Mobilização pode barrar retirada de direitos

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A Marcha Nacional da CUT, realizada ontem [15], em Brasília, contou com a participação de trabalhadores da iniciativa privada e de servidores públicos de várias categorias. O Judiciário Federal e o Ministério Público da União também foram representadas por militantes que vieram de vários Estados do país, atendendo ao chamado da CUT e da Fenajufe. A avaliação de todos é que é preciso reforçar as mobilizações para impedir que qualquer projeto que retire o direito dos trabalhadores tenha sucesso, tanto no governo federal como no Legislativo.

O servidor da Justiça Federal de Petrópolis/RJ e diretor do Sisejufe/RJ, Roberto Ponciano, avalia que a luta dos trabalhadores deve priorizar as atividades de ruas, já que ganhar do governo no Congresso Nacional, onde ele tem maioria, é uma disputa desigual. “Tem que organizar a categoria e, se possível, fazer greve por tempo indeterminado contra a retirada de direitos. Esse é o caminho, é a rua e o piquete”, disse. De acordo com Ponciano, a Fenajufe e os sindicatos devem deixar claro para a categoria que se o governo não recuar, não há outra saída a não ser construir um movimento maior, em conjunto com as demais categorias do funcionalismo público federal. Ele considera que se o PLP 01 for aprovado, todas as conquistas que os servidores do Judiciário Federal e do MPU obtiveram com a aprovação dos PCSs “vão para a lata do lixo”.

José Francisco Vieira, servidor do TRT da 10ª Região, no Distrito Federal, afirmou que o que está em jogo são direitos dos trabalhadores, conquistados com muita luta, por isso é fundamental a participação de todos nas mobilizações. “É importante, neste momento, a conscientização de cada trabalhador de que o governo e o Congresso Nacional querem retirar nossos direitos. E é isso que nós estamos fazendo aqui, nesta mobilização”, afirmou Francisco. Sobre a possibilidade de os servidores conseguirem avanços nesta luta, de garantir que o governo retire do Congresso projetos como o PLP 01, o servidor do TRT 10 acredita que ainda é possível saírem vitoriosos, desde que todos os trabalhadores tomem às ruas.

Para o servidor do TRF da 4ª Região Alexandre Junqueira, o PLP 01 é um dos maiores ataques que estão sendo desferidos pelo atual governo contra os servidores públicos, por limitar em 1,5%, até 2016, os gastos com o funcionalismo público federal. “É um ataque violento e, pelo menos no Judiciário, que é a nossa categoria, a gente verifica que o próprio crescimento vegetativo e somente as progressões até 2016 já consomem este valor, se não excederem”, avaliou Alê, como é mais conhecido entre os militantes da categoria. Ele vê a iniciativa da CUT, ao organizar a Marcha Nacional do dia 15 de agosto, como muito importante, ainda mais por ter contado com a participação de diversos setores do serviço público e da iniciativa privada. Ainda sobre os projeto em discussão, ele afirma: “São ataques que colidem com a idéia de um Estado do serviço público qualificado, e serviço público qualificado requer investimento. A população brasileira para ter um retorno de um serviço de qualidade necessita que haja investimento, novos concursos públicos, uma política justa de reajuste salarial, com reposição de perdas e ganho real, e isso está sendo atacado neste momento com essas propostas que estão sendo encaminhadas, especialmente o PLP 01 que faz parte do PAC”.

A servidora Nélia, da Justiça Eleitoral de Piuí, em Minas Gerais, considera que todos os servidores do Judiciário Federal e do MPU devem se juntar às outras categorias do funcionalismo público para lutar contra os direitos que estão ameaçados. “É muito importante esta mobilização para mostrarmos que estamos insatisfeitos com o que está acontecendo no Congresso Nacional e no governo Lula. Eu penso que a gente não pode deixar passar em branco”. Ela avalia que as manifestações devem apontar a preocupação dos trabalhadores com outros projetos em andamento, como a transposição do Rio São Francisco, os que atingem os direitos dos trabalhadores da iniciativa privada, a emenda 3, entre outros.

Do Judiciário Federal e do MPU, marcaram presença na Marcha Nacional aproximadamente 100 pessoas, representando os sindicatos do Distrito Federal, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Pará, Amapá, Bahia, Ceará, Mato Grosso, Rio Grande do Norte e Campinas/SP. A diretoria da Fenajufe esteve representada pelos coordenadores Roberto Policarpo, Lúcia Bernardes, Sheila Tinoco, Pedro Aparecido, Jacqueline Albuquerque, José Carlos Oliveira, José Ribamar e Joaquim Castrillon.


Fonte: Fenajufe

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