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PL 6613/09: servidores do judiciário se indignam com a manifestação feita pelo presidente da Ajufe, o juiz federal, Gabriel Wedy

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Servidores do Judiciário Federal se mostram indignados com a atitude do juiz federal, presidente da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil), Gabriel Wedy, ao publicar, em seu manifesto, a infeliz colocação contrária ao reajuste salarial dos servidores do judiciário. A posição do juiz frente ao reajuste consta do manifesto (leia-o aqui), onde o Juiz convoca os seus colegas para o Dia Nacional de Mobilização da Magistratura Federal (1º de dezembro). No manifesto, Wedy pede, também, para que seus colegas engajem na luta em defesa da simetria constitucional entre os membros daquela classe e os membros do Ministério Público Federal.

Veja, logo abaixo, cartas de dois servidores que repudiam a ação do Juiz.

Excelentíssimo Senhor Juiz Federal Presidente da AJUFE,

Sirvo-me da presente para manifestar o sentimento de profunda decepção com que nós, servidores do Poder Judiciário, recebemos a notícia de que os juízes são contra o aumento dos nossos vencimentos.

A mensagem veiculada pela AJUFE dá a entender, inclusive, que a associação fará esforços exatamente no sentido contrário ao das nossas pretensões.

(“Se aprovado o reajuste dos servidores neste percentual, estaremos correndo o sério risco de quebra de hierarquia funcional dentro do Poder Judiciário”). (grifei)

É absurda e mesquinha a mentalidade de que o respeito e a hierarquia variam conforme os contracheques!

A não ser dentro dos quartéis, não se tem notícia de nenhum outro órgão, público ou privado, onde a hierarquia seja tão respeitada quanto no Judiciário.

Precisamos mudar o foco. Não adianta cada classe pensar apenas em seus interesses.

O Poder Judiciário é composto por juízes e servidores, e seu funcionamento adequado depende da harmonia entre as duas categorias.

Deveríamos concentrar nossos esforços e nos unir para prestar o melhor serviço possível e conquistar o respeito da sociedade.

O Poder Judiciário, já tão criticado e em descrédito frente à população, ficará ainda mais enfraquecido se for levada adiante essa rixa, que tem partido de juízes contra os servidores.

A existência de distorções entre salários de juízes e servidores não pode justificar esse tipo de comportamento.

Além disso, sabemos que essas distorções são cada vez mais raras.

O momento é de união! Somos parceiros na construção de um Judiciário decente e na defesa de nossos direitos!

Não há outro meio para que nossas reivindicações sejam consideradas legítimas pela sociedade!

Respeitosamente,

Thaís Velloso Costa.

 ——————————————————————————————————————————————————————————————-

Caros colegas,

Que declaração mais infeliz do presidente da AJUFE!

Triste constatação! Não conhece o íntimo da instituição em que atua.

Com a renovação dos Quadros nos diversos órgãos do Poder Judiciário, os servidores, de modo geral, ganham bem menos do que imagina o presidente da AJUFE.

E é grave tal manifestação porque, como representante dos Juízes, podemos concluir, embora eu pense que não, que esse é o pensamento de toda a classe representada, a qual, não esqueçamos, depende sobremaneira dos servidores para execução de seus serviços, como já afirmou o Presidente do Supremo em recente discurso.

Parece que está até alinhado com o discurso atual do Executivo (entenda-se PB e Mantega) ao divulgar essa nota: “Não podemos permitir isso.”

Faltou somente dizer que “é um delírio!”

Penso que ele misturou as coisas, como uma espécie de salada mal preparada. A luta da AJUFE do momento é a simetria com o MP. Não o prejuízo da nossa. Para conseguir seus intentos, não precisa tentar derrubar nossos ideais de luta, de mais de dois anos.

Não se lembra ele que o projeto deles já está mais adiantado que o nosso, embora tenha sido apresentado bem depois. A velha história de defender apenas seus próprios umbigos, administrando os próprios interesses.

Se as Administrações levassem a sério a defesa dos servidores, se houvesse uma política séria relativa à questão da reposição anual, como manda a CF, ninguém faria greve.

Outra declaração que repercute mal, parecendo querer atacar o movimento grevista dos servidores: “Ao invés de pararmos ou fazermos greve, ao contrário, é o momento de mostrarmos para a sociedade a importância de nosso trabalho.”

Conciliar realmente é legal! Mas experimentem deixar que mostrem a importância do trabalho deles sem o auxílio dos servidores. Não funciona nada!

A greve é a nossa única “arma”! Como não fazer greve, se os próprios juízes não reconhecem o valor de seus auxiliares?

Ele deve achar, como muitos, inclusive o PB, que todos os servidores ganham igual aos altos diretores do Judiciário, ou mesmo aqueles mais antigos, que tem diversas incorporações em suas remunerações, diferentemente dos mais novos.

Por favor, divulguem a lista, ou pelo menos a proporção de servidores, que ganham mais do que o teto, porque o PB disse, em reportagem tendenciosa, que todos (nós) teremos corte de teto, se aprovado o PL.

Eu estou muito, mas muito abaixo, da metade do teto!!!! E não sou dos mais novos, hein?

E falar em quebra de hierarquia funcional, em tempos de teto salarial, não parece ser o mais certo. Regra posta, regra cumprida!

Se há alguns servidores, a minoria, que tem incorporações, as quais alçam suas remunerações acima da de magistrados, foram por conta de direitos reconhecidos pela própria Justiça, daí esse novo tiro no pé (o primeiro tiro foi quando as associações de magistrados lutaram para limitar os salários dos servidores a, no máximo, 75% da remuneração de magistrados). Ele (presidente da AJUFE) deve ter esquecido isso também.

Com “amigos” assim, dentro de nossa própria casa, quem precisa de adversários?

Merece resposta das entidades dos servidores, com toda a certeza.

Abraços a todos!

Carlos Humberto – Justiça Federal em Uberlândia/MG

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