A greve nacional por tempo indeterminado no Judiciário Federal e MPU ganhará, nesta segunda-feira 23, o reforço de servidores de mais sete estados. No seu sexto dia, o movimento grevista deve atingir, assim, 17 estados do país. Em Minas Gerais, os servidores decidiram parar por 48 horas nos dias 26 e 27.
Nesses dois dias haverá atos (12h às 14h), sendo que no dia 27 haverá também uma Assembleia Geral Extraordinária às 13h em primeira chamada e às 13h30 em segunda, em frente ao TRE da Avenida Prudente de Morais, nº 100, para definir o rumo da greve.
Servidores que participam da mobilização criticaram a posição do ministro Gilmar Mendes na reunião de negociação com o Comando de Greve, ocorrida na quinta-feira 19. A tentativa de impor o recuo da greve e o tom agressivo com que recebeu os servidores foram consideradas atitudes descabidas e intransigentes. “É o momento de intensificar a greve”, defendeu Claudio Klein, diretor da federação nacional (Fenajufe) e um dos servidores que participaram da audiência.
Opinião reforçada por Adilson Rodrigues, servidor da Justiça Federal em Santos (SP) e ex-diretor da federação nacional (Fenajufe), para quem a resposta às ameaças do presidente do STF tem que ser não só a continuidade da greve, como o fortalecimento do movimento, com a realização de atos públicos e manifestações que expressem a insatisfação da categoria.
Na análise que esses servidores fazem, não pode haver cumprimento de metas sem respeito com os servidores e atenção para suas reivindicações.
Discussões sobre projetos já duram dois anos
A paralisação nacional exige do Supremo Tribunal Federal o envio imediato, sem alterações que prejudiquem os servidores, do anteprojeto de lei da revisão salarial da categoria, que pode aproximar os salários pagos no Judiciário aos de carreiras correlatas do Legislativo e do Executivo.
Após quase dois anos de discussão sobre a questão no STF, inicialmente em torno do plano de carreira, a remessa do projeto de lei ao Congresso Nacional estava previsto para ocorrer logo após o dia 7 de outubro, quando os presidentes dos tribunais superiores aprovaram o texto final da proposta. Mas, após interferência contrária de associações nacionais de magistrados e procuradores, o envio ao Congresso foi “congelado”.
Reunião, sem servidores, está prevista para hoje
O encontro entre representantes da federação, do STF e de associações de magistrados, no Conselho Nacional de Justiça, previsto para sexta-feira 20, acabou não acontecendo. O STF não explicou o motivo, mas a reportagem apurou que uma nova reunião deve ocorrer nesta segunda-feira 23, em Brasília, para tratar do assunto. A princípio, porém, ela seria apenas com representantes do STF e do CNJ, sem a presença de representantes dos servidores e associações de juízes.
A orientação do Comando Nacional de Greve é manter a paralisação, procurar ampliá-la e estendê-la para regiões em que ainda não aderiram à greve. Nesta segunda, os servidores dos seguintes tribunais devem parar: TRT do Piauí; TRT do Paraná; TRT-15 de Campinas; JF, TRE e TRT (sede) do Rio de Janeiro; tribunais e MPU de Alagoas; Justiça Eleitoral de Rondônia; tribunais do Espírito Santo e do Mato Grosso do Sul. Novas adesões à paralisação estão previstas para terça e quarta-feira.
Por Hélcio Duarte Filho
Jornalista do Luta Fenajufe, especial para o Sitraemg.
A greve no Judiciário Federal e MPU
EM GREVE
Tribunais de Brasília, movimento mais forte no STJ, no TJDFT, na Justiça Eleitoral, no MPDFT e na PRDF
TRE do Pará
Tribunais da Bahia (com suspensão dos prazos no TRT)
Tribunais do Rio Grande do Sul
TRT e JF/TRF de SP
Tribunais do Maranhão
Tribunais do Mato Grosso
Tribunais de Santa Catarina
TRT do Amazonas e Roraima
ENTRAM EM GREVE A PARTIR DO DIA 23
TRT do Piauí
TRT do Paraná
TRT-15 Campinas
JF, TRE e TRT (sede) do Rio de Janeiro
Tribunais e MPU de Alagoas
Justiça Eleitoral de Rondônia
Tribunais do Espírito Santo
Tribunais do Mato Grosso do Sul
COMEÇAM A GREVE NO DIA 24
Tribunais de Pernambuco
TRT Rondônia e Acre
COMEÇAM A GREVE NO DIA 25
TRE do Amazonas
PREPARAM A GREVE
TRE Amapá: paralisações de 3h diárias a partir do dia 25
TRE e JF do Piauí: paralisação de 3h no dia 23, quando decidem se param por tempo indeterminado
TRF do Rio de Janeiro: paralisação de 2h no dia 23
Tribunais de Goiás: assembleias dia 23 tentam deflagrar a greve
TRE de SP: paralisações diárias de 2h
Tribunais de Minas Gerais: paralisações de 48h nos dias 26 e 27
TRE do Ceará: realizou ato e paralisação de 1h no dia 20
TRT Ceará: paralisação de 2h nos dias 26 e 27
Tribunais da Paraíba: assembleias setoriais dia 23
Tribunais do Rio Grande do Norte: realizou assembleia dia 20 (ainda sem informe)
*Com base em dados divulgados pela federação nacional (Fenajufe) e sindicatos.
