Estados preparam ida de representações e caravanas a Brasília para aumentar a pressão na capital federal no dia 16
Brasília voltará a receber representantes da categoria de praticamente todos os estados do país nesta quarta-feira (16). Pela manhã, os servidores devem lotar a Comissão de Trabalho da Câmara, para defender a aprovação do PL 6613/2010.
O projeto que revisa o Plano de Cargos e Salários dos servidores do Judiciário Federal é o sexto item da pauta da comissão. Mas é possível que, diante da presença dos trabalhadores, seja pedida a inversão de pauta para que seja o primeiro tema a ser tratado.
Após a pressão na Câmara, a categoria participa da reunião nacional ampliada da greve, convocada pela federação (Fenajufe), a partir das 14 horas, no Hotel Nacional. Representantes dos servidores do Judiciário Federal em Minas Gerais e do Sitraemg participarão das duas atividades.
Negociações entre governo e STF
Não aconteceu, na segunda-feira (14), a suposta reunião entre diretores-gerais dos tribunais superiores e representantes do Ministério do Planejamento, conforme noticiaram alguns sindicatos estaduais.
Integrantes do Comando Nacional de Greve estiveram no Supremo Tribunal Federal, na segunda, para buscar informações e cobrar mais empenho nas negociações com o governo em torno do orçamento para o PCS-4.
Foram recebidos pelo secretário de Recursos Humanos, Amarildo Oliveira, que voltou a dizer que desconhecia a marcação da suposta reunião. Afirmou que ela não acontecera.
“Tentamos falar com o diretor-geral, mas ele estava despachando com o ministro Peluso e não pode atender”, relata Saulo Arcangeli, diretor da Fenajufe e do sindicato do Maranhão (Sintrajufe-MA). Não foi possível saber se o tema “PCS” seria tratado entre Alcides e o presidente do Supremo Tribunal Federal.
A informação de que haveria a reunião e de que o Ministério do Planejamento apresentaria uma contraproposta no dia 14 de junho foi divulgada, na sexta-feira passada, nas páginas na internet de três sindicatos: Sintrajusc, de Santa Catarina, Sindjus-DF, do Distrito Federal, e Sintrajuf-PE, de Pernambuco.
O Comando Nacional de Greve desconhecia a informação. A direção do STF também negou que a reunião estivesse prevista. Nenhuma das três entidades publicou, até o final da noite de segunda-feira, quaisquer explicações para o fato de o encontro não ter ocorrido e ter sido negado pelo Supremo. Também não havia notícia, até aquele momento, de nova proposta do Planejamento.
Os sindicatos de Pernambuco e Santa Catarina, em novas notícias postadas na segunda, reiteraram que o Ministério do Planejamento ficara de apresentar proposta ao STF, mas sem divulgar a fonte da informação ou se isso de fato aconteceu.
Na avaliação de Saulo Arcangeli, as informações devem ser centralizadas no Comando de Greve, para que toda a categoria seja comunicada nacionalmente através da federação e não haja notícias desencontradas.
De qualquer modo, avalia, o importante é fortalecer a greve neste momento decisivo, para forçar Planejamento e STF a negociarem, sem rebaixamento do conteúdo da proposta.
A orientação do Comando Nacional de Greve segue sendo a manutenção da greve, com intensificação das manifestações em Brasília nesta quarta-feira.
Segundo a federação e sindicatos, a greve nacional do Judiciário Federal e do Ministério Público da União segue atingindo 22 estados do país mais o Distrito Federal. Embora haja naturais dificuldades em algumas regiões por conta das decisões judiciais que tentam cercear o direito de greve, a paralisação dá sinais de ter fôlego. Há locais, inclusive, em que novos setores da categoria acabam de aderir ao movimento, caso dos oficiais de justiça de Santos (SP).
Integrantes do comando devem voltar ao STF nesta terça-feira, para tentar falar com o diretor-geral, Alcides Diniz.
Por Hélcio Duarte Filho, jornalista do Luta Fenajufe
