Greve continua e prepara ‘apagão’ no Judiciário nos atos desta terça

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A greve continua, deve ganhar as ruas nos próximos dias e promoverá um ’apagão’ no Judiciário Federal e no MPU nos atos desta terça-feira, 1º de junho, pela aprovação do PCS-4. Essas foram algumas das decisões da reunião ampliada realizada pela federação nacional (Fenajufe), em Brasília, no domingo (30).
Com o chamado ’apagão’, a meta é fazer com que a paralisação nacional ganhe o reforço de toda categoria, de quem já está e de quem ainda não entrou na greve. A ideia é chamar todos os servidores a parar nesse dia numa grande manifestação pela aprovação do plano de cargos. O ato em Belo Horizonte será em frente à Justiça Federal.
O calendário aprovado prevê ainda novas atividades no ’aniversário’ de um mês da paralisação por tempo indeterminado, na segunda semana de junho. Para o dia 7, à noite, está prevista uma vigília à luz de velas em frente à sede do Supremo Tribunal Federal. No dia seguinte, ato público centralizado em Brasília, com caravanas de todos os estados do país. Ambas as atividades foram aprovadas deforma indicativa ao Comando Nacional de Greve, que deverá trabalhar para viabilizá-las.

Greve força negociação, mas é preciso avançar

Boa parte da reunião ampliada foi dedicada ao debate levantado por um grupo de servidores em torno de uma proposta que, em vez do PCS, prevê a reivindicação do reajuste por meio de um subsídio. Embora tenha havido polêmica em torno do assunto, ao final foi aprovada uma resolução consensual que reafirma a defesa dos projetos que revisam os salários e que tramitam na Câmara (PL 6613/2009, do Judiciário, e PL 6697/2009, do MPU).
Os servidores avaliaram que não é o momento de levantar propostas que possam dividir a categoria e facilitar os planos do governo Lula de congelar os salários por dez anos. “Temos que reafirmar que nossa pauta é o PCS e com um mês de greve criar fatos políticos, temos que ter atos com força e exigir que a Comissão de Trabalho aprove o projeto”, disse Adilson Rodrigues, servidor da JF em Santos e dirigente de base do Sintrajud.
“Não estou vendo nenhum companheiro aqui ser contra a greve, então vamos agregá-los. A proposta agora é PCS, não tem nenhuma outra proposta, então vamos agregar [todos] para lutar juntos [por isso]”, disse Alexandre Brandi, presidente do SITRAEMG, durante os debates no plenário. Ele destacou o fato de a reivindicação do subsídio ser uma luta legítima e que não pode ser descartada de um debate futuro. “Mas agora temos que estar cada vez mais unidos pelo PCS”, disse à reportagem, ao final da reunião ampliada.
Outra resolução correlata prevê que quaisquer novas propostas que venham a surgir em meio às negociações serão levadas aos servidores nos estados. “Isso é fundamental, para que não haja uma insatisfação na base da categoria, como já aconteceu no PCS anterior”, avalia Rosicler Bonato, servidora da JT do Paraná e uma das representantes do Sinjutra na reunião. Ela destaca a necessidade de que essa consulta seja feita, mesmo com as naturais dificuldades, de forma efetiva e democrática.

Além de Brandi, integraram a delegação de Minas os servidores Hebe-Del Kader Bicalho (delegado nato), Hélio Diogo, Gilvane Moreira da Silva, José Henrique da Paixão Lisboa, Hélio Canguçu de Souza, Margareth do Prado M. do E. Santo, Vilma Oliveira Lourenço da Silva, Wander Quadra e Márcio Magela de Souza Dias.

Tempo: Copa e eleições preocupam

Cerca de 150 servidores, representando todos os mais de 20 estados que já estão em greve, avaliaram que esse é um momento que pode ser decisivo para exigir do governo, do STF e da Comissão de Trabalho da Câmara avanços nas negociações e a aprovação dos projetos.
Houve a compreensão de que a greve obrigou governo, tribunais e parlamentares a iniciar o processo de negociação. Mas, por outro lado, avaliou-se que isso ainda é lento. “A estratégia do governo tem sido empurrar, empurrar, empurrar… porque eles sabem que nós não temos tempo”, disse Elongio Moreira, servidor da Justiça Eleitoral do Amazonas, primeiro estado a entrar em greve. Referia-se à proximidade da Copa do Mundo e das eleições.

Para o servidor Claudio Klein, do TRF de São Paulo, é hora de colocar a greve nas ruas e fazer barulho. “A categoria já compreendeu a gravidade do momento que estamos passando, se não aprovarmos o PCS agora será muito difícil aprovar qualquer coisa depois”, disse.

Delegados do SITRAEMG na ampliada, Márcio Magela ...

...e Gilvane Moreira, em participação ativa na reunião que deliberou pela continuação e o fortalecimento da greve nacional da categoria

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