Na noite de ontem (quarta-feira, 30), depois de fazerem um protesto contundente contra o governo, os parlamentares da base governista, incluindo os presidentes da Câmara e do Senado, deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) e senador Renan Calheiros (PMDB/AL), respectivamente, e o presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, os servidores organizaram um “corredor polonês” para acompanhar a passagem dos deputados e gritarem palavras de ordem em defesa da derrubada do Veto 26/15. Mas, apenas os parlamentares considerados “amigos” da causa da categoria se encorajaram a transpor o longo e indignado corredor que se formou. Alguns deles, esbanjando simpatia e, sob aplausos, conversaram com os servidores, lamentaram o adiamento da sessão e reafirmaram o compromisso de comparecer à próxima sessão e votar pela derrubada do veto. Foram os casos, por exemplo, dos deputados Moroni Torgan (DEM/CE), Izalci Ferreira (PSDB/DF) e os mineiros Domingos Sávio (PSDB) e Tenente Lúcio (PSB).
O deputado Tenente Lúcio, usando um discurso de cunho mais religioso, afirmou que “Deus ajudou” para que a sessão fosse adiada. Na sua avaliação, pelo momento político vivido pelo País, se houvesse a sessão, eram muito poucas as chances de o verso ser derrubado. Depois de fazer uma acusação séria, de que “muita gente (parlamentares) está recebendo dinheiro”, para impedir a votação dos vetos, ele convocou a categoria a comparecer à próxima semana e prometeu votar pelo “não” ao veto.
Também indignado com a postura do governo e de seus aliados no Congresso, o deputado Domingos Sávio ressaltou a luta obstinada dos servidores do Judiciário Federal, as inúmeras idas a Brasília em defesa da causa, que classifica como “justa”, lembrando, inclusive, que já houve morte de um deles (Élcio, do Paraná, depois de ter sofrido infarto durante manifestação em Brasília). “O que está acontecendo do outro lado é uma covardia. Estão mentindo, dizendo que vocês são ‘marajás’”, protestou, relatando que as emissoras abertas de TV recebem dinheiro do governo para disseminar essa mentira. Enquanto isso, acrescentou, essas emissoras deixam de informar que o projeto de reposição dos servidores foi enviado pelo próprio Supremo Tribunal Federal ao Congresso Nacional, e foi aprovado pelas duas casas do Legislativo. Ele prometeu continuar apoiando os servidores até o fim dessa batalha, se possível com a derrubada do veto. Por fim, destacando a união da categoria, aconselhou a categoria a continuar unida e salientou que, dada a bravura demonstrada em torno da causa, mesmo se o veto não for derrubado, os servidores já podem se considerar “vitoriosos”.
Ao longo do dia, coordenadores do SITRAEMG e outros servidores mineiros conversaram com vários parlamentares mineiros para se informar sobre as possibilidades de realização da sessão e defender a derrubada do veto.
Confira as fotos da saída das caravanas de BH e de dentro da Câmara dos Deputados:








