Viagens ao interior: Justiça do Trabalho de Unaí sofre com a alta rotatividade de servidores

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O SITRAEMG deu continuidade a sua viagem pelo interior nesta quarta-feira, 31, visitando os servidores da cidade de Unaí. A primeira parada da coordenadora-geral Lúcia Maria Bernardes de Freitas foi a Vara do Trabalho, que conta com cinco servidores do quadro e 11 cidades sob sua jurisdição. Lá, os servidores queixaram-se da grande rotatividade de pessoal, que acaba desfalcando a VT.

A partir da esquerda, o funcionário do SITRAEMG Clever Tadeu e a coordenadora-geral do Sindicato, Lúcia Maria Bernardes de Freitas, posam com os servidores da VT de Unaí (Foto: Janaina Rochido)

“Os servidores chegam aqui e não querem ficar, saem antes do fim do estágio probatório”, disseram, pedindo, inclusive, para que o Sindicato interfira junto ao tribunal a respeito disso. A falta de servidores também atinge em outras áreas: “não temos servidores suficientes, mas o Tribunal cobra os prazos e metas do mesmo jeito”, acrescentaram, provando que o impacto da Resolução Administrativa 63 do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) e do Processo Judicial Eletrônico (PJe, ainda sem data definida para instalação em Unaí) serão enormes.

A coordenadora-geral do SITRAEMG aconselhou-os a não se calarem e continuarem solicitando do Tribunal as condições ideais de trabalho: “vocês não tem que se matar [de trabalhar], precisam é mostrar ao tribunal que não é possível cumprir metas com as condições que estão aí”. Os trabalhadores da VT queixam-se, também, da falta de cuidado do TRT-3 com os servidores do interior. Como exemplo, eles citam o mobiliário, velho e inadequado para as atividades diárias, assim como os computadores.

Oficiais de Justiça

Na região onde está Unaí, estão também os municípios de Buritis e Arinos, os maiores do estado em extensão e com uma grande Zona Rural ao redor. Segundo os servidores da Vara do Trabalho da cidade, isso significa mais sacrifício exatamente para os Oficiais de Justiça, que precisam vencer grandes distâncias – algumas alcançam 800 km – com condições sofríveis para chegar às 11 cidades abrangidas pela Vara. A VT conta com dois oficiais, e eles não tem uma tarefa fácil: “o problema não é a quantidade de municípios, mas a qualidade do trabalho. São muitas fazendas, muito chão de terra, você chega e a pessoa não está. Não tem ônibus direito, não temos carros, o transporte é muito precário”, relataram.

Como tem falado aos servidores da Justiça do Trabalho nestas viagens ao interior do estado, Lúcia Bernardes alertou os servidores a não esperarem que o TRT cuide de seu bem estar, e se prevenirem desde agora. Ela falou sobre o adoecimento verificado nos locais onde o processo eletrônico já é realidade e de como as pausas a cada 50 minutos trabalhados fazem a diferença para evitar doenças oftalmológicas, osteomusculares e psíquicas.

Após entregar materiais informativos do SITRAEMG e convidar os servidores ainda não filiados a conhecerem a entidade e fazerem parte dela, Lúcia Bernardes também convidou a todos para o Congresso do SITRAEMG, com data marcada para os dias 25, 26 e 27 de outubro. A programação ainda está sendo feita, mas a sindicalista adiantou que estão previstas palestras sobre o PJe e condições de saúde do servidor.

Janaina Rochido, de Unaí

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