Na quarta-feira (22), em Belo Horizonte (MG), ao fim de um ato que reuniu 500 pessoas, manifestantes ocuparam o prédio da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). O protesto integrava a jornada nacional em defesa da educação pública e, bem como manifestações em outros estados, na pauta de reivindicações consta a anulação do leilão que privatizou a Vale.
Movimentos de todo o país realizarão um plebiscito popular, na Semana da Pátria, de 1º a 7 de setembro, para opinar se a CVRD deve ou não continuar sob controle do capital privado.
Ao chegar ao local e constatar que a manifestação era pacífica, a polícia procurou negociar com os manifestantes a desocupação. Porém, instantes depois, advogados da Vale, acusando os manifestantes de formação de quadrilha e cárcere privado, exigiram uma ação policial mais forte. A Companhia inicia, neste momento, uma campanha através da imprensa acusando o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de manipular os estudantes para participarem dos atos.
Ao todo, 136 manifestantes foram presos, sendo, pelo menos, sete menores de idade. Dentre eles, contudo, não há nenhum militante do MST, apenas estudantes, professores e alguns trabalhadores de outras categorias. Os manifestantes foram levados para a delegacia em dois ônibus, acompanhados de advogados dos movimentos, e estão sendo interrogados.
Segundo o Padre João Carlos Siqueira, deputado estadual (PT-MG), antes de prender os manifestantes, a polícia deu ordem de prisão alegando cárcere privado e formação de quadrilha. “Eu constatei, ao contrário do que a polícia afirmou, que não houve agressão aos seguranças e nenhum tipo de depredação”, afirma. Após a desocupação, a polícia montou uma comitiva para vistoriar e prédio e constatou que, de fato, as instalações não foram danificadas.
Fonte: Portal www.avaleenossa.org.br