Seguindo decisão do Comando de Greve, os servidores do Judiciário Federal em Minas realizaram assembleias setoriais nesta quarta-feira, 3, nos prédios da Justiça Federal, TRE e TRT, em Belo Horizonte, para avaliar internamente o Apagão dos dias 2 e 3, discutir a mobilização da categoria pela aprovação do projeto de revisão salarial (PLC 28/15) e “esquentar os tambores” para a greve por tempo indeterminado que começa na próxima quarta-feira, 10/06, em todo o estado.
Terminadas as setoriais, ficou decidido que a categoria fará paralisação de duas horas na terça-feira, 9/06, das 12h às 14h, mesmo horário em que todos se reunirão em ato público unificado, seguido de AGE, em frente ao prédio do TRT da Rua Mato Grosso, 468, Barro Preto, na capital. Antes dessa atividade, integrantes do Comando de Greve farão arrastões nos tribunais chamando os colegas para o movimento grevista. E na quarta-feira, 10, haverá outro ato público, também seguido de assembleia geral extraordinária, das 13h às 15h, também em frente ao TRT da Rua Mato Grosso. A AGE, que terá a primeira chamada às 13h30 e segunda chamada às 14h, deliberará sobre os rumos do movimento grevista. Durante o ato e AGE, os participantes também poderão acompanhar ao vivo, em telão, a sessão do plenário do Senado para a qual está pautado o PLC 28/15.
Veja, a seguir, o que foi debatido nas assembleias setoriais desta quarta-feira:
TRT
Além da preocupação em relação à aprovação do PLC 28/15, que reajusta os salários dos servidores, nesta justiça especializada, os servidores encontram-se com outros graves problemas. Há muito tempo, a diretoria do Sindicato vem se reunindo com os servidores deste Tribunal, a fim de ouvir suas queixas e levá-las à administração.
Mais uma vez, os servidores foram convocados a participar do movimento grevista em prol do reajuste salarial. Ao microfone, foram muitos os chamados e informes acerca das atividades previstas para a próxima semana. “Basta de metas, pressão, número baixo de servidores e assédio institucional; vamos juntos conquistar o nosso reajuste, mas, também, melhores condições de trabalho”, disse o coordenador sindical Célio Izidoro Rosa, que conduziu a atividade.
O coordenador sindical informou aos presentes sobre o quadro nacional e estadual de greve e fez um forte chamado aos colegas que ainda não aderiram ao movimento. Parabenizou os colegas do interior que paralisaram suas atividades nesses dois dias e fez uma crítica aos servidores do TRT que não desceram para o ato, dizendo que, “não participar da luta é dizer que está dando conta do trabalho”. “E não estamos dando conta – temos que dizer isso”, desabafou Izidoro.
Para o diretor de base David Landau reforça, “além da reposição salarial, temos que lutar, ainda, por uma carga horária mais humana, contra os assédios moral e institucional e por melhorias no PJe”. Reforçou que é nessas assembleias que os servidores encontram um espaço a mais para discutir questões específicas. Corroborando com Landau, outra servidora do quadro, Andreia Seixas, criticou o baixo número de servidores naquela atividade. “É cômodo reclamar da situação, falar mal do governo ou do Sindicato e não participar da mobilização”, alfinetou, lembrando que a própria categoria elegeu o governo e, por isso, “a responsabilidade de mudar essa situação é nossa”.
TRE
Em frente ao prédio da Avenida Prudente de Morais, 100, os coordenadores do SITRAEMG Sandro Luis Pacheco e Vilma Oliveira Lourenço revezaram-se ao microfone afirmando reiteradas vezes que a revisão salarial da categoria não virá por milagre. “A gente só vai conseguir aprovar o nosso projeto se for com luta”, avisou Sandro Pacheco. “Nós já não temos a nossa data-base. Precisamos dessa revisão salarial. E, para que isso aconteça, é importante que um chame o outro para a mobilização”, alertou Vilma Lourenço.
Os dois coordenadores leram para os colegas presentes as informações dos quadros de mobilização no estado e em todo o País. No quadro nacional, citaram os vários estados que já iniciaram a greve, desde a semana passada, e outros que realizaram paralisações ou decidiram cruzar os braços também na próxima semana. De Minas, destacaram as dezenas de locais de trabalho, na capital e no interior, que paralisaram as atividades neste apagão de 48 horas de ontem e hoje, parabenizando todos os corajosos colegas que saíram na frente na greve que vai se esquentar, para valer, a partir do dia 10.
Além disso, os coordenadores convocaram os colegas para os atos unificados (reunindo servidores de todos os tribunais) que serão realizados em frente o TRT da Rua Mato Grosso, 468, nos dias 9 e 10 (este, com AGE) e convidaram também para integrarem a caravana que irá a Brasília para acompanhar a sessão do plenário do Senado do dia 10 (mais detalhes aqui).
E não faltaram críticas ao governo e a Lewandowski para a demora da aprovação do projeto da revisão salarial.
Justiça Federal
Na Justiça Federal, em que a diretoria do SITRAEMG esteve representada pelo coordenador geral Alexandre Magnus, foi reforçada a necessidade da luta como único caminho viável para a categoria conquistar a tão sonhada revisão salarial. Nem Dilma, nem Lewandowski, nem os senadores; os únicos que poderão fazer com que o projeto seja aprovado são os próprios servidores. Animados, os servidores presentes, em meio a acalorados discursos, organizaram animadas “olas”, chamando a atenção das pessoas que passavam pelo local. Ficou acertado nessa assembleia setorial que os servidores da Justiça Federal, além de participarem dos dois atos do TRT da Rua Mato Grosso (dias 9 e 10), também farão vigília no prédio em que trabalham, no dia 10.
Veja fotos das três assembleias setoriais
