos abraços e apertos de mãos de muitos dos eleitos ao comemorarem a vitória no pleito, depois de se digladiarem contra os negacionistas da pandemia, o que se pode inferir é que grande parte da classe política está pouco se importando com a população. O que a move são seus projetos mais pessoais do que políticos, numa demonstração de falta de escrúpulos, desvirtuação de objetivos e de despreparo para o papel que deveriam desempenhar como eleitos pelo povo. Assim também se comportam muitos gestores do serviço público, que, ao determinarem o trabalho presencial, submetem desnecessariamente seus servidores aos riscos da Covid-19.
Os eleitores devem ficar bastante atentos a cada deputado ou deputada que acatar passivamente essa decisão irresponsável da atual mesa diretora da Câmara dos Deputados, quando voltam a crescer assustadoramente, em todo o país, os índices de infectados e mortos pelo novo coronavírus.