Pouco mais de dez dias após a bomba JBS ter estourado sobre o Planalto e abalado um parlamento que se arrasta no pior estilo TWD, o governo discute estratégias alternativas para aprovar as reformas Trabalhista e da Previdência, por determinação do mercado financeiro e do alto empresariado que banca eleições no País.
Com o lodaçal da corrupção e do crime em suas mais variadas faces engolindo nomes como Michel Temer, Aécio Neves, Zezé Perrela e Romero Jucá, com respingos ainda enfronhando a elite do Judiciário, é grande o número de deputados e senadores que não veem como propício, o momento para discutir e votar propostas de alterações tão radicais nas relações entre trabalhadores, empregadores e o modo de vida do brasileiro.
Preocupado com os gargalos e tropeços na busca de apoio às reformas, o governo estuda alternativas como o uso de Medidas Provisórias, além da liberação imoral de recursos para emendas parlamentares e das nomeações de apaniguados de congressistas em cargos de 1º e 2º escalões.
O Planalto nega que pretenda adotar MPs para aprovar as reformas e escalou tropa de choque para reforçar o discurso da “importância” das medidas para o Brasil. Porém, oculta do grosso da população, os efeitos danosos e perversos que essas medidas terão sobre o presente e o futuro do brasileiro, e as dúvidas quanto aos resultados esperados na geração de emprego e renda, contestados por especialistas brasileiros e estrangeiros.
Diante do quadro de convulsão política instalado no país e da disposição do governo em acelerar os ataques à classe trabalhadora, a Fenajufe orienta aos sindicatos a manterem pressão sobre os parlamentares, tanto nas bases eleitorais quanto em Brasília. A Federação destaca ainda a necessidade de ações junto aos demais trabalhadores, tanto do setor público quanto da iniciativa privada, para fortalecer a luta contra as reformas.
Greve Geral
Em reunião na tarde da segunda-feira (29), as Centrais Sindicais CGTB, CSB, CSP-Conlutas, CTB, CUT, Força Sindical, Intersindical, Nova Central e UGT avaliaram o #OcupaBrasilia realizado em 24 de maio e apontaram realização de greve geral a ser definida entre os dias 26 e 29 de junho. O tema também seria objeto de deliberação pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos (Fonasefe), em reunião marcada para a tarde de ontem (quarta-feira, 31), em Brasília.
Por fim, as Centrais deliberaram os seguintes encaminhamentos:
– Continuar a luta pelo Fora Temer, impulsionada sobremaneira pelas revelações recentes de corrupção ligadas diretamente à figura do presidente;
– Nova greve geral de 24 horas será organizada para o período entre 26 e 30 de junho, a definir;
– Edição de um novo jornal unitário de 4 páginas, para distribuição em todo o País;
– Continuar as manifestações independentes nos estados, com as mesmas pautas;
Foi aprovada ainda Nota de Repúdio assinada em conjunto, contra a violência que matou dez trabalhadores rurais no Pará, na quarta-feira, 24 de maio.
As centrais voltam a reunir-se na segunda-feira, 5 de junho, em São Paulo.