Pedido de “vista” do PT adia votação do PLC 28/15 no Senado, indicando que a luta da categoria deve ser intensificada, junto com a construção de uma greve geral

Compartilhe

A sessão da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) do Senado começou às 10 horas da manhã desta quarta-feira, 6. Porém, somente próximo das 13 horas, o PLC 28/15 (revisão salarial dos servidores do Judiciário Federal) foi colocado em discussão. Como houve pedido de “vista”, pelo senador Delcídio Amaral (PT/MS), a votação ficou inviabilizada. Porém, levando-se em consideração as manifestações de alguns parlamentares, o projeto deve voltar novamente à pauta e ser votado na próxima sessão da CCJC, na quarta-feira da semana que vem, dia 13 de maio.

foto2
Sessão do Senado manteve o PLC28/2015 na pauta, mas a votação foi adiada por pedido de vista do senador Delcídio do Amaral (PT/MS)

Mas isso só será possível, se a categoria intensificar a mobilização nos estados e na capital federal. Se o governo mantiver a pressão sobre o Congresso para que a votação continue sendo adiada, é necessário que essa mobilização caminhe a passos largos no sentido da construção de uma greve geral urgente, unificada com as demais categorias do serviço público federal. E o sucesso da greve depende do engajamento e da participação efetiva de todos os servidores.

E que os filiados do Sindicato comecem a mostrar esse engajamento participando da Assembleia Geral Extraordinária deste sábado, dia 9 de maio, a partir das 9 horas da manhã, na sede da entidade (Rua Euclides da Cunha, 14, Prado, BH-MG). Essa presença é extremamente importante, pois a AGE elegerá os nove filiados que participarão da próxima Reunião Ampliada da Fenajufe, agendada para os dias 16 e 17 de maio, em Brasília (DF). A Reunião Ampliada, por sua vez, discutirá a Campanha salarial 2015 dos SPF, mesa de negociação com o MPOG e pauta específica do PJU e MPU, e definirá o novo Calendário de Lutas da categoria.

A pressão na CCJC

A manobra da bancada governista já se mostrou evidente tão logo começou a apreciação das proposições de lei, com a articulação para que se invertesse a pauta e três matérias que constavam mais ao final da lista fossem colocados à frente na ordem de votação. Lido o parecer, pelo relator, senador José Maranhão (PMDB/PB), pela “constitucionalidade, juridicidade e regimentalidade do PLC nº 28, e, no mérito, pela sua aprovação”, abriu-se a discussão.

foto3
FENAJUFE e demais sindicatos dos servidores do judiciário federal de todo o país fazem pressão para que o projeto tenha votação favorável

A reação da oposição

Confirmando o que prometera na reunião em Belo Horizonte com coordenadores do SITRAEMG (leia AQUI), o senador Antônio Anastasia (PSDB/MG) parabenizou o relator em favor da aprovação do projeto, disse que a reivindicação dos servidores é “justa” e declarou seu voto com o relator. Nessa mesma linha, o senador Eduardo Amorim (PSC/SE) opinou que a aprovação do projeto é uma questão de “justiça” aos servidores do Judiciário, frisando que a categoria está sem reajuste desde 2006 e em grande prejuízo em relação às carreiras correlatas dos outros poderes da União.

Depois de ouvir do senador Delcídio Amaral que a aprovação de um projeto, segundo ele com escassez de recursos, seria uma “quimera”, e do colega de partido Walter Pinheiro (PT/BA), que apesar da necessidade do reajuste deve-se abrir uma discussão sobre a reivindicação e até sobre as carreiras no Judiciário e em outras categorias do serviço público federal, a senadora Rose de Freitas (PMDB/ES) protestou dizendo que o discurso do governo de que há necessidade de “ajuste” (nos gastos públicos) já não cabe mais e que a revisão salarial dos servidores cabe, sim, no orçamento da União.

foto1
SITRAEMG na luta pela aprovação do PLC 28/15

Mas um discurso contundente e que surpreendeu os servidores foi o do senador Romero Jucá (PMDB/RR). Ele lembrou que, na condição de relator da PLOA em anos passados, sempre defendeu a inclusão da verba da revisão salarial na proposta orçamentária, mas que primeiro devia-se aprovar o projeto dos servidores do Judiciário. Agora, garantiu que há uma orientação do PMDB para que a bancada vote pela aprovação da matéria, para depois, sim, buscar os recursos através de suplementação orçamentária. “Esse compromisso está de pé. O PMDB vai cumprir esse compromisso”, sustentou.

A posição de Jucá surpreendeu, porém, até certo ponto. Conforme registrou o SITRAEMG, em março (veja AQUI), em conversa com o servidor paulista Antônio Melquíades, diretor do Sintrajud/SP, no final do ano passado, o senador roraimense o alertou que só havia duas maneiras de conquistar a revisão salarial: aprovando o projeto no Congresso ou fazendo o acordo com o governo. Agora, é cobrar dele o voto favorável à matéria e seu empenho para que, usando seu prestígio no Planalto, ajude os servidores na pressão para que o governo garanta a verba orçamentária para implementação da revisão salarial.

Compartilhe

Veja também

Pessoas que acessaram este conteúdo também estão vendo

Busca

Notícias por Data

Por Data

Notícias por Categorias

Categorias

Postagens recentes

Nuvem de Tags