O governo quer, de todo jeito, aprovar mais uma reforma na Previdência para tornar cada vez mais distante e inviável a possibilidade do trabalhador brasileiro se aposentar. Para justificar seu propósito, argumenta que o sistema previdenciário é deficitário e que, se não houver mudanças, daqui a pouco não vai ser impossível pagar as aposentadorias.
Pura balela. Já ficou mais do que comprovado que o sistema é superavitário, e que, se há rombo, é decorrente da falta de repasse da contrapartida do próprio Executivo pelo que arrecada das contribuições em impostos sociais, do desvio de recursos previdenciários promovido através da Desvinculação de Receitas da União (DRU) e da má gestão, que possibilita a perpetuação de grandes sonegadores e devedores, que normalmente são os próprios grandes grupos empresariais historicamente favorecidos por políticas públicas de isenções e desonerações.
E a má gestão também é responsável pelos grandes desfalques na Previdência gerados por fraudes e esquemas de corrupção. Foi o que aconteceu, por exemplo, no segundo semestre de 2016, quando, segundo apurou a Polícia Federal, foi constatado o desfalque de pelo menos R$ 827 milhões de fundos municipais de previdência. Depois de dois anos de investigações, a PF prendeu nesta quinta-feira (12) uma das maiores autoridades acusadas de envolvimento no esquema – o prefeito de Uberlândia, Gilmar Machado. Ao todo, são cumpridos 60 mandados de busca e apreensão e 20 de prisão temporária. São investigados 13 fundos de investimento em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso, Santa Catarina e Goiás.
Diante de mais essa evidência de que, se há déficit na Previdência, a culpa não é do trabalhador, o SITRAEMG orienta os servidores a ficaram bastante atentos e preparados para retornarem à luta a qualquer momento, caso o governo resolva ressuscitar sua proposta de reforma previdenciária que tramita no Congresso Nacional.