Em reunião com o SITRAEMG, DG do TRE demonstra sensibilidade em relação a luta contra a reforma da previdência

Compartilhe

Na tarde dessa quarta-feira (13/12), os coordenadores do SITRAEMG Célio Izidoro e Paulo José se reuniram com o Diretor Geral do TRE  Adriano Denardi Júnior e a secretária de Gestão de Pessoas Maria da Glória Araújo. O objetivo do encontro foi debater demandas dos servidores do Tribunal, referentes as consequências do rezoneamento eleitoral, e dialogar sobre a possibilidade de greve com a aproximação da votação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados.

Rezonamento 

Os coordenadores do SITRAEMG iniciaram a reunião falando sobre a recente publicação da Resolução 23.539/17, do TSE. Segundo o coordenador geral Célio Izidoro, a insatisfação com o rezoneamento é latente entre os servidores do interior. A queixa não vem apenas daqueles que tiveram suas Zonas Eleitorais extintas e perderam a Função Comissionada (FC6) dos Chefes de Cartório – foi citado o caso de Luz, para ilustrar a situação; mas também o de locais de trabalho que foram mantidos, e receberam a demanda das regiões vizinhas, mas sem o deslocamento de novas pessoas para o quadro para cumprir as novas demandas.

A secretária Glória Araújo afirmou que ainda não há um remanejamento e pediu paciência. Ela explicou que já conhece os casos de insatisfação, e que a administração já está estudando todos os casos pra aplicar a resolução, com a margem de autonomia que o Tribunal tem. O objetivo é que as mudanças sejam feitas levando em consideração a vontade dos servidores que querem permanecer em seus locais de trabalho, mas também o dos que querem sair, para que nada seja feito forçado.

Glória explicou que o Tribunal ainda está preparando para cumprir os critérios da resolução com as limitações do cenário de escassez que a nova realidade impõe, sem a possibilidade de novas nomeações e o gerenciamento dos cortes no orçamento.

Postos de atendimento nos Tribunais

Izidoro também questionou sobre a ausência de resposta do ofício enviado no dia 17 de novembro, solicitando a implementação de postos de cadastramento biométrico nas portarias das sessões judiciárias do TRF e do TRT da capital. O Diretor Geral assegurou que verificará a disponibilidade, mas frisou que esta demanda depende da disponibilidade de recursos técnicos e humanos dos outros Tribunais. 

Reforma da Previdência

Os presentes fizeram um longo debate sobre a propaganda do Governo, que tenta jogar nas costas do servidor público a culpa da crise econômica, argumentando que a reforma da Previdência visa combater privilégios. Paulo José ressaltou que o único lugar no mundo onde existe contribuição do inativo, é no Brasil. “E só para os servidores públicos”, afirmou. Denardi complementou: “A União, apesar de fazer o recolhimento previdenciário dos servidores, não arca com a parte (como fazem os empresários) na contribuição previdenciária do funcionalismo, e depois apresenta estes cálculos como se nós fossemos os culpados pelo desequilíbrio”.

Célio afirmou que a estratégia do governo é a de dividir ainda mais os trabalhadores, que já sofrem com a desunião de suas lideranças. “A greve desmarcada por parte das Centrais Sindicais no dia 05 de dezembro é um exemplo disso, por isso nossa função hoje é tão difícil”, lamentou. Apesar das dificuldades, Célio se mostrou confiante com as mobilizações da última semana e as possibilidades para o próximo período: “Temos sentido que os servidores querem aderir ao movimento. Se o projeto não passar em 2017, haverá uma nova ofensiva do governo para 2018. Por isso acredito que a greve será o caminho mais provável”, assegurou.

Ao ser questionado sobre a posição do Tribunal sobre a possibilidade de abono, corte ou compensação dos dias parados em caso de uma greve contra a Reforma da Previdência, o Diretor Geral do TRE afirmou que é uma posição que vai depender diretamente do presidente do Tribunal. “Não há deliberações anteriores sobre o caso, mas o novo presidente tem grande respeito com o movimento sindical”. Ele garantiu que não haverá qualquer tipo de represálias, e que a possibilidade de compensação, abono ou corte deverá ser alvo de negociação posterior entre a administração e o Sindicato. 

O coordenador executivo, Paulo José afirmou que o que o SITRAEMG espera, é que haja diálogo e sensibilidade por parte da administração da Tribunal. “Nós já temos que enfrentar o governo, não queremos ter as administrações como nossos oponentes”, afirmou. “Em ano eleitoral a justiça eleitoral é um trunfo. Um elemento determinante do sucesso de um movimento desses. Sabemos que isso vai depender da força do movimento de forma geral, mas será uma grande vantagem se soubermos que a administração nos encherga como aliados na luta pela preservação do serviço público”, completou.

Adriano Denardi ponderou que não pode estimular a greve. Mas compreende que este é um direito do servidor consagrado no ornamento jurídico. “Consequências existem, porque é um momento de tensão, mas acredito que o Presidente saberá conduzir com a grande experiência e sensibilidade que tem para esses momentos”. E confessou “Eu nunca senti que um confronto fosse tão justificável quanto este. Na posição de Diretor Geral eu não posso participar e tenho minhas limitações e compromissos. Mas acredito que esse ataque é o maior motivo para se mobilizar. É um ataque sem precedentes, não só ao servidor público, mas ao serviço público de forma geral”.

Compartilhe

Veja também

Pessoas que acessaram este conteúdo também estão vendo

Busca

Notícias por Data

Por Data

Notícias por Categorias

Categorias

Postagens recentes

Nuvem de Tags