1405O período da tarde deste sábado (14), na Reunião do Conselho Deliberativo do SITRAEMG, realizada no Hotel Normandy, em Belo Horizonte, foi reservado para a “Apresentação do balanço de gestão da Diretoria”, trabalhos em grupos (divididos por tribunal, para elaboração de propostas específicas de cada um e gerais) para elaboração do Plano de Lutas 2020) e encaminhamentos finais e apresentação das propostas dos grupos para deliberações.
Para a apresentação do balanço de gestão, ocuparam a mesa os nove coordenadores presentes: Carlos Humberto Rodrigues, Célio Izidoro, Adriana Mesquita, Elimara Gaia, Henrique Olegário Pacheco, Paulo José da Silva, Olavo Antônio Oliveira, Wallace Marques e Gilson Martins de Melo. Foi dado tempo para cada um falar sobre as ações do Sindicato em defesa da categoria.
Na sequência, foram formados os grupos para elaboração das propostas e, depois de apresentadas, foram aprovadas em bloco para o Plano de Lutas 2020, que será publicado nas mídias do Sindicato nos próximos dias.
Falas dos coordenadores na apresentação do balanço de gestão
Carlos Humberto Rodrigues
Lembrou que a última parcela da última reposição salarial da categoria foi incorporada aos vencimentos de janeiro deste ano. Em relação ao trabalho do Sindicato, relatou que ele e o colega Paulo José da Silva estiveram várias vezes em Brasília (DF), conversando com deputados e senadores e participando de mobilizações contra as matérias legislativas prejudiciais aos servidores. Ressalvando que é a segurança da Câmara e do Senado cria todo tipo de dificuldades para trabalhadores terem acesso ao interior das duas casas, lamentou que, apesar de todos esses sacrifícios, a Reforma da Previdência acabou sendo aprovada. Aproveitou para agradecer cada colega que se esforça para participar das lutas e dos debates promovidos pelo Sindicato e convidou aqueles que ainda estão ausentes a se juntarem e reforçarem a luta
Célio Isidoro
Rememorou a grande mobilização e greve da categoria de 2015, em todo o país, lamentando que, depois disso, houve certa acomodação, até mesmo, na opinião dele, pelo arrojo das políticas de retirada de direitos e desmonte do Estado iniciadas por Temer, sendo que os trabalhadores não se encontravam preparados para tão fortes ataques à época. Diante da intensificação do desmonte do Estado e do serviço público no atual governo, convocou os colegas para a reação, que pode culminar em greve no dia 18 de março de 2020, cujo indicativo foi aprovado na reunião das centrais sindicais. Sobre os ataques do governo e da mídia aos servidores públicos, conclamou os colegas a responderem “com luta”.
Olavo Oliveira
Ressaltou que a diretoria do Sindicato tem feito o possível para impedir o avanço dessas pautas malditas do Executivo. Passados os insucessos deste ano, manifestou-se esperançoso de que a luta volte a ser forte no próximo ano.
Paulo da Silva
Disse que não consegue entender o grau de imobilismo dos servidores diante de tantas medidas do governo retirando direitos. “O governo aprova tudo que quer”, observou. Reclamando que há total desrespeito do governo e do Congresso Nacional, propôs que as categorias de servidores dos órgãos das Justiças estaduais e do Judiciário Federal se unam e criem um partido político exclusivo dos servidores públicos, para que essa situação desfavorável tenha fim. Aliás, ele se disse preocupado com a divisão da categoria, absorvendo essa fragmentação que vem ocorrendo desde as últimas eleições nacionais e até entendendo que a ação sindical em defesa dos direitos dos trabalhadores são uma forma de perseguir o governo. “Eu não tenho que defender governo nenhum. Nunca vou defender governo. Seja de que partido for”, esclareceu. Quanto à necessidade de reação urgente, e com união, às medidas malditas do governo, lembrou que as próprias centrais sindicais, com todas as contradições que existem entre elas, chegaram à conclusão de que, se não houver união, as lutas dos trabalhadores não chegarão a lugar nenhum.
Nestor Santiago
Fez sua intervenção voltada para a atuação do Sindicato direcionada à saúde dos servidores e ao combate ao assédio moral no trabalho. Quanto à ameaça do assédio moral, afirmou que os servidores não têm que ficar com medo dos seus superiores – como, por exemplo, os juízes. O servidor deve ter na consciência que ninguém pode ir além do que determinam as leis e a Constituição. Se isso acontecer, é preciso denunciar para que se apure o problema e busquem as soluções cabíveis. Ele colocou o jurídico à disposição dos filiados, inclusive para questionamentos em relação à aposentadoria, pois a Reforma da Previdência recém-promulgada é recheada de vícios jurídicos.
Wallace Marques
Afirmou que é um privilégio fazer parte da atual diretoria do Sindicato e de representar a categoria. E fez questão de agradecer o apoio que vem recebendo, em sua região, da filiada aposentada Iclemir Costa, que mora em Teófilo Otoni, e do filiado e conselheiro fiscal Isaac Lima, que trabalha com ele na Justiça Federal de Governador Valadares.
Adriana Mesquita
Disse que mudou sua visão de sindicato só depois que se tornou coordenadora do SITRAEMG, e sentiu de perto o quanto é difícil o trabalho sindical. Em relação às perdas de direitos da categoria, reclamou da perseguição que os servidores vêm sofrendo, o que leva as pessoas a “olharem para a gente atravessado”. Mas também concorda que chegou a hora de reagir. “Político tem medo é de povo na rua”, sugeriu.
Elimara Gaia
Também lamentou não conseguir enxergar alguma coisa que possa alentar os servidores, acrescentando que as reformas do governo trazem um retrocesso “muito grande”.
Henrique Olegário
Para ele, é preciso que os servidores “acordem” urgente. De forma poética, iniciou citando Bob Marley, no grito do poeta e músico que conclama cada pessoa a se levantar e ir à luta na defesa de seus direitos (“get up, stand up for your rights”). Em seguida, fez uma analogia ao momento por que passa o país com aquele em que são gestadas as “lindas flores” da primavera. É que, segundo ele, embora todos achem que as flores surgem na estação em que são vistas, elas surgem é no inverno, na escassez de água, no extremo frio e período em que os vegetais sofrem extrema agressão. Elas apenas se mostram na primavera. Assim, é necessário que cada pessoa acorde e desafie o momento, para que, mesmo em meio a tanta hostilidade, saiba se posicionar nesse momento difícil.
Gilson Martins
Citou que lá em Paracatu, onde ele trabalha, na Justiça Federal, o Sindicato deu uma contribuição importante para solucionar uma “situação difícil” pela qual ele e seus colegas passavam. Ele lamentou o fato de pessoas da própria categoria defenderem as medidas de retirada de direitos, como foi no caso da Reforma da Previdência. “Vamos reanimar para 2020. A categoria tem que se unir cada vez mais”, convocou.
Fotos dos grupos por tribunais: