Conforme já anunciado neste site (relembre aqui), os servidores do Judiciário Federal, reunidos em frente ao prédio do TRT da Mato Grosso, na tarde de hoje, 29, deliberam pela manutenção da greve pela derrubada do veto presidencial ao PLC 28/15. Indignados com a falta de respeito do governo para com a categoria, bem como pela inércia do presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, a tarde foi marcada por grandes protestos.
Abrindo o ato público, os coordenadores sindicais Célio Izidoro e Vilma de Oliveira passaram os informes do Comando Nacional de Greve, que indica pela continuidade do movimento paredista, e apresentaram aos presentes o calendário nacional de mobilização, também já divulgado neste site. Izidoro falou sobre o trabalho de corpo-a-corpo realizada na manhã de hoje, entre os sindicalistas e servidores do TRT da Rua Mato Grosso, com o objetivo de ampliar o movimento. Ao microfone, o coordenador sindical, que é servidor do TRT, pediu aos colegas que não se deixem intimidar pelas portarias dos tribunais que tratam de quantitativo mínimo necessário no local de trabalho; em sua avaliação e também de muitos colegas, estas ações são consideradas arbitrárias. Izidoro lembrou-lhes que muitos juízes estão sendo solidários ao movimento e que estes sim, devem determinar o que fazer em cada local de trabalho.
Luiza Triani e Clarice Diniz, servidoras da Justiça Federal reforçaram a ação que vem sendo feita por alguns servidores daquela Justiça, que consiste no recolhimento de assinaturas de juízes que apoiam a derrubada do veto presidencial. Os abaixo-assinados são direcionados aos parlamentares e serão entregues pelo SITRAEMG àqueles, na Capital Federal. Veja aqui, o modelo para coleta de assinaturas e participe. Faça isso no seu local de trabalho e envie para o SITRAEMG.
O diretor de base e servidor do TRT Luiz Fernando Rodrigues parabenizou os vários colegas do interior presentes, como os de Betim, Contagem, Pedro Leopoldo, Pará de Minas e Sabará. Aperfeiçoando a ideia de Luiza, Luiz Fernando sugeriu que os diretores de base se responsabilizem pelo recolhimento das assinaturas, a exemplo do que será feito pela diretora de base Andrea Seixas, também do TRT, que já se responsabilizou pelo recolhimento das assinaturas em seu local de trabalho. Luiz sugeriu também que os servidores das demais justiças (Trabalhista, Eleitoral e Militar) também sigam o exemplo dos colegas da Federal. Sobre a participação na greve, o diretor de base conclama os que ainda não aderiram ao movimento a fazê-lo, recordando-se que o objetivo maior do movimento ainda não foi atingido.
Intimidações dos tribunais
David Landau, servidor do TRT e diretor de base, lamentou o que vem acontecendo com os servidores do TRT de São Paulo, Bahia, dentre outros, que vem sofrendo intimidações por parte das administrações dos tribunais no que se refere ao quantitativo de servidores durante o período da greve. “Não podemos aceitar isso. Temos autonomia para decidirmos sobre nosso movimento”, destacou Landau, lembrando-lhes de quantos e quão grandes são os desafios da categoria. “Temos que pressionar Dilma e o STF!”, finalizou. Corroborando as palavras de Landau, o servidor da Justiça Federal Marco Antônio pediu pela redobrada nos ânimos pelo fortalecimento da greve.
Alexandre Brandi, membro do Conselho Fiscal do Sindicato, também deu uma “injeção de ânimo” nos colegas e disse que a categoria deve aproveitar o momento político atual e buscar a derrubada do veto, pois “o governo já está fraco”. Criticou ainda o governo ao dizer que este enganou a classe trabalhadora. Em seguida, a sindicalista Vilma de Oliveira falou sobre a humilhação a que a categoria é submetida ano após ano pela falta de uma data-base; “que este seja o último ano de greve, não merecemos isso!”, apontou Vilma, lamentando a estagnação do processo que trata do reajuste anual dos servidores do Judiciário Federal.
José Francisco, também diretor de base e servidor do TRT, relembrou a postura do governo ao vetar o PLC 28 e o criticou mais uma vez, apontando algumas de suas falácias. Em seu discurso, Dilma apontou como inconstitucional o Projeto e que sua aprovação geraria um impacto financeiro superior a R$ 25 bilhões de reais; assim, sendo, ela desconsidera o parcelamento do montante em três anos.