O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos/PB), foi o responsável por designar o grupo de trabalho para elaborar uma proposta de Reforma Administrativa, diante do insucesso da PEC 32/2022, paralisada na Casa desde meados de 2021, em razão da forte mobilização contrária dos servidores e entidades representativas do segmento.
O deputado Zé Trovão (PL/SC) constituiu e integrou o GT, assinou a coautoria da Proposição de Emenda à Constituição (PEC) 38/2025, um dos textos legislativos por meio dos quais tramitará a reforma, e liderou a campanha para a coleta das 170 assinaturas necessárias para o início da tramitação. E o deputado Pedro Paulo (PSD/RJ) foi o coordenador do GT.
Confira, a seguir, frases escritas no fichário do conjunto da reforma ou publicadas na imprensa como depoimentos dos três. Veja, também, o perfil de cada parlamentar, que revela a falta de compromisso dos três com o Estado brasileiro, o serviço público e os direitos dos servidores, e as acusações e denúncias que pesam contra eles, que evidenciam incoerência entre o discurso que utilizam em defesa da reforma e a postura nada ética e moral deles (no caso, Motta e Pedro Paulo) no trato com o dinheiro público.
Frase do deputado Hugo Mota sobre a Reforma Administrativa
“… estamos avançando para a construção de um bom entendimento para a modernização da administração pública, a fim de que ela esteja a serviço da população, com agilidade, eficiência e transparência”
Sabe quem é Hugo Motta?
É um dos principais integrantes do chamado “centrão”, grupo que reúne entre 170 a 220 deputados que vendem apoio aos sucessivos governos em troca de cargos, nos mais altos escalões, e de emendas parlamentares por meio das quais repassam milhões de reais do orçamento da União aos seus currais eleitorais, desviando recursos da saúde, educação, segurança e infraestrutura de qualidade, sem nenhuma prestação de contas ao erário e à população.
É investigado por acusação de receber propina por emendas que destinaram verba para obras na cidade de Patos (PA), durante o mandato de seu pai como prefeito municipal. Mãe, pai, avô e padrasto de Motta também são investigados pelo Ministério Público por prática de corrupção no município de Patos.
Na condição de presidente da Câmara, Motta não só agilizou a votação como também votou pela aprovação da PEC da Bandidagem, que condicionava a abertura de investigação de crimes imputados a deputados e senadores à autorização do Congresso Nacional, para apuração, por exemplo, de atos de corrupção. Felizmente a PEC foi arquivada no Senado.
Frases do deputado Pedro Paulo (PSD/RJ)
“…a Reforma Administrativa surge, em 2025, como a pauta que unifica discursos ao reforçar que o foco da administração pública é o cidadão”
“O Brasil precisa e merece um Estado mais eficiente, justo e preparado para os desafios do presente e do futuro”
Sabe quem é Pedro Paulo?
É também um dos integrantes do chamado “centrão”.
Apesar de o processo ter sido arquivado no Supremo Tribunal Federal (STF), por determinação do ministro Luiz Fux, o parlamentar foi acusado sucessivas vezes de agressões com socos e pontapés a sua ex-mulher, inclusive quebrando-lhe um dente.
Enquanto fala que é preciso moralizar, o coordenador do grupo de trabalho da reforma administrativa tem a atual sogra em cargo comissionado no gabinete de um vereador no Rio de Janeiro. Segundo reportagem do UOL, a sogra, em horário comercial, administra as empresas das quais é proprietária.
Em delação premiada na Lava Jato, foi acusado de receber propina da Odebrecht, mas também essas ações contra ele foram arquivadas no STF, por determinação do então ministro Ricardo Lewandowski.
Pedro Paulo também votou “sim” à PEC da Bandidagem.
Frases do deputado Zé Trovão
“… (objetivo da reforma é) aperfeiçoar a governança e a gestão pública, e extinguir privilégios”
Sabe quem é Zé Trovão?
Ele e os também deputados Marcos Pollon (PL-MS), Marcel Van Hattem (Novo-RS) respondem a processos disciplinares na Câmara por adotar conduta incompatível com o decoro parlamentar durante a ocupação do Plenário, no início de agosto. Eles lideraram um motim de deputados ocupando a mesa diretora da casa e impedindo o andamento dos trabalhos legislativos, em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.
Destaca, na Câmara, como defensor de projetos de interesse privado ou inexpressivos, com o que a suspensão provisória ou cassação o registro profissional de médicos que, por palavras ou atos, desejarem, estimularem, comemorarem, ironizarem ou chancelarem a morte de pessoas em razão de diferenças políticas, partidárias, ideológicas, religiosas ou similares. Nunca vota a favor de matérias voltadas para o serviço público e para os servidores.
É também um dos principais defensores do projeto da anistia aos idealizadores e participantes diretos nos ataques de 8 de janeiro de 2023 ao Congresso Nacional, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Palácio do Planalto.
Em agosto, ele foi condenado, em primeira instância, por agressão física a sua ex-companheira.
Assessoria de Comunicação
Sitraemg
