Tão logo concluiu a estruturação do seu departamento de Departamento de Saúde do Trabalhador e Combate ao Assédio Moral, no segundo semestre do ano passado, o SITRAEMG entrou em contato com os setores de saúde da Justiça Federal, Justiça do Trabalho e TRE, em Belo Horizonte, para apresentar o recém-criado setor da entidade e buscar aproximação, parcerias e troca de experiências com os mesmos dos tribunais. No dia 2 de dezembro, o psicólogo Arthur Lobato, a coordenadora do Sindicato Vilma Oliveira Lourenço e a servidora e filiada Rogéria Figueiredo, todos integrantes do Departamento de Saúde do Trabalhador e Combate ao Assédio Moral, reuniram-se com os componentes do NUBES (Núcleo de Bem Estar Social) da Justiça Federal. Nesta quarta-feira, 27/01, a reunião foi com representantes da Coordenadoria de Atenção à Saúde do TRE. Nesse processo de aproximação entre os setores, só falta o TRT. O SITRAEMG aguarda o agendamento da data, pelo Tribunal, para o encontro solicitado.
Na reunião de hoje, o SITRAEMG esteve representado pelo psicólogo Arthur Lobato e pelos coordenadores Célio Izidoro e Vilma Oliveira Lourenço. O TRE, pela responsável pela Coordenadoria de Atenção à Saúde, Débora Maciel Corrêa, e pelos colegas Flávio Luiz Gomes (Seção de Atenção Psicossocial) e Berenice Maria de Andrade Tolentino (Seção de Atenção Médica e Odontológica).
Depois de todos os participantes fazerem suas apresentações, como servidores e membros dos respectivos setores de saúde, o psicólogo Arthur Lobato falou sobre sua experiência na área de saúde e assédio moral do servidor público, e a respeito da criação, estruturação e início de funcionamento do Departamento de Saúde do Trabalhador e Combate ao Assédio Moral do Sindicato. Primeiramente, ele deixou bem clara sua consideração e o respeito por todos os profissionais de saúde dos tribunais. O objetivo desses contatos, frisou, é a “troca de saberes”, visando única e exclusivamente ampliar as possibilidades de preservação da saúde dos servidores. “O importante é ampliar esses ‘olhares multidisciplinares’”, reforçou.
Quanto ao assédio moral, Lobato informou que, para facilitar o trabalho da equipe, o SITRAEMG está levando informações sobre a questão à categoria através dos Encontros Regionais iniciados no ano passado. “O foco é a prevenção”, esclareceu. A partir das reclamações recebidas, é feita uma triagem, posteriormente são verificados os fundamentos do problema apresentado, para só então partir para o combate, se confirmado o assédio. Muitas vezes, disse o psicólogo, o adoecimento tem origem no próprio trabalho, com a pressão sofrida para dar cabo a determinados tipos de serviços, como são os casos do PJe, na Justiça do Trabalho, e da implantação da biometria, na Justiça Eleitoral. Além da troca de experiências, ele propõe parcerias com os setores correlatos dos tribunais, com iniciativas como a realização de palestras voltadas para os servidores, para colocá-los também no debate sobre esses assuntos.
A coordenadora do Sindicato Vilma Lourenço explicou que sua maior motivação para trabalhar pela criação do departamento de saúde e assédio moral do SITRAEMG, e para integrar a equipe, foi o fato de ter sofrido assédio quando atuou no TRT, como cedida. Naquele mesmo momento, outra colega sua também foi assediada. Ela reclama que, à época, não encontrou apoio nem do TRT nem do Sindicato. E são muitas as reclamações de assédio, assegurou. Depois ela voltou para o TRE, que, a seu ver, com a criação da Coordenadoria de Atendimento à Saúde, evoluiu muito no atendimento, nessa questão, ao servidor. Já o coordenador Célio Izidoro afirmou que o que o motivou a integrar o departamento de saúde do Sindicato foi o fato de já ter presenciado ou tomado conhecimento de inúmeros casos de assédio moral, além do adoecimento dos trabalhadores pelo excesso ou até mesmo más condições de trabalho. A criação do departamento pelo SITRAEMG, salientou, é uma forma de deixar claro: “ôpa, tem alguém de olho”.
A coordenadora de Atendimento à Saúde do Tribunal, Débora Maciel, avaliou que o trabalho nesse setor é muito desafiador, porque os profissionais têm que tentar assegurar a saúde dos servidores em meio à preocupação com os resultados que são cobrados através dos gestores. Felizmente, disse, pelo menos há uma preocupação maior – do TRE e, até mesmo, do CNJ – com o bem-estar dos servidores.
Aproveitando a fala de Vilma Lourenço, Berenice de Andrade disse constatar que “muita coisa melhorou” no setor de saúde do TRE, que hoje, na sua avaliação, está bem mais estruturado, as tarefas estão melhor distribuídas etc. Ela aprova a aproximação com o departamento de saúde do SITRAEMG, para que haja negociação, diálogo e troca de experiências, com vistas a ampliar o leque de possibilidades de atender o servidor. “O que não pode haver é polarização”, condenou. Para Flávio Gomes, a proposta de aproximação do departamento de saúde do Sindicato é bem-vinda. E lembrou que o setor do Tribunal tem crescido bastante, estando cada vez mais presente na pauta de gestão do Órgão.
Todos os participantes avaliaram como bastante positiva a reunião, e ficaram de continuar os contatos visando dar continuidade ao diálogo e parcerias. O psicólogo anotou cada detalhe da conversa do encontro de hoje, visando tirar o melhor proveito para o departamento pelo qual atua e o estreitamento das relações com os profissionais da Coordenadoria de Saúde do TRE.