Cerca de 40 servidores reunidos em Assembleia geral extraordinária no SITRAEMG na noite desta segunda-feira, 25, elegeram os oito delegados e dois observadores (veja lista ao final da matéria) que representarão o Sindicato na Reunião Ampliada da Fenajufe, agendada para o próximo sábado, dia 30 de abril. Uma vez que o Sindicato está em período eleitoral, o presidente Alexandre Brandi convidou dois integrantes de cada chapa concorrente à Diretoria Executiva para comporem a mesa junto com ele – pela chapa 1, sentaram-se Etur Zehuri e Sérgio Procópio, enquanto, pela chapa 2, Hélio Diogo e José Francisco Rodrigues.
Aproveitando a reunião, o presidente do Sindicato dedicou algum tempo para falar sobre a campanha salarial dos servidores do Judiciário Federal. Brandi explicou que, pelo fato do indicativo de greve definido pela Federação (3 de maio) coincidir com o período eleitoral do SITRAEMG, há servidores dizendo que o Sindicato “abandonou a luta” em prol das campanhas eleitorais. Rebatendo estes boatos, o presidente tornou a frisar a importância do Sindicato como construção coletiva da categoria: “não cabe só ao presidente convocar uma mobilização, a categoria tem que estar toda unida em luta. O Sindicato é um projeto coletivo, é a categoria que faz com que ele aconteça”, disse.
“Temos [no Supremo] o ministro mais governista que já passou por lá e isso é tudo que o governo quer”, criticou, referindo-se ao ministro Cezar Peluso, que até hoje posterga um encontro com o governo federal para discutir o PL 6613/2009. Vale lembrar, conforme alerta do próprio presidente, que está para ser agendada uma audiência pública em Brasília, solicitada pelo deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG), para discutir o PCS, e é fundamental a presença em massa dos servidores na ocasião.
Presentes defenderam seus pontos de vista
Antes de proceder à votação de fato para eleger os delegados, foi pedido aos candidatos e demais presentes que se expressassem sobre o que esperavam da Ampliada. Alguns participantes, como Hebe Del-Kader, Vilma Lourenço e José Francisco Rodrigues defenderam que deve-se obedecer o calendário já estabelecido pela Fenajufe, no qual consta a chamada para a greve em 3 de maio, além de entenderem que, apesar da discussão a respeito do modelo de remuneração ideal para a categoria (PCS ou subsídio) surgir na reunião, não é o momento de coloca-los em pauta, posto que isso viria a segmentar a categoria e enfraquecer a luta.
Por outro lado, outros servidores, como Hélio Diogo, Andreia Seixas e Lúcia Bernardes, vêem com reservas uma greve neste momento, seja porque a categoria em nível nacional ainda não está mobilizada o suficiente, ou porque seria melhor rever os alvos da pressão da categoria, posto que as conversas no parlamento sempre apontam para a necessidade do STF tomar as rédeas da negociação para que haja novos movimentos a favor da revisão. Alexandre Brandi ponderou, ao fim das exposições, que de nada adianta um sindicato dizer que está em greve se não há nada a mostrar – e relembrou a greve de 60 dias feita pelos servidores mineiros entre maio e julho de 2010 como exemplo de mobilização que deu certo: “sou capaz de afirmar que aquela greve foi uma das maiores do Brasil”, acredita.
Delegados e observadores eleitos
Após a leitura de trechos da convocatória da Federação para a Reunião Ampliada, os servidores votaram e elegeram os colegas abaixo para estarem em Brasília no dia 30 de abril:
Delegados: Márcio Magela (TRE), Andreia Seixas, Artalide Lopes Cunha, Daniel de Oliveira, Sérgio Procópio, Leda Moraes, Mauro Lúcio Pereira Santos e Eliana Maria Ribeiro (TRT).
Observadores: Gustavo Machado (TRE) e Emanuel Moura (TRT).