Leve recuo do governo é importante mas pode ser estratégia para aprovar logo a PEC 6/2019O SITRAEMG faz um alerta aos servidores do Judiciário Federal e a toda população. O governo e seus aliados, incluindo a grande imprensa, estão fazendo um alarde informando que houve grande recuo na proposta original da PEC 6/2019, da Reforma da Previdência, no texto apresentado oficialmente ontem pelo relator da matéria, deputado Samuel Moreira (PSDB/SP), na Comissão Especial da Câmara dos Deputados.
Houve, sim, algumas mudanças significativas em relação ao texto original, abrangendo vários segmentos prejudicados pela reforma, incluindo os servidores públicos. Mas, conforme foi bastante explicitado ontem por parlamentares da oposição, ao contrário do que dizem os defensores da reforma, não há acordo entre todos os partidos em torno do texto do relator. Até porque, a íntegra da PEC 6/2019 retira direitos e dificulta a aposentadoria para toda a população. E a espinha dorsal da proposta foi mantida.
Além disso, pontos que foram retirados agora podem ser reincorporados à proposta quando esta for à votação na Câmara dos Deputados, se houver clima favorável à aceitação e aprovação. Logo, todo esse alarde feito pelos defensores da PEC, de que houve recuo em relação à proposta original, pode não passar de pura estratégia para que ela avance agora e, na primeira oportunidade que houver, todos os penduricalhos retirados sejam novamente juntados à proposição.
As mudanças promovidas são fruto da forte mobilização dos trabalhadores e todas as entidades envolvidas na luta contra a Reforma da Previdência. Foi uma grande vitória, sem dúvida. Mas é extremamente importante que essa mobilização continue e se intensifique ainda mais, para não só evitar que os pontos retirados voltem à proposta original, mas também para que mais trechos do texto sejam excluídos e, ao final, se a reforma passar, que deixe o mínimo de estragos para as aposentadorias da população.
Ainda lembrando das manifestações de ontem de parlamentares da oposição, toda a pressão para aprovação da PEC 6/2019 vem do sistema financeiro. Instituições bancárias nacionais e estrangeiras estão de olho no filão da Previdência privada. Quanto mais dificultar a aposentadoria pela Previdência Pública, mais eles terão lucros com aqueles que migrarem os fundos de pensão. Os endinheirados também estão à espreita desse mercado, pois têm suas fortunas investidas nos bancos e também vão se beneficiar muito dos lucros.
Não é à toa que a Federação da Industria do Estado de Minas Gerais (Fiemg) está realizando uma campanha agressiva na mídia em defesa da reforma.
Mobilize-se, engaje-se nessa luta, participe da Greve Geral.
