Chega ano eleitoral e todos os políticos voltam a se travestir de anjos. A pergunta que fica é: onde estava o senador Walter Pinheiro (PT/BA) em 2012, quando quase todas as categorias do serviço público federal, algumas com até quase uma década de defasagem salarial, foram para as ruas para reivindicar correções dignas em seus vencimentos, e o governo federal, reprimindo os movimentos grevistas, com ameaça de demissões em massa, bateu o pé e impôs um aumento de míseros 15,8% – mesmo assim, dividido em três anos? Onde estava o citado senador quando o governo, seguindo a cartilha do Banco Mundial, do FMI, e do capital estrangeiro, impôs a aprovação da Funpresp, que praticamente aniquila a aposentadoria dos servidores públicos federais? Onde estavam eles e mais a maioria dos parlamentares quando todo esse “saco de maldades” foi jogado sobre o funcionalismo público federal? Será que, de repente, Pinheiro e semelhantes resolveram ficar bonzinhos?
É nessas armadilhas que a sociedade brasileira deve ficar atenta. A maioria dos políticos tem duas caras: uma antes e outra depois das eleições.
De qualquer forma, é bom que o parlamentar baiano, assim como seus colegas das bancadas petista e do governo – e também da chamada “oposição”, que, quando se trata de matérias neoliberais, também se alia de corpo e alma ao Palácio do Planalto – se lembrem dos servidores públicos federais. As categorias estão unidas e determinadas a voltarem novamente para as ruas neste ano. Desta vez, acreditem, é um olho nas votações do Congresso e outro nas urnas. E ainda tem a Copa do Mundo. Ou será que eles vão querer as ruas cheias de manifestantes mostrando a promiscuidade existente entre os poderes e desprezo dos mandatários da República em relação aos prestadores de serviço público..
A notícia abaixo, publicada pela Agência Senado, poderia, tranquilamente, ser aplicada aos servidores do Judiciário Federal também, que estão recomeçando as lutas para buscar seus direitos em 2014. De acordo com Lúcia Maria Bernardes de Freitas, coordenadora geral do SITRAEMG, o que falta à categoria é uma “pessoa forte” no Supremo Tribunal Federal (STF), com coragem suficiente para abraçar a causa da categoria e, dessa forma, impulsionar a valorização do servidor, que é a mola mestra do funcionamento do Judiciário. “Com o que temos hoje na presidência do Supremo, o que nos resta é nos empenhar cada vez mais em construir uma mobilização forte para pressionar por melhorias”, afirma a sindicalista.
É bom lembrar que a Reunião Ampliada da Fenajufe (realizada em 8 de fevereiro) ratificou o calendário de lutas dos servidores públicos federais, prevendo indicativo de greve para a primeira quinzena de abril. É bom que os poderes Judiciário, Executiv e Legislativo estejam atentos a essa determinação da categoria.