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Nota de repúdio a matéria do Jornal Estado de Minas

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A propósito da nota intitulada “Saem os banqueiros, entram os servidores”, publicada na coluna “Em dia com a política” da edição de ontem (domingo, 26) do Estado de Minas (leia ao término desta matéria), o SITRAEMG esclareceu ao jornalista Baptista Chagas de Almeida, autor do texto, que a maioria das categorias reivindicantes pleiteia reposição salarial de, no mínimo, dois anos, e não um, como relata no texto.

A respeito da greve dos servidores do Judiciário Federal em Minas, iniciada no último dia 20, o Sindicato informou que a categoria já acumula uma defasagem salarial de 38,5%, relativa há seis anos, pois a última revisão do Plano de Cargos e Salários do funcionalismo do Judiciário Federal ocorreu ainda em 2006, através da Lei 11.416/2006.

Leia, a seguir, carta de repúdio do Sindicato.

Foi com profundo pesar que lemos a matéria publicada no último domingo, 26 de agosto, pelo jornalista Baptista Chagas de Almeida. Vimos ali um total desconhecimento acerca da matéria, veiculada em tão importante jornal. Lamentável!

Deveria o Jornal informar a população, sem omitir fato importantíssimo neste caso, que nós, servidores do Judiciário Federal, estamos sem um centavo sequer de reajuste salarial desde 2006, quando o salário mínimo era de R$260,00 (hoje o salário mínimo é de R$622,00). Desta forma, o reajuste ofertado pelo Governo Federal, de 15,8%, não é aumento, como foi afirmado na matéria, já que, em verdade, o percentual se refere a nove anos (de 2006 a 2015 – data em que terminará o parcelamento dos 15,8%) e sequer repõe as perdas decorrentes da inflação em todos esses anos.

Obviamente o jornalista em questão não tem congelado, o seu salário! Nós temos.

Somos trabalhadores também e merecemos respeito. Não saqueadores dos cofres públicos, como insinuado na matéria. Repetindo, somos trabalhadores e nos dedicamos ao serviço público, de forma exclusiva, impedidos de exercer outra atividade a não ser o magistério. Estudamos, nos especializamos e doamos nossa força de trabalho em prol de toda a população. Gostaríamos que os meios de comunicação informassem, sem mentir ou omitir. Infelizmente não é isso que, em geral, acontece. Vocês têm em mãos uma poderosa ferramenta de formar opinião e devem atuar com mais responsabilidade e dignidade.

Pedimos-lhe um momento de reflexão. Não ajam com arroubos, pensem antes. Esse é um desabafo de quem assiste, indignados, a categoria ser massacrada pela mídia e pelo Governo. Infelizmente não temos a quem recorrer, a quem pedir socorro, já que os holofotes não se dirigem a nós, mas apenas para os que detêm o poder econômico. Nossa voz ecoa no vazio!

SINDICATO DOS TRBALHADORES DO PODER JUDICIÁRIO FEDERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS – SITRAEMG

A seguir, o texto do jornalista Baptista Chagas de Almeida, do Jornal Estado de Minas

Saem os banqueiros, entram os servidores É esta a contradição: com a paralisação, os sonegadores de plantão aproveitam para aprimorar os seus golpes


Baptista Chagas de Almeida

Publicação: 26/08/2012 04:00

“Saem os banqueiros, entram os servidores

Se correr, o bicho pega. Se ficar, o bicho come. É esse o paradoxo da greve do funcionalismo público federal. Tome-se, como exemplo, a questão dos servidores da Receita Federal. O tema já está ficando recorrente aqui, mas não há como fugir. O governo ofereceu 15,8% de reajuste. Aliás, reajuste não, aumento. Afinal, o percentual é mais que o dobro da inflação do ano passado e bem acima do que a iniciativa privada, que no final paga a conta, tem dado aos seus empregados, que também são responsáveis por quitar a fatura dos gastos do governo com o custeio da máquina, leia-se, principalmente, os vencimentos dos funcionários.

É esta a contradição: com a paralisação, os sonegadores de plantão aproveitam para aprimorar os seus golpes. Nas alfândegas, é a vez deos contrabandistas aproveitarem a oportunidade. E por aí vai. A radicalização não é boa para nenhum dos lados. O governo, no entanto, tem que ter um olho no caixa, outro no ajuste fiscal. É nesse ponto que a porca torce o rabo.

Um dos argumentos usados pelo funcionalismo é que a queda de juros permite que o Tesouro pague os aumentos estratosféricos que exigem. Trocando em miúdos, querem pôr no bolso a economia que o poder público está fazendo, querem ficar com o dinheiro que antes alimentava os cofres e as contas-correntes dos banqueiros. O superávit primário, aquele que é calculado antes do pagamento dos juros, estaria garantido, é outra alegação.

Ora, bolas. O Brasil tem uma das mais altas cargas tributárias do mundo. E sem contrapartida nos serviços oferecidos pelo poder público. Desembolsa uma fortuna em impostos, mas tem que pagar plano de saúde. Não tem nem a chance de sonegar, porque o tributo é retido na fonte, mas precisa pagar escola particular, se for possível, porque a pública deixa a desejar.

Voltando ao início, se correr, o bicho pega quase um terço do salário. Se ficar, o funcionalismo come ele todo.”

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