O ato marcando o “Apagão do Judiciário” foi um sucesso em Belo Horizonte, reunindo servidores da capital e de algumas cidades da Região Metropolitana em frente ao prédio da Justiça Federal. A concentração foi uma das dezenas que aconteceram pelo Brasil, atendendo a um chamamento da Federação para que todos os estados organizassem atos em defesa da aprovação do PCS, o PL 6613/09. Como solicitado, todos os servidores foram devidamente “armados” com apitos, cornetas e as famosas vuvuzelas – se o governo precisava de ‘barulho’ para aprovar o PCS, hoje ele teve.
O ato em Belo Horizonte reuniu cerca de 600 pessoas, incluindo servidores das três justiças – Eleitoral, Federal e Trabalhista – além de caravanas de trabalhadores de Sete Lagoas, Contagem e Congonhas. Alexandre Brandi, presidente do SITRAEMG, frisou para os servidores a importância do ato de hoje, que aconteceu em nível nacional e falou sobre a expectativa da reunião entre representantes do Comando Nacional de Greve e da direção do STF, prevista para acontecer no final da tarde de hoje.
Durante o ato foram lidos os últimos informes sobre a greve em nível nacional, que está garantindo as negociações em Brasília – vide a reunião entre Comando Nacional de Greve e STF, na qual se espera que o Supremo apresente uma contraproposta aos servidores sobre o PCS. Fernando Neves, diretor jurídico do Sindicato foi quem leu a boa notícia (leia aqui) e tornou a incentivar os servidores a participarem do movimento, lembrando que a greve está totalmente dentro da legalidade – “nosso ato está bonito e nossa greve é um sucesso, está ordeira e legal”, disse, também pedindo aplausos para os oficiais de justiça e para os aposentados, sempre presentes e atuantes na luta pela revisão salarial. Gilda Bandeira, também diretora jurídica e coordenadora do Núcleo de Aposentados do SITRAEMG, aproveitou para mandar um recado aos servidores da ativa: “a luta dos aposentados garante os direitos de amanhã dos ativos”, disse.
Conforme programado, o ato hoje contou com a costumeira música dos artistas da categoria e também uma apresentação teatral da Companhia de Teatro Dino Marangoni, que encenou uma conversa entre servidores na qual debatiam a importância da participação na greve – pouco depois, também entrava em cena o governo, representado por um deputado, interferindo favoravelmente para a aprovação do projeto. A esquete foi bastante aplaudida e elogiada pelos servidores, que saudaram os artistas com apitaços e acenos das bandeiras.
Portaria do TRT
A Portaria Conjunta nº 01 do TRT-3, que versa sobre os serviços a serem mantidos no período de greve, foi novamente pauta de dúvidas entre os participantes. Apesar de estarem buscando uma reunião com a presidência do Tribunal do Trabalho a respeito da medida (a que aconteceria hoje foi cancelada pelo Tribunal), diretores do SITRAEMG acreditam que, antes de ser um fator inibidor da greve, ela é um reconhecimento de que o movimento “incomoda”, logo, está funcionando.
Fernando Neves é um dos diretores que acredita nessa leitura da Portaria, mas disse que o Sindicato estuda a possibilidade de ajuizar uma ação contra a mesma, considerada, de certa forma, “absurda”. Alexandre Brandi, por outro lado, é mais incisivo ao tratar do caso e teceu críticas à postura da administração da Justiça do Trabalho: “a questão é ainda mais grave se considerarmos que a maioria da base está no TRT. É preciso lutar, pois a carga de trabalho é enorme nesta Justiça e ainda existem chefias que não querem cooperar, mesmo sendo beneficiados pela greve”, apontou.
Atos continuam na próxima semana
Enquanto o PL 6613/09 não continuar seu caminho na Câmara rumo à aprovação, os atos e a greve continuam. Para a próxima semana, também há a sugestão de uma nova passeata, mas desta vez menor, saindo do prédio do TRT da Rua Goitacazes e indo até a unidade da Rua Mato Grosso. A programação será a seguinte – sempre a partir das 13h:
Segunda-feira, 7 de junho: concentração em frente ao TRT da Rua Mato Grosso, 468, no Barro Preto – informes sobre a greve e chamamento dos servidores da casa para participar.
Terça-feira, 8 de junho: concentração em frente ao TRE da Avenida Prudente de Morais, 100, na Cidade Jardim – informes sobre a greve e chamamento dos servidores da casa para participar.
Quarta-feira, 9 de junho: concentração em frente à Justiça Federal, na Avenida Álvares Cabral, 1805, no Santo Agostinho – informes sobre a greve e chamamento dos servidores da casa para participar.
Quinta-feira, 10 de junho: concentração novamente em frente ao TRT da Rua Mato Grosso, 468, no Barro Preto – informes sobre a greve e chamamento dos servidores da casa para participar.
Sexta-feira, 11 de junho: concentração em frente ao TRT, desta vez na Avenida Getúlio Vargas, 225, bairro Funcionários – informes sobre a greve e chamamento dos servidores da casa para participar.
