Regime jurídico único. Julgamento da ADI 2135 no STF em 21 de agosto

Ação, de 2000, contesta legitimidade da EC nº 19/1998, da Reforma Administrativa de FHC. Placar inicial do julgamento é favorável aos servidores
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O julgamento da ADI 2135, ajuizada em 2000 pelos partidos PT, PCdoB, PDT e PSB, deve ser retomado na sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) de 21 de agosto.

A Ação Direta de Inconstitucionalidade contesta a legitimidade da Emenda Constitucional nº 19, de 1998, conhecida como Reforma Administrativa, promovida durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.

Essa emenda alterou significativamente o regime de contratação de servidores públicos. Permitiu a contratação pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em detrimento do Regime Jurídico Único (RJU) previamente estabelecido.

Decisão cautelar

O julgamento da liminar começou em 2001 e foi concluído em 2007, quando o STF, acolhendo os argumentos do ministro-relator Neri da Silveira, suspendeu os efeitos da norma que eliminava o RJU para servidores da administração direta, autárquica e fundacional.

O Supremo, ao deferir essa liminar, restabeleceu a vigência das regras originais, impedindo a aplicação do regime de emprego público em administrações dos três níveis da Federação, exceto em empresas estatais já regidas pela CLT.

Desenvolvimentos recentes

Em agosto de 2021, o STF retomou o julgamento. A ministra Cármen Lúcia, nova relatora, votou pela confirmação da liminar, reafirmando a violação ao processo legislativo adequado.

No entanto, o ministro Gilmar Mendes divergiu, propondo uma visão de que as alterações eram meras questões regimentais internas, não suficientes para caracterizar uma fraude legislativa. Após um longo período de debates e adiamentos, o ministro Nunes Marques pediu vista, prolongando a resolução do caso.

A controvérsia central gira em torno da legitimidade do processo legislativo que levou à aprovação da EC 19/98. As acusações de inconstitucionalidades são apoiadas por evidências de que as mudanças significativas não foram aprovadas conforme exigido pela Constituição, o que inclui a aprovação em dois turnos em ambas as casas do Congresso.

A PEC 32/20, que está atualmente em discussão, também busca introduzir mudanças no regime de contratação no serviço público, e sua legitimidade pode ser afetada pelo desfecho da ADI 2135.

Expectativas para o julgamento em agosto

O julgamento está marcado para ser retomado no STF em 21 de agosto de 2024.

Espera-se que a Suprema Corte não apenas confirme a decisão cautelar anterior, mas também faça um julgamento definitivo sobre a constitucionalidade das alterações promovidas pela EC 19/98.

A decisão será crucial para determinar o futuro da estrutura administrativa e de contratação no serviço público brasileiro, reafirmando ou rejeitando a possibilidade de flexibilização nos modos de contratação de servidores, que tem profundas implicações para a administração pública, a estabilidade do serviço público e a governança democrática.

Com informações da Assessoria Jurídica do Sitraemg

 

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